Importante saber estender as mãos a quem precisar!

Francisco Rebouças
15/02/2017
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Sabemos que em verdade, não podemos esquecer sem sérios prejuízos para nós mesmos, do compromisso que temos com a beneficência no trabalho de amparo ao enfermo, de alimentar o faminto, esclarecer o equivocado etc., esforçando-nos com alegria para servir no campo da assistência social na tarefa que nos couber, em busca do aprimoramento próprio.

Não nos deixemos contaminar pelo excesso de conforto pessoal que incentive em nós o comodismo ou a indiferença diante daqueles que caminham atormentados pelos contratempos das dolorosas experiências, e tenhamos cuidado com o orgulho desvairado e a desmedida ambição pela qual pretendamos nos apossar dos benefícios da Terra, sem nos lembrar de que os outros também são criaturas com as mesmas necessidades e propostas de felicidade que a nossa.

Nas Instituições orientadas pela filosofia e fé cristãs em todos os tempos, embora quase sempre em regime de grandes dificuldades a caridade jamais foi totalmente esquecida pelos discípulos do Evangelho renovador. Desde as primitivas organizações apostólicas até hoje, o socorro aos necessitados, sob a inspiração de Jesus, caminha passo a passo esclarecendo mentes e aliviando sofrimentos em todo o no mundo.

Não obstante, os homens ainda hoje, mantêm-se em inaceitável ignorância navegando pelos mares revoltos das pavorosas desilusões, buscando o supérfluo e, ao mesmo tempo, morrendo de fome e passando sérias privações por dar mais valor à conquista dos bens materiais do que aos valores do Espírito Imortal. Embora o homem desfrute hoje dos inumeráveis benefícios promovidos pelo progresso das descobertas no campo das comunicações, nunca esteve tão distante e separados dos outros.

Desenvolveu significativos avanços no conhecimento científico para a extensão da alegria de viver, mas, permanece atordoado pelo desespero promovido pela violência; engendrou inteligentes invenções de máquinas de variadas espécies que comprovam o avanço tecnológico e científico da humanidade, entretanto em tempo algum padeceu de tanto tédio como atualmente no grandioso espetáculo da vida em nosso planeta. Isso se dá, porque o homem de hoje, com  maiores  conhecimentos que  o  homem  de ontem,  visa simplesmente a conquista de sua felicidade sem a preocupação com os que os cercam, como se fosse possível ter uma vida de alegrias cercados por indivíduos infelizes e sofredores.

“O homem só possui em plena propriedade aquilo que lhe é dado levar deste mundo. Do que encontra ao chegar e deixa ao partir goza ele enquanto aqui permanece. Forçado, porém, que é a abandonar tudo isso, não tem das suas riquezas a posse real, mas, simplesmente, o usufruto. Que é então o que ele possui? Nada do que é de uso do corpo; tudo o que é de uso da alma: a inteligência, os conhecimentos, as qualidades morais. Isso o que ele traz e leva consigo, o que ninguém lhe pode arrebatar, o que lhe será de muito mais utilidade no outro mundo do que neste. Depende dele ser mais rico ao partir do que ao chegar, visto como, do que tiver adquirido em bem, resultará a sua posição futura.

Os bens da Terra pertencem a Deus, que os distribui a seu grado, não sendo o homem senão o usufrutuário, o administrador mais ou menos íntegro e inteligente desses bens. Tanto eles não constituem propriedade individual do homem, que Deus frequentemente anula todas as previsões e a riqueza foge àquele que se julga com os melhores títulos para possuí-la.

Não podeis servir a Deus e a Mamon. Guardai bem isso em lembrança, vós, a quem o amor do ouro domina; vós, que venderíeis a alma para possuir tesouros, porque eles permitem vos eleveis acima dos outros homens e vos proporcionam os gozos das paixões que vos escravizam.” (1)

É imprescindível entender que não podemos nos despreocupar do exercício da caridade que nos induz ao serviço infatigável no Bem, pelo qual conquistaremos a paz interior e com certeza a alegria que o bem nos pode propiciar pelo benefício que o outro também desfrutará e que lhe será motivo de crescimento moral espiritual e nos auxiliará na compreensão de que precisamos investir na renúncia e no esquecimento de nossas velhas imperfeições.

Assim sendo, dediquemo-nos ao trabalho de beneficência que nos faça melhores pelo sacrifício de nós mesmos, a benefício de nossos semelhantes, dividindo os valores dos bens físicos ou morais que por ventura já estejamos detentores, transitoriamente, no mundo, como servidores e usufrutuários dos Bens Divinos, mas não nos esqueçamos de que só o aperfeiçoamento de nossa própria individualidade, com a sublimação de nossos sentimentos, poderá assegurar a cada um de nós os altos objetivos que nos compete atingir.

Francisco Rebouças

Referência:
(1) Kardec, Allan.  O Evangelho Segundo o Espiritismo, F.E.B. 112ª edição, Cap. XVI, item 9.

Nota do editor:
Imagem ilustrativa e em destaque disponível em
< http://dream-prophecy.blogspot.com.br/2014_11_01_archive.html >. Acesso em: 15FEV2017.

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