E o governo, vai, ou não vai cair?

Antônio Carlos Navarro
23/03/2016
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antonio_carlos_navarroVivemos dias tensos na política brasileira, decorrentes da forma com que o atual governo gerenciou suas propostas na condução do Estado, e da insatisfação que se instalou em grande parte da sociedade que se sente prejudicada e indignada.

Enquanto uns defendem a permanência dos atuais governantes, outros exigem suas saídas, com todos entendendo que têm nas mãos a solução para os problemas atuais.

São situações originadas da necessidade de vivermos em sociedade, conforme asseveram os Benfeitores Espirituais encarregados de implantar o Consolador prometido (1) na Terra:

“A vida social é uma obrigação natural? – Certamente. Deus fez o homem para viver em sociedade. Deus deu-lhe a palavra e todas as demais faculdades necessárias ao relacionamento.” (2)

E os Benfeitores acrescentam algo ao responderem o seguinte questionamento:

“A necessidade para o homem de viver em sociedade lhe impõe obrigações particulares? – Sim, e a primeira de todas é a de respeitar os direitos dos semelhantes. Aquele que respeitar esses direitos sempre será justo. Em vosso mundo, onde tantos homens não praticam a lei da justiça, cada um usa de represálias, e isso gera perturbação e confusão em vossa sociedade. A vida social dá direitos e impõe deveres recíprocos.” (3)

Allan Kardec, Educador e Codificador da Doutrina Espírita, nos aponta que:

“Em nenhum tempo, nem em nenhum povo, os homens em sociedade puderam abster-se de chefes; são encontrados entre os povos mais selvagens. Isso se prende a que, em razão da diversidade das aptidões e dos caracteres inerentes à espécie humana, há por toda a parte homens incapazes que é preciso dirigir, fracos que é necessário proteger, paixões que é preciso comprimir; daí a necessidade de uma autoridade.” (4)

Essa autoridade apontada por Allan Kardec é representada pelo Estado, e a respeito de sua existência, foi proposto a Emmanuel, Benfeitor Espiritual e Guia do médium Francisco Cândido Xavier, o seguinte:

“Reconhecendo-se o Estado como aparelhamento de leis convencionais, é justificável a sua existência, bem como a das classes armadas, que sustentam no mundo? – Na situação (ou condição) atual do mundo e considerando a heterogeneidade dos caracteres e das expressões evolutivas das criaturas, examinadas isoladamente, justifica-se a necessidade dos aparelhos estatais nas convenções políticas, bem como das classes armadas que os mantêm no orbe, como institutos de ordem para a execução das provas individuais, nas contingências humanas, até que o homem perceba o sentido de concórdia e fraternidade dentro das leis do Criador; prescindindo então da obrigatoriedade de certas determinações das leis humanas, convencionais e transitórias.” (5)

Os representantes da sociedade que dirigem o Estado são eleitos por seus membros, portanto, refletem, coletivamente, os valores morais particulares do povo como um todo, mas isso não retira deles a responsabilidade pessoal diante das leis naturais, como nos assevera o Benfeitor Emmanuel:

“O homem que guarda responsabilidade nos cargos públicos da Terra responde, no plano espiritual, pelas ordens que cumpre e faz cumprir? A responsabilidade de um cargo público, pelas suas características morais, é sempre mais importante que a concedida por Deus sobre um patrimônio material. Daí a verdade que, na vida espiritual, o depositário do bem público responderá sempre pelas ordens expedidas pela sua autoridade, nas tarefas da Terra.” (6)

A imperfeição humana gera Estado imperfeito, por isso mesmo em constante modificação, consequentemente “cai”, de tempos em tempos, de uma forma ou de outra, sendo substituído por outro, e este, um dia, também “cairá”.

Em relação ao comportamento desse ou daquele governante, e dos defensores dessa ou daquela ideia, também vale a assertiva de que se deve atirar a primeira pedra aquele que estiver sem pecados. Importa, por isso mesmo, que as cobranças, as exigências e as ações que visam a mudança ou a manutenção da situação, ocorram em sintonia com as leis que regem a vida social, e mais ainda em relação às Leis Naturais, que pedem que se faça aos outros o que se gostaria que nos fizessem, e que garante sempre o retorno de acordo com nossas próprias obras.

Se os governos humanos são passageiros, há, porém, um Governo que não “cai”, e que nunca “cairá”. É o Governo do Senhor Jesus, conforme nos aponta o Benfeitor Emmanuel:

“Passaram as gerações de todos os tempos, com as suas inquietações e angústias. As guerras ensanguentaram o roteiro dos povos nas suas peregrinações incessantes para o conhecimento superior.

Caíram os tronos dos reis e esfacelaram-se coroas milenárias. Os príncipes do mundo voltaram ao teatro de sua vaidade orgulhosa, no indumento humilde dos escravos, e, em vão, os ditadores conclamaram, e conclamam ainda, os povos da Terra, para o morticínio e para a destruição.

O determinismo do amor e do bem é a lei de todo o Universo e a alma humana emerge de todas as catástrofes em busca de uma vida melhor.

Só Jesus não passou, na caminhada dolorosa das raças, objetivando a dilaceração de todas as fronteiras para o amplexo universal.

Ele é a Luz do Princípio e em suas mãos misericordiosas repousam os destinos do mundo. Seu coração magnânimo é a fonte da vida para toda a Humanidade terrestre. Sua mensagem de amor, no Evangelho, é a eterna palavra da ressurreição e da justiça, da fraternidade e da misericórdia. Todas as coisas humanas passaram, todas as coisas humanas se modificarão. Ele, porém, é a Luz de todas as vidas terrestres, inacessível ao tempo e à destruição.” (7)

É por essas razões que o Senhor Jesus, Governador Espiritual do planeta, é o tipo mais perfeito que Deus ofereceu ao homem para lhe servir de guia e modelo em sua viagem rumo à perfeição. (8)

Pensemos nisso.

Antônio Carlos Navarro

 

Referências Bibliográficas:

(1) João 14:26;

(2) O Livro dos Espíritos, Allan Kardec, questão 766;

(3) O Livro dos Espíritos, Allan Kardec, questão 877;

(4) Obras Póstumas, Allan Kardec, cap. V – As Aristocracias;

(5) O Consolador, Emmanuel e Francisco C. Xavier, questão 58;

(6) O Consolador, Emmanuel e Francisco C. Xavier, questão 65;

(7) A Caminho da Luz, Emmanuel e Francisco C. Xavier, Introdução;

(8) O Livro dos Espíritos, Allan Kardec, questão 625.

 

Nota do Editor:

Imagem em destaque disponível em <http://www1.folha.uol.com.br/poder/2015/08/1669405-protestos-contra-governo-dilma-ocorrem-em-oito-capitais-e-no-df.shtml>. Acesso em 23MAR2016.

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