Conhecimento e trabalho, fórmula do progresso!

Francisco Rebouças
17/10/2017
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“E perguntou-lhe Jesus, dizendo: “Qual é o teu nome?” E ele disse: “Legião”, porque tinham entrado nele muitos demônios.” LUCAS, versículo 8, capítulo 30.

Conhecemos alguns confrades da Seara espírita que ainda não entendem o quão importante é a criação em suas instituições espíritas dos grupos destinados ao labor da mediunidade isto é, as “Reuniões Mediúnicas”, alegando que não há necessidade desse tipo de trabalho por serem as instituições espíritas locais onde essas atividades são realizadas pelos espíritos superiores, sem a necessidade de nossa participação.

Não levam em conta que nem todos os espíritos desencarnados estão em condições de serem atendidos pelos espíritos superiores por se acharem em muitos dos casos absolutamente pertencentes ao mundo dos “vivos do plano físico”, visto que vivos estamos todos em ambos os planos da vida; como nos esclarece a benfeitora Joanna de Ângelis quando nos diz que: “ninguém jamais sai da vida”.

Todas a as atividades de uma casa espírita são de uma importância e um valor ainda incalculável e de difícil percepção pelo homem encarnado dependente dos 5 (cinco) sentidos materiais, entre essas atividades a palestra pública – vejamos no trecho intitulado “Ante o serviço”:

“Leve chamamento à porta provocou a saída de um dos companheiros da atitude de meditação, para atender.
Dois enfermos, uma senhora jovem e um cavalheiro idoso, custodiados por dois familiares, transpuseram o umbral, localizando-se num dos ângulos da sala, fora do círculo magnético.
– São doentes a serem beneficiados – informou-nos o orientador.
Logo após, um colaborador de nosso plano franqueou acesso a numerosas entidades sofredoras e perturbadas, que se postaram, diante da assembleia, formando legião.
Nenhuma delas vinha até nós, constrangidamente.
Dir-se-ia que se aglomeravam, em derredor dos amigos encarnados em prece, quais mariposas inconscientes, rodeando grande luz.
Vinham bulhentas, proferindo frases desconexas ou exclamações menos edificantes, entretanto, logo que atingidas pelas emanações espirituais do grupo, emudeciam de pronto, qual se fossem contidas por forças que elas próprias não conseguiam perceber.
Atencioso, Áulus notificou:
São almas em turvação mental, que acompanham parentes, amigos ou desafetos às reuniões públicas da Instituição, e que se desligam deles quando os encarnados se deixam renovar pelas ideias salvadoras, expressas na palavra dos que veiculam o ensinamento doutrinário. Modificando o centro mental daqueles que habitualmente vampirizam, essas entidades vêm-se como que despejadas de casa, porquanto, alterada a elaboração do pensamento naqueles a quem se afeiçoam, experimentam súbitas reviravoltas nas posições em que, falsamente, se equilibram.
Algumas delas, rebeladas, fogem dos templos de oração como este, detestando-lhes temporariamente os serviços e armando novas perseguições às suas vítimas, que procuram até o reencontro; contudo, outras, de algum modo tocadas pelas lições ouvidas, demoram-se no local das predicações, em ansiosa expectativa, famintas de maior esclarecimento…” (1)

Sabemos que também os desencarnados sofrem a influência dos chamados “demônios” que, nada mais são, do que as almas dos homens perversos, pela ignorância de que ainda são portadores, escravizados pelos instintos materiais, dos quais ainda não conseguiram se despojar conforme nos assevera o Codificador no item 6 do Cap. 12º do Evangelho Segundo o Espiritismo; são espíritos que sofrem a influenciação dos pensamentos mundanos, em processo de hipnose, dos quais só se libertarão, gradativamente, e com a ajuda dos corações dispostos ao trabalho da mediunidade, para ajudar nossos irmãos desencarnados e enfermos, prisioneiros da insatisfação, da angústia e dos tormentos de toda ordem.

Por isso mesmo, é de fundamental importância às equipes destinadas aos nobres labores espirituais nas casas espíritas preparem-se devidamente para que seja possível realizar um eficiente trabalho de socorro aos irmãos envolvidos nos meandros da mente perturbada que anseiam por libertar-se dos dolorosos estados em que se apresentam, fora do veículo físico, desconhecendo até mesmo que já não fazem parte do número os encarnados, vivendo como se no corpo de carne estivessem.

Com relação aos trabalhos de desobsessão, os Espíritos Superiores nos esclarecem que cada vez mais se faz necessário a criação de novos grupos mediúnicos com a disposição de servir na Seara do Mestre de Nazaré, que espera contar com cada bom servidor na nobilitante arte de levar o esclarecimento e o alívio das dores que castigam sem piedade os infelizes desafortunados de agora, que colhem os frutos azedos de suas semeaduras irresponsáveis de outros tempos, que rogam por clemência, à espera de mãos prestimosas que lhes afaguem o semblante cansado e vencido pelas dores e tormentos atrozes de uma consciência afogada nas lembranças dos cometimentos infelizes de outrora que agora surgem em forma de remorsos corrosivos a minar-lhes as últimas gotas de resistência.

Foi Jesus quem nos asseverou: “não são os sãos que precisam de médico, e sim os doentes, mostrando-nos que a caridade e o amor ao próximo, de ambos os planos da vida, é sagrado caminho de redenção para tantos quanto estão na busca por dias mais venturosos, isto porque, é no trabalho da caridade que usufruiremos das benesses do amor, ao constatarmos nossos esforços produzindo saborosos frutos, proporcionando-nos alegria e crescimento individual e contribuindo para o crescimento da humanidade como um todo.

O trabalho na mediunidade requer o concurso de corações abnegados e amigos, com bastante disciplina e muito amor, para auxiliar nos templos espíritas essa legião de enfermos da Alma, no trato ao mesmo tempo do obsidiado e do obsessor, pois ambos precisam entender que só através do esclarecimento e do procedimento fraterno entre as criaturas alcançarão a sonhada alegria de encontrar a almejada felicidade que não se consegue nem ferindo nem sendo ferido.

Roguemos ao Pai Criador, que nos dê forças para comparecermos também na condição de colaboradores do bem, participando de forma ativa em sua Seara, na firme disposição de fazer parte da equipe de trabalhadores da Seara de Jesus, fazendo a parte que nos couber realizar, na absoluta certeza de que perseguidos e perseguidores, conscientes ou inconscientes, arrojados a desorientação e à ignorância dos princípios das Leis Universais são irmãos que nos rogam nossa ajuda.

Urge entender que somos viajores da estrada do progresso evolutivo e fazemos parte da família universal e, dessa forma, não podemos nos furtar ao trabalho de harmonização e crescimento que a cada um de nós foi confiado, apresentando-nos o quanto antes para a árdua luta do bem contra o mal, pois o amor não é ministério que devamos relegar aos Espíritos Superiores e sim, uma obrigação moral e intransferível que nos compete abraçar como sendo também serviço de todos nós.

Jesus nos guarde e sustente em sua infinita Paz.

Francisco Rebouças

Referências Bibliográficas:
(1) CÂNDIDO XAVIER, FRANCISCO. Nos Domínios da Mediunidade. Espírito André Luiz. FEB- 23ª Edição – Cap. 4 – Ante o Serviço.

Nota do Editor:
Imagem em destaque disponível em <https://gecasadocaminhosv.blogspot.com.br/2016/02/doutrinador-ou-esclarecedor-nas.html>. Acesso em 17OUT2017.

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