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Prudentes como as serpentes

outubro 1, 2014

“Eis que vos envio como ovelhas ao meio de lobos.
Portanto, sede prudentes como as serpentes e símplices como as pombas.”
(Mateus – capítulo 10, versículo 16).

Jesus disse estas palavras ao orientar seus discípulos sobre suas missões futuras.

O que Ele quis dizer?

Discípulo de Jesus é aquele que segue suas ideias e doutrina. Estamos considerando os que vivem encarnados na Terra, planeta ainda incluso na categoria dos mundos de Expiação e Prova, não evoluído o bastante, com características de violência, egoísmo e sem fraternidade.

Por isso Jesus convocou a todos para não colocarem a candeia sob o alqueire, alertando que o cristão não deve negar aos que passam por ele, a divulgação e exemplificação das mensagens cristãs em que creem, pois muitos irmãos podem estar prontos e na dependência dessa mensagem para sua transformação. Jesus alertou também a oração e vigilância, além de explicar a impossibilidade de servir a Deus e a Mamon, e dar a César o que é de César, e a Deus o que é de Deus.

Tais passagens ajudam a compreender o porquê do alerta de Jesus a seus discípulos, quanto a serem mansos, ainda que se mantenham prudentes.

Os discípulos de ontem e de hoje devem ter uma vida moral elevada, em meio a uma boa parte da humanidade detentora de moral duvidosa e atitudes egoístas, em meio às pessoas que dizem crer em uma força superior, mas não agem em conformidade com esta crença.

Afinal, a prudência é a virtude que leva o homem a prever e a evitar os erros e os perigos, é a cautela, a moderação, a precaução; não é omissão, nem cumplicidade. Enquanto a mansidão é definição para a índole pacífica, um modo de ser que envolve brandura ou suavidade, o que também não significa omissão, nem humilhação, mas postura de humildade.

O cristão deve sair de sua usual posição de comodidade, e embora usando cautela para com o mundo, respeitar e amar em todos os momentos.

Todos precisam estar alertas, pois neste momento complexo de revisão moral que o planeta experimenta, Deus permite que os espíritos em estado de inferioridade espiritual ajam com alguma liberdade em seus instintos mais grotescos, para que mais tarde ninguém reclame de ser julgado sem ter consciência e oportunidade de fazer diferente.

Jesus pede que tenhamos comportamento cristão: isso inclui ponderação, bom senso, discrição, delicadeza, humildade, simplicidade e amor fraterno. Não é possível ser prudentes, nem mansos, ou seja, cristãos, realimentando o egoísmo, a violência, o orgulho e demais defeitos morais que, a humanidade doente pensa, equivocadamente, ser qualidades dos vencedores.

Com o alerta de prudência, não se deseja estimular a desconfiança e o separatismo. Nem com o pedido de mansidão, despertar a aceitação irracional do mal que nos assola, sem combatê-lo. É necessário ser ágil no bem, jamais combinando crenças e convicções com omissão e falta de atitude. Prudência significa cuidado e mansidão é pacifismo, e ambos exigem decisões firmes e posturas conscientes.

É preciso viver no mundo de César, cumprindo obrigações, exigindo direitos conquistados pelo progresso, porém sem macular a consciência. Ser prudente e manso não é alienar-se do que ocorre, nem aceitar passivamente o mal.

Vania Mugnato de Vasconcelos