
O que ainda falta
Desde o aparecimento da escrita, há aproximadamente seis mil anos, a evolução do pensamento e conhecimento humano tem se acelerado continuamente, atingindo, nos dias de hoje, uma velocidade estonteante.
Milhares de informações são disponibilizadas minuto a minuto, em todas as áreas, deixando entrever um universo a ser conhecido, em todos as direções.
Com isso aprendemos a desenvolver e dominar muitas técnicas de engenharia e de medicina, por exemplo, produzindo muitas possibilidades de bem-estar e de prolongamento da vida física com alguma qualidade a mais.
No entanto, impressiona a quantidade de seres humanos sem o mínimo necessário para viver, tanta violência e portadores de transtornos psicológicos, e a quantidade desproporcional de riquezas nas mãos de poucos, em detrimento da miséria de muitos, criando um abismo imenso entre os seres humanos.
Ao mesmo tempo vemos o interesse pessoal se sobrepor ao coletivo em cada passo que damos, como também a divergência incontornável do entendimento religioso, que ainda nos leva às guerras destruidoras de vidas e de bens materiais.
Vemos também, diuturnamente, o contraditório no comportamento humano quando se dá prioridade aos animais, adotando-os como se fossem filhos, desinteressando-se das condições e destino de irmãos em humanidade. Não que os animais não mereçam cuidados, longe disso, mas a inversão de valores é gritante.
Poderíamos arriscar dizer que ainda falta sentimento de humanidade entre nós.
Quando estivermos conscientes da nossa natureza, que é divina, mudaremos de comportamento. E é a essa consciência que a Doutrina Espírita está nos levando, os espíritas, e nós, por nossa vez, temos o dever de divulgá-la para alcançar toda a humanidade. E divulgá-la principalmente pelo exemplo.
A reencarnação iguala os seres humanos, assim como o ponto de partida e o ponto de chegada do Espírito, da simplicidade e ignorância à perfeição relativa da criatura.
Quando estivermos convencidos de que o que está em nosso poder, qualquer coisa que seja, material ou subjetivo, é instrumento de progresso para si mesmo e para o próximo, haveremos de consertar o mundo em passos mais rápidos. Cuidaremos de nós mesmos e do próximo na mesma intensidade.
É inerente ao entendimento humano a existência de uma hierarquia espiritual, e quase todos nós experimentamos esse sentimento. Não é sem razão; é a marca do Criador em nós. E se há uma hierarquia, há um caminho ascendente, de forma que quem avança socorre os que estão atrás, e o exemplo maior que temos é o Senhor Jesus, que insistentemente nos orientou a fazer para o próximo o que desejaríamos para nós mesmos. Nada mais do que isso. E é justamente o que parece estar faltando.
Pensemos nisso.
Antônio Carlos Navarro
Nota do editor:
Imagem ilustrativa e em destaque disponível em <http://www.fivetechnology.com/> Acesso em: 14FEV2017.
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