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Ebola, AIDS, outras epidemias e doenças

agosto 11, 2014

marcio_costa_150x150No último dia 08 de agosto de 2014 a Organização Mundial da Saúde (OMS) decretou que a febre hemorrágica pelo vírus ebola é uma “emergência de saúde pública de alcance mundial”. Tendo já sido responsável pelo desencarne de cerca de mil pessoas desde o início do ano, a doença transpôs as fronteiras dos países mais atingidos da África Ocidental, chamando a atenção dos diversos órgãos de saúde do mundo os quais já buscam soluções coordenadas para o problema [1].  

Já não é a primeira vez em que nos vemos diante de situações alarmantes no quadro da saúde pública mundial. Recentemente o relatório “The Gap Report”, do Programa Conjunto das Nações Unidas HIV/AIDS (UNAIDS) revelou que entre os anos de 2005 e 2013 a taxa de novas infecções pelo vírus da AIDS teve um aumento de 11% no Brasil, em um mundo onde cerca de 35 milhões de pessoas encontram-se infectadas. Se forem somadas as perdas desde 1981, o saldo de mortes já passa da faixa de 20 milhões de pessoas [2]. 

Se ainda voltarmos mais atrás na linha do tempo poderemos citar os exemplos da Malária, somando três milhões de mortos por ano desde 1980; da Gripe Espanhola, com 20 milhões de mortos, entre os anos de 1918 e 1919; e da Peste Negra, com 50 milhões de mortos, entre 1333 a 1351 [3]. 

É notório que a dimensão de tais números expõe sobremaneira a nossa fragilidade como seres humanos. Encarnados em um mundo de expiações e provas, estamos sujeitos a todas as vicissitudes que as interações de nosso corpo com “fauna microbiana do ambiente carnal” pode desencadear. Por estas doenças, entendemos como doenças de caráter físico, pelo fato de sua causa original residir nos tecidos orgânicos. 

No entanto, a maioria das doenças provém de débitos contraídos no passado ou no presente os quais devemos expiar a fim de quitá-los inteiramente. Por este princípio deve se basear a resignação do doente, mas não deve ser a justificativa para que se acomode na espera de soluções miraculosas. Vivendo em um mundo onde a carne ainda é o veículo de expiação, faz-se mister que o doente busque os recursos físicos e morais para resgatar da melhor forma possível tais dívidas. O primeiro, buscando nos avanços das pesquisas na área da saúde que a Providência Divina nos permite alcançar. O segundo, pela busca da correção dos erros e excessos que alavancaram as respectivas enfermidades [5-6]. 

De acordo com o Espírito F. Arago [7], assim como todos os flagelos pelos quais a humanidade está passível de passar, as doenças também são um incentivo à nossa progressão intelectual. É por meio da busca constante pela cura que exercitamos a nossa inteligência e, assim, temos cada vez mais a oportunidade de descobrir as leis da Natureza.

Nos exemplos citados anteriormente, vemos uma quantidade imensa de almas que retornaram para o plano espiritual em curto espaço de alguns anos. Em tais períodos de dolorosa crise, a humanidade se transforma, assim como se transformou em tantas outras épocas, seguindo-se após uma nova fase de progresso moral e intelectual [6].

Por fim, ainda não está em nosso horizonte o momento em que as doenças e epidemias deixarão de fazer parte de nossas vidas. A nossa experiência carnal ainda está intrinsecamente ligada aos revezes do mundo material. Somente quando nosso orbe se elevar na categoria dos mundos, o nosso envoltório físico não estará tão intimamente ligado aos elementos materiais. Livres de muitos comprometimentos morais, também estaremos livres das moléstias que cercam nossos frágeis órgãos.

Em nossa contínua caminhada de progresso, cabe-nos buscar os meios para evoluirmos intelecto-moralmente. Só desta forma a humanidade poderá encontrar as ferramentas necessárias para passar por estes penosos momentos coletivos, bem como não contrair novos infortúnios refletidos em nossas roupagens carnais. Além disso, cabe-nos aliar a nossa fé humana à fé divina [8]. Foi com o emprego da fé divina que o Espírito mais sublime que esteve conosco há dois mil anos operou tantas curas em fenômenos singulares, os quais chamamos de milagres.

Márcio Martins da Silva Costa.

Referências:
[1] OMS: epidemia de ebola é emergência de saúde pública mundial. 2014. Disponível em: <http://agenciabrasil.ebc.com.br/internacional/noticia/2014-08/oms-epidemia-de-ebola-e-emergencia-de->. Acesso em: 08 ago. 2014.
[2] BRASIL teve aumento de 11% nos casos de infecções por HIV entre 2005 e 2013. 2014. Disponível em: <http://oglobo.globo.com/sociedade/saude/brasil-teve-aumento-de-11-nos-casos-de-infeccoes-por-hiv-entre-2005-2013-13273033>. Acesso em: 11 ago. 2014.
[3] As grandes epidemias ao longo da história. 2004. Disponível em: <http://super.abril.com.br/saude/grandes-epidemias-ao-longo-historia-445155.shtml>. Acesso em: 11 ago. 2014.
[4] LUIZ, André; XAVIER, Franscisco Cândido; VIEIRA, Waldo. Evolução em dois mundos. Rio de Janeiro: Editora Feb (federação Espírita Brasileira), 2008. 144 p.
[5] KARDEC, Allan. Livro dos Espíritos. Rio de Janeiro: Federação Espírita Brasileira, 2004.
[6] KARDEC, Allan. Ensaio Teórico das Curas Instantâneas. Revista Espírita: Jornal de Estudos Psicológicos, Paris, v. , n. 3, p.129-136, mar. 1868. Disponível em: <http://www.febnet.org.br/ba/file/Downlivros/revistaespirita/Revista1868.pdf>. Acesso em: 11 ago. 2014.
[7] KARDEC, Allan. A gênese. 52. ed. Rio de Janeiro: Feb, 2012. 526 p.
[8] KARDEC, Allan. O Evangelho segundo o Espiritismo. Rio de Janeiro: Federação Espírita Brasileira, 2010.

Márcio Costa
Márcio Costa

Membro do Conselho Editorial da Agenda Espírita Brasil e colaborador do Centro Espírita Seara de Luz, em São José dos Campos - SP, atua na divulgação da Doutrina Espírita escrevendo textos e realizando palestras.

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