Recaídas morais

André Luiz Iesi Sobreiro
27/07/2015
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andre-sobreiroNo texto ofertado pelo evangelista Mateus (XII: 43 a 45), a passagem que relata o retorno do espírito imundo, dá-nos ensejo a interessantes reflexões.

Pedimos permissão aos leitores pra citá-la textualmente, citando também a fonte que realizara a tradução:

Quando o espírito imundo sai do homem, atravessa lugares áridos, procurando repouso, e não o encontra.
Então diz: Voltarei para minha casa, de onde saí. Após vir, encontra-a desocupada, varrida e adornada.
Então sai e traz consigo outros sete espíritos piores do que ele e, entrando, habitam ali. E torna-se o último {estado} daquele homem pior que o primeiro. Assim acontecerá também a esta geração má.

Como sabemos, a linguagem judaica utiliza símbolos que precisam ser interpretados corretamente, para que não caiamos em equívoco.

O primeiro símbolo que nos chama a atenção é o sete.

Além de um número, sabemos que este tem significado amplo no contexto cultural em que foi citado. Para os judeus, esse termo denota também a plenitude, o ciclo completo. Se interpretarmos o retorno do espírito imundo com outros sete espíritos ao ‘pé da letra’, o risco de erro é imenso.

O retorno deste com outros sete parecem denotar a plenitude, o ápice da queda, ou seja, o fundo do poço. A cada recaída frente às imperfeições que portamos e de que acreditávamos estar libertos, mas o estado ‘novo’ é pior que o anterior, o que foi dito textualmente por Jesus no versículo 45.

Essa linha de raciocínio sugere-nos vigilância constante com relação às nossas imperfeições. Muitas vezes, acreditamos ter conseguido a liberdade plena sobre elas, mas quando testados (provados), caímos… Nem imaginamos as dimensões das ligações que temos com esses equívocos, nem quantas encarnações foram atormentadas pelas mesmas.

Se analisarmos essa passagem de forma mais literal, ou seja, com relação à obsessão, o símbolo não se altera. A recaída relacionada a esse estado (ou seja, a queda moral e o novo convite às entidades menos dignas para habitarem nossa casa mental) também constitui estado pior que o anterior. Quando acreditamos estarmos livres de uma imperfeição (e da obsessão que lhe pode estar associada), nossos momentos de invigilância abrem portas para novas aproximações.

Necessário pensarmos em nossa conduta nos momentos mais fáceis da vida. Em geral, nos ciclos de dor, esforçamo-nos para que as vicissitudes cessem. Quando do êxito, há uma tendência, na maioria de nós, à acomodação e ao relaxamento. É nesse instante que as tendências não totalmente vencidas voltam a aflorar, e o risco de queda se apresenta.

Pensemos nisso.

André Sobreiro

Nota do Editor:
Imagem em destaque disponível em <http://www.reflexoesevangelicas.com.br/2012/10/suspiros-de-oracao.html>. Acesso em: 27JUL2015.

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