
Cuidado com o que guardamos no coração
Tenhamos o cuidado de verificar se não estamos envolvidos pelos maléficos efeitos de mágoas do passado, remoendo as velhas feridas resultantes de antigas e inglórias lutas que já estão bem distantes, escutando como se fossem proferidas hoje as palavras duras ouvidas de alguém num momento de descontrole em certa ocasião, lamentando a derrota sofrida num empreendimento mal sucedido ou ainda sentindo os golpes das dores de uma relação amorosa mal sucedida, amaldiçoando a amizade infiel de alguém que não nos soube honrar a confiança, e que, por essa razão, não conseguimos tirar da cabeça, prejudicando sobremaneira a nossa vida presente.
Importância da reflexão
“Entendendo-se que toda mente vibra na onda de estímulos e pensamentos em que se identifica, facilmente perceberemos que cada Espírito gera em si mesmo inimaginável potencial de forças mento-eletromagnéticas, exteriorizando nessa corrente psíquica os recursos e valores que acumula em si próprio.
Daí nasce a importância da reflexão em todos os setores da vida.
É que, gerando força criativa incessante em nós, assimilamos, por impulso espontâneo, as correntes mentais que se harmonizem com o nosso tipo de onda, impondo às mentes simpáticas o fruto de nossas elucubrações e delas recolhendo o que lhes seja característico, em ação que independe da distância espacial, sempre que a simpatia esteja estabelecida e, com mais objetividade e eficiência, quando o serviço de troca mental se evidencie assegurado conscientemente”. (1)
Quando nos propomos a auscultar nosso mundo íntimo com equilíbrio e sinceridade, muitas vezes nos surpreendemos ao constatar que no fundo do baú onde deveríamos guardar com cuidado os tesouros das nobres conquistas, existem ainda vivas dentro de nós as lembranças desditosas, de uma pequenina palavra rude ou maldosa, com que alguém se referiu a nós em época já bem recuada, ou alguma atitude que não aprovamos e que nos desagradou profundamente. Essas palavras ou atitudes nos feriram o orgulho próprio de tal maneira, que jamais nos permitiu um só instante de reflexão sobre os malefícios que seus efeitos têm causado ao longo desses vários anos.
Desacostumados a desculpar as faltas dos outros, não procuramos observar que todos estamos sujeitos a pequenos deslizes, que assim como alguém nos ofendeu ou nos causou qualquer tipo de prejuízo, por nossa vez, também já fomos motivos de contrariedade para alguém em algum momento da vida, certamente também já provocamos a ira de alguém com nosso procedimento. Precisamos entender que não somos perfeitos, e aprendamos a perdoar nossos pais, irmãos, amigos de infância, professores, pessoas que passaram por nossa vida sentimental, profissional, familiar etc., esqueçamos os enganos deles para conosco, sigamos o ensinamento de Jesus ao Apóstolo Pedro quando este lhe perguntou: “Senhor, quantas vezes perdoarei a meu irmão, quando houver pecado contra mim? Até setenta vezes?” – Respondeu-lhe Jesus: “Não vos digo que perdoeis até setenta vezes, mas até setenta vezes sete vezes” (Mateus 13: 15,21 e 22). (2)
Somente com o perdão das ofensas poderemos lograr êxito no anseio de libertação da angustiosa situação em que muitos de nós nos encontramos. Perdoando aquele que se equivocou para conosco, seremos os maiores beneficiados porque nos libertamos das incômodas aflições que nos maltratam e atrasam a ascensão aos cimos da espiritualidade maior.
Sigamos resolutos os exemplos do Mestre maior de toda a humanidade, que mesmo na hora do seu testemunho final, quando preterido por nós em favor de um malfeitor conhecido por Barrabás, pediu ao Pai que nos perdoasse, pois, não sabíamos o que estávamos fazendo, mostrando-nos que é necessário compreender o momento de ignorância do nosso irmão na jornada terrestre.
Urge busquemos a ajuda de Jesus, fazendo silêncio em nosso mundo interior e oremos com fervor para que ELE nos ajude a estancar definitivamente do coração esses sentimentos impuros que são causadores de nossa própria infelicidade. Prossigamos no trabalho de burilamento tão imprescindível ao nosso progresso espiritual, confiantes e otimistas, esquecendo as desilusões passadas e implantando em nosso coração o reino de Deus para desfrutarmos de um alegre encantamento de viver bem melhor e mais feliz, compreendendo que na vida só o amor deve ser guardado com todo cuidado.
Francisco Rebouças
Referências:
1) Xavier, Francisco Costa, pelo Espírito André Luiz – Livro: Mecanismos da Mediunidade. FEB, 16ª edição – Cap. XII; e
2) Jesus – (Mateus 13: 15,21 e 22). (2)
Nota do editor:
Imagem ilustrativa e em destaque disponível em <http://epistlestoday.com/to-forgive/>.
Acesso em: 27OUT2016.
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