
A degeneração da personalidade
“Pilatos perguntou-lhe outra vez: Nada respondes? Vê de quantos delitos te acusam!” (1)
A reencarnação, como lei natural, na sua expressão mais simples, consiste no retorno do Espírito às experiências no mundo físico. Como um dos princípios básicos da Doutrina Espírita, ensinam os Benfeitores, que a reencarnação é oportunidade de recomposição dos caminhos, reparação dos erros, reaquisição de valores morais e reequilíbrio das energias psíquicas e emocionais.
É fato que, mergulhados na persona, muitas vezes, nos equivocamos e nos afastamos de nosso planejamento reencarnatório. Por diversas vezes o Espírito, senhor de suas opções, quando credor, pelo atributo divino da relativa liberdade de escolha, comete infrações que lesam o seu patrimônio espiritual, comprometendo-se com porvindouros ingressos no arcabouço fisiológico sob os impactos de densas experiências provacionais e ou expiatórias.
Deus, que é Amor, como nos lembra o apóstolo João, permite-nos nova aprendizagem, a fim de que haja uma harmonia divina no ordenamento da Sua criação.
Imperioso lembrar, porém, que não existe comoções de caráter punitivos nos estatutos e códigos divinos. Ensina-nos o Espiritismo que a existência física oportuniza aprendizagem, às vezes indesejadas por espíritos rebeldes, insolentes e comprometidos com as leis divinas.
O Espírito Emmanuel nos ensina que:
“A lei divina é uma só, isto é, a do amor que abrange todas as coisas e todas as criaturas do Universo ilimitado (…) A concessão paternal de Deus, no que se refere à reencarnação para a sagrada oportunidade de uma nova experiência, já significa, em si, o perdão ou a magnanimidade da Lei (…) Todavia, essa oportunidade só é concedida quando o Espírito deseja regenerar-se e renovar seus valores íntimos pelo esforço nos trabalhos santificantes.” (2)
Deste modo, a reencarnação é o amor do Criador, em movimento, regenerando a criatura.
O espírito em evolução, por inúmeras causas, engendra-se em experiências dolorosas como prova ou em face da consequência de suas ações mentais fixadas na má persona do passado, conservando, assim, sentimentos que necessitam de reajustes forçosos. Dessa forma, decorre a degeneração de suas potências sublimes, porquanto criatura energética e luminosa, produzindo as deformidades de ordem fisiopsíquicas, refletidas no corpo físico.
As deficiências orgânicas são, quase sempre, reflexos da queda de potencial das energias espirituais.
A doença é sempre o efeito e nunca a causa das dores.
A dor tem função corretiva, pedagógica, instrutiva e reeducativa, portanto, não dimana de Deus, porque segundo a Lei é reflexo de quem erra.
Degenerar-se significa decompor-se, corromper-se, depravar-se, moralmente.
A advertência do “Salva-te a ti mesmo, e desce da cruz”, anotada pelo evangelista Marcos, traz a reflexão oportuna para traçar novos rumos evolutivos.
Não haverão acusadores e nem juízes.
Despertemo-nos para a grandeza da evolução e glorifiquemos a reencarnação.
Jane Maiolo
Referências Bibliográficas:
(1) Marcos 15,4; e
(2) XAVIER, Francisco Cândido. O Consolador, ditado pelo espírito Emmanuel, questão 333, RJ: Ed. FEB, 1942.
Nota do editor:
Imagem ilustrativa e em destaque disponível em <https://www.pinterest.com/autumn31813lk/jesus-of-nazareth/>. Acesso em: 12MAR2017.
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