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Tempo de aguardar

março 29, 2015

jane-maiolo-300x318“É sempre fácil observar o mal e identificá-lo. Entretanto, o que o Cristo espera de nós outros é a descoberta e o cultivo do bem para que o Divino Amor seja glorificado.”[1]

Há vinte anos eu apreciava a obra “No Mundo Maior”, da coleção “A vida no Mundo Espiritual”, ditada pelo Espírito André Luiz, psicografado por Francisco Cândido Xavier. As explanações contidas no capítulo XVII, informações procedentes do mundo espiritual, bem instruídas pelos Benfeitores, deixaram-me, de certo modo, de sobreaviso. O mencionado capítulo assinala categoricamente que: “uma das alegrias do céu é a de esvaziar os infernos” [2]. Tal afirmação ecoou e ainda hoje repercute em minha alma.

Indubitavelmente o momento pelo qual atravessa toda a Humanidade é caótico, confuso e conflituoso. Vivemos num clima de tensão ético-moral-social e espiritual constante. Não resta a menor dúvida que as regiões “infernais” estão mais vazias!

Por ora, nós outros, defensores da imortalidade da alma, precisamos de um roteiro seguro para não aderir ao clima de pessimismo e de desesperança que solapa a psicosfera de nosso planeta.

O problema do ser humano é o mesmo em toda a parte. Porém, a administração dos reveses de cada existência é tarefa pessoal e intransferível. Aquele que suporta com honra e lucidez esses períodos difíceis já goza de uma posição espiritual mais confortável, pois o mal, silencioso ou gritante, não lhe perturba a jornada ascensional ou turva-lhe o coração fortalecido na fé.

Diante do desequilíbrio reinante nas diferentes instâncias políticas, sociais ou religiosas, o que nos resta é sintonizar com mentes mais elevadas, a fim de não assimilar os arquétipos da incredulidade oriunda dos clichês do inconsciente coletivo e lembrar que “Quem governa o mundo é Deus” [3] – asseverava Jesus ao discípulo Levi que desejava precipitar o processo de implantação do Reino do Céu no coração dos homens.

Lembrando as anotações de Eclesiastes:

“Tudo tem o seu tempo determinado, e há tempo para todo o propósito debaixo do céu: há tempo de nascer e tempo de morrer; tempo de plantar e tempo de arrancar o que se plantou; tempo de matar e tempo de curar; tempo de derribar e tempo de edificar; tempo de chorar e tempo de rir; tempo de prantear e tempo de saltar; tempo de espalhar pedras e tempo de ajuntar pedras; tempo de abraçar e tempo de afastar-se de abraçar; tempo de buscar e tempo de perder; tempo de guardar e tempo de deitar fora; tempo de rasgar e tempo de coser; tempo de estar calado e tempo de falar; tempo de amar e tempo de aborrecer; tempo de guerra e tempo de paz.” [4].

A ilusão que vivenciamos na matéria tem feito muitos de nós criarmos raízes que serão difíceis de extirpar. Quando soar o tempo da derradeira partida, seremos nós conosco mesmos, e no “baú” espiritual só caberá o que conseguimos depositar e guardar no coração.

Há dois mil anos Jesus nos convidou para o momento da transição; antes enviou João, o Batista, a fim de que os nossos caminhos fossem aplainados em direção ao Criador. Ainda estamos aguardando as hecatombes físicas e materiais que sofrerá o planeta para nossa modificação sem nos darmos contas que tudo está dentro de uma Ordem Divina e Perfeita, em que a lei de destruição é natural e gradativa.

A Terra sofrerá grandes comoções físicas e sociais, antes disso, porém, urge passarmos por terremotos morais e tsunamis sentimentais para nos transformar em representantes legítimos do Mestre entre os homens. Estamos na “Era de Transição”. É imprescindível transformarmos os sentimentos, ou seja, não nos é mais lícito fazer aos outros aquilo que não gostaríamos que nos fizessem, eis aí a regra áurea do Evangelho.

Não condenemos, não firamos, não acusemos, pois todo o mal gerado pelas ações individuais exigirá uma reparação, tornando-nos desditosos, amargurados ou aflitos, desesperançosos ou inflexíveis. Somos herdeiros das nossas próprias atitudes e criações mentais.

O amor de Deus é sempre rico de bênçãos e oportunidades, logo, escravizarmo-nos aos problemas transitórios da matéria é negar nossa filiação divina.

Espíritos sublimes sempre reencarnam na Terra, em missão, para que o amor e a sabedoria possam resplandecer. Continuemos confiantes. Fazendo a parte que nos cabe na condição de criaturas despertas para a realidade da vida imortal.

Jane Maiolo

Referências bibliográficas:

[1] XAVIER, Francisco Cândido. Agenda Cristã, ditado pelo Espírito André Luiz, cap.12, RJ: Ed FEB, 1998;
[2] XAVIER, Francisco Cândido. No Mundo Maior, ditado pelo Espírito André Luiz maior cap. 17 RJ: Ed FEB, 1992;
[3] XAVIER, Francisco Cândido. Boa Nova, ditado pelo Espírito Humberto de Campos, cap. 11, RJ: Ed FEB, 1990;
[4] Eclesiastes 3:1-8 (Bíblia de Jerusalém).

Nota do Editor:

Imagem em destaque disponível em <http://womenofprayer.org/wp-content/uploads/2013/01/photodune-1158900-praying-woman-m-1160×773.jpg>. Acesso em 29MAR2015.

Jane Maiolo
Jane Maiolo

Professora de Ensino Fundamental, formada em Letras e pós-graduada em Psicopedagogia. Dirigente da USE Intermunicipal de Jales. Colaboradora da Sociedade Espírita Allan Kardec de Jales. Pesquisadora do Evangelho de Jesus. Colaboradora da Agenda Espírita Brasil. Apresentadora do Programa Sementes do Evangelho da Rede Amigo Espírita.

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