quem é minha mãe

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Quem é minha mãe e quem são meus irmãos?

setembro 22, 2015

“5 – E vieram à casa; e concorreu de novo tanta gente, que nem mesmo podiam tomar o alimento. — E quando isto ouviram os seus, saíram para o prender; porque diziam: Ele está furioso.  E chegaram sua mãe e seus irmãos, e ficando da parte de fora, o mandaram chamar. — Estava sentado à roda de um crescido número de gente, e lhe disseram: Olha que tua mãe e teus irmãos te buscam aí fora.— E ele respondeu, dizendo: Quem é minha mãe, e quem são meus irmãos? — E olhando para os que estavam sentados à roda de si: Eis aqui, lhes disse, minha mãe e meus irmãos. Porque o que fizer a vontade de Deus, esse é meu irmão, e minha irmã e minha mãe.” (Marcos, III: 20-21 e 31-35 – Mateus, XII: 46-50).

Jesus Cristo, Grande Mestre da Humanidade, através de sua divina sabedoria ensina através dessa passagem do Evangelho mais uma importante lição para os homens da época, ecoando até os dias atuais.

Quando questiona os presentes sobre quem seria sua mãe e seus irmãos com toda certeza não foi no intuito de menosprezar os Seus, mas sim de dilatar, ampliar a nossa visão com relação à imensa família humana que de fato somos.

A Doutrina Espírita nos elucida de que somos espíritos vivendo na Terra experiências humanas sucessivas, em virtude das reencarnações várias, criados pelo mesmo Pai de infinito amor e misericórdia, que criou não só o orbe terrestre, mas todo o Universo, e dentro dessa grandiosa criação, num sopro de ternura, possibilitou a existência da vida em suas mais diversas formas.

Fomos criados (todos, sem exceção) simples e ignorantes, porém com os mesmos potenciais divinos a serem desenvolvidos ao longo das encarnações, através da nossa vontade firme e tenaz em bem utilizar o grande dom que nos foi dado pelo Pai, que é o livre arbítrio, por meio do qual escolhemos veredas adornadas pelas verdades divinas, deixando rastros de amor e paz, tanto para o nosso próprio existir, como para a vida daqueles a quem a justiça celeste nos permitiu seguir lado a lado, nos caminhos que rumam aos cumes evolutivos.

Dentro do conceito que O Evangelho Segundo o Espiritismo nos apresenta sobre o parentesco corporal e espiritual, mais do que simplesmente sabermos as principais diferenças entre um e outro, é importante que entendamos que estes, na realidade, estão integrados um ao outro, ou seja, as famílias consangüíneas que se formam na Terra não se formam ao acaso, mesmo porque não existe acaso nem “acidentes de percurso” nos planos de Deus. Assim, esses espíritos que se conglomeram através da família carnal além de obedecerem à lei de afinidades, aquela que se define pela similitude no campo das virtudes, sentimentos, laços de afeto, do pensamento, enfim, pela compatibilidade hierárquica na escala de evolução, unem-se também em decorrência da justiça divina, pois é através do convívio entre os seres deste seio parental que se dará a quitação em parcelas da grande dívida que nós, espíritos imperfeitos, vimos acumulando uns em relação aos outros no decorrer das inúmeras existências no plano material.

É dentro do cenário familiar que teremos a oportunidade de extirpar as duas grandes chagas que trazemos no imo, que como nos fala a questão 785 de O Livro dos Espíritos, são o orgulho e o egoísmo, assim como de lapidar e despertar virtudes latentes, dons e sentimentos adormecidos, dos quais somos portadores. Daí a responsabilidade daqueles que se propõem a trazer um espírito ao plano carnal, sabendo que o ato vai muito além da simples procriação, da gestação de um corpo físico, sobrepondo a essa idéia meramente reprodutiva a importância do fortalecimento das bases familiares, da educação intelectual e principalmente moral dos espíritos que estão chegando e que nesse momento de transição de planetária, farão a diferença na formação da sociedade do porvir, acelerando a marcha do progresso.

Quando destacamos a importância real da família, evidenciando os vínculos de pais, filhos e irmãos universais que todos somos, geralmente nos sentimos um pouco acuados, diria até assustados em virtude das responsabilidades grandiosas que temos uns em relação aos outros, porém não devemos nos esquecer de que temos o Consolador Prometido pelo Cristo, que é o Espiritismo, a nos esclarecer sobre nosso papel como consciências que já iniciaram o despertar a essa realidade evolutiva, deixando de lado as queixas improdutivas e sim agradecendo pela dádiva da oportunidade da atual encarnação, pelas ferramentas que nosso Pai nos concede para que através do nosso próprio esforço e trabalho, consigamos subir os necessários degraus da escala de evolução, a nível individual e auxiliando igualmente os nossos irmãos de caminhada, formando assim, pouco a pouco, uma sociedade consciente de seus direitos e deveres, da sua realidade espiritual, e de que somente por meio da Lei do Amor, é que extirparemos a desigualdade, as injustiças, os devaneios e ilusões no que se refere às conquistas materiais e aos provisórios títulos sociais que por ora apresentamos.

Em nossas rogativas de cada dia, peçamos ao Pai para que consigamos compreender definitivamente e sem mais delongas, que somos uma imensa família cuja edificação somente será sólida se for construída nos alicerces do amor, da fraternidade e da caridade.

Sobre este amor universal, em seu primeiro romance de caráter pedagógico, intitulado Leonardo e Gertrudes lançado em 1781, Pestalozzi nos convida à reflexão:

 “A manifestação do amor é a salvação do mundo! Amor é o fio que liga o globo terrestre. Amor é o fio que liga o homem a Deus. Sem amor, o homem está sem Deus, e sem Deus e sem amor, o que é o homem?”

Eliane Claro

Nota do editor:
Imagem em destaque disponível em <http://www.dij.febnet.org.br/blog/evangelizacao-espirita/cartazes-historicos-da-evangelizacao/>. Acesso em: 22SET2015.

Eliane Claro
Eliane Claro

Trabalhadora da Seara Espírita, no Centro Espírita União e Caridade na cidade de Taubaté/SP, atuando em Explanações Evangélicas, Passes Magnéticos e Evangelização Infantil (Projeto Evangelizando Bebês - 0 a 2 anos), busca através da leitura e estudo da Codificação Kardequiana, assim como das demais obras complementares, o conhecimento e a compreensão das Lições do Cristo e da Doutrina Espírita.

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