A roupa de ver Deus

Richard Simonetti IN MEMORIAM
26/01/2017
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Vai longe o tempo em que terno e gravata faziam parte do cotidiano masculino.

No cinema, nos bancos, no comércio, em reuniões sociais, ninguém estaria decente sem a tira de pano ao redor do pescoço, camisa de colarinho duro, convenientemente coberta pelo indefectível paletó.

O rigor era tanto que em alguns locais forneciam-se surradas gravatas, por empréstimo, aos desleixados.

Depositava-se o valor correspondente que era restituído na devolução, evitando que os fregueses a levassem.

A moda feminina era mais flexível, mas sempre pautada por vestuário recatado.

Nada que lembrasse as burcas afegãs,   porém saias longas, vestidos sem decote, ombros cobertos…

***

Hoje tais rigores estão superados.

Vivendo num país tropical, de tórrido verão, é inconcebível usar tanto pano, com os inconvenientes que lhe são inerentes: suor excessivo, calor sufocante, mal-estar, certo odor…

Não obstante, há limites a serem observados.

É preciso algum cuidado, evitando converter o espaço urbano em extensão dos campos de nudismo, num retorno impudente ao naturalismo inocente de Adão e Eva.

Disciplinas devem ser observadas, particularmente nos templos religiosos.

A atenção dos fiéis não pode ser desviada ou perturbada pela exposição dos delicados atributos femininos ou da desaprazível pilosidade masculina.

***

A participação em atividade religiosa é um momento solene.

Direta ou indiretamente estamos buscando a comunhão com o Senhor Supremo, Nosso Pai.

É de bom-tom que estejamos convenientemente trajados.

Algumas correntes religiosas até exigem de seus profitentes os mesmos rigores do passado.

Impõem a roupa de ver Deus.

Terno e gravata para os homens; panos sobrando para as mulheres.

Exageros à parte, forçoso reconhecer que há algo inadmissível: ostentar no recinto consagrado à atividade religiosa a mesma descontração com que comparecemos à praia ou ao balneário.

Esse princípio vale para o Centro Espírita.

Nele temos:

A escola abençoada…

O hospital das almas…

A oficina de trabalho…

É também o recinto sagrado onde buscamos a comunhão com a espiritualidade: o templo de nossa fé.

Imperioso, portanto, que respeitemos o Centro Espírita e o que ele representa, guardando em suas dependências um cuidado fundamental:

Sobriedade no vestir!…

Richard Simonetti

 

Nota do editor:
Imagem ilustrativa e em destaque disponível em <http://www.noticiasespiritas.com.br/2015/MARCO/20-03-2015.htm>.

Foto da Mocidade Espírita Irma Ragazzi Martins (1964). A partir da esquerda: Adalberto Quirino da Silva (orador da manhã); Olga Angelo Cintra; Maria Helena M. Freire, Benedita Gobi (desencarnada); Zuleica Novo; Lúcia Helena Novo; Sueli Afonso Silva; Heloina Angelo Cintra; Neusa Maria Gobi; Fernandina Reis Pedroso; Jurdeci Santiago; Antonieta Maria Cristina Perri de Carvalho; Barcelo Angelo Cintra; Ismael Gobi (Ismael Gobbo); Darci Moreira da Silva (desencarnado); de pé: João Lucas; semi-encoberto não identificado. Fotórafo: Antonio Cesar Perri de Carvalho (ex-Presidente da FEB). Arquivo Nosso Lar.

Acesso em 26JAN2017.

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