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Em termos de lentidão evolutiva

dezembro 7, 2017

Não há quem não costume reclamar das condições da vida no mundo; dos níveis de progresso dos grupos sociais em que vive, desde o grupo familiar à sociedade maior.

Quantas vezes se reclama de quem fala alto demais, de quem fala demais e dos que fumam há anos, sem respeito nenhum pelos que os rodeiam? E dos que se alcoolizam e se encarregam de dirigir veículos com total desprezo pela sua e pela vida alheia?

Tudo isso desfila à frente dos olhos de todos, e significa a renitência do ser humano em impor modificação de caráter a si mesmo. É lugar-comum a presença do egoísmo que alardeia no íntimo de cada pessoa de modo que a ela tudo está permitido, tudo é liberado. E, sem se deter na mínima reflexão a respeito, o egoísta dá vazão ao que deseja fazer, ainda que desrespeite, ofenda ou agrida o direito dos semelhantes.

Educar sempre será um processo muito demorado para se alcançar bons resultados quando depender da vontade das pessoas que, desde muito cedo, não aprenderam noções de justiça, de respeito aos outros ou às coisas alheias.

O indivíduo adulto, quando haja acolhido em si os despropósitos da desfaçatez ou acreditado no poder de sua violência contra os outros, sem avaliar a dos outros contra si, se estiverem todos em idêntica e negativa sintonia, põe-se a apontar toda e qualquer norma, seja legal ou ditada pelo bom senso.

É daí que há tantas pessoas exteriorizando a própria desventura ou inferioridade de que padecem, nos atos costumeiros das mais básicas normas de convivência social.

Arrancam-se plantações do jardim público para levar para casa ou somente pelo impulso destruidor; liberam-se os próprios dejetos em logradouros públicos nem sempre por extrema necessidade, mas pela falta de hábito de respeitar o lugar de todos e o trabalho alheio, o que são características de almas ainda grotescas na evolução.

Picham-se muros e paredes, residências e próprios públicos e particulares, monumentos da cidade e tudo mais, pela falta de costume em lidar com a limpeza e pelo desrespeito ao que não nos pertence, mas que pertence a terceiros ou a toda a comunidade.

É com esse mesmo campo de tormentos, de carências éticas e de desplante que se riscam carros nas ruas, maldosamente, que se furtam coisas e se assalta, demonstrando-se aversão e mesmo ódio das pessoas que conseguiram o que o violento não conquistou.

A manutenção do descaso para com a educação doméstica, independente da sua origem, bem como do afastamento da escola, das religiões e da abordagem de temas vitais do cotidiano, tudo somado à teimosia de muita gente em querer progredir sobre ombros alheios e tirar proveito do que não fez por merecer, têm se mostrado como grande incentivo para que seja bem lenta a marcha da evolução humana, e para o alongamento dos tempos de lágrimas e dores das criaturas pelo mundo afora.

Para que implantemos um programa de modificação positiva desse estado da Humanidade, precisamos iniciar ou retomar ainda hoje a dedicação à boa formação dos nossos e de nós mesmos.

Psicografia de Raul Teixeira pelo Espírito Benedita Maria (Sua Mãe) do livro Todos precisam de paz na alma.

Raul Teixeira
Raul Teixeira

Raul Teixeira é um renomado médium, orador e escritor espírita brasileiro, nasceu em Niterói, Rio de Janeiro, em 20 de maio de 1949. Conferencista dos mais requisitados no Brasil e no Exterior, já levou a mensagem espírita a 45 países, tendo servido como médium na recepção de 35 livros, publicados pela Editora Fráter. Além de suas atividades como palestrante e escritor, Raul Teixeira é um dos fundadores da Sociedade Espírita Fraternidade, localizada em Niterói (RJ). A instituição mantém uma obra de Assistência Social Espírita denominada "Remanso Fraterno", que atende a crianças e família socialmente carentes, apoiando-as no seu soerguimento material e espiritual. Sua contribuição para a divulgação e expansão do Espiritismo no Brasil e no Mundo é amplamente reconhecida pela comunidade Espírita e além dela.

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