João e o Natal

Na imensidão do sertão
Onde João tem seu roçado
Seu pasto e sua “prantação”
Quis ele usar seu arado

Pensou no “Natar” que chegava
Pensou na fome dos “pobre”
Pediu a Jesus, que ele amava
Chuva e força para seu ato nobre

Pensava João em fazer um roçado
Para distribuir aos pobres comida
Comprou adubo e tomou as medidas
Amor e sementes foram jogadas.

Nasceu “mio”, “abroba”, batata
Mandioca, “repoio” e feijão
E com leite da vaca
João preparou manteiga, queijo e requeijão

Um “Natar” diferente João imaginou
Em vez de presente para as “criança”
Papai “Noer” daria amor,
Barriga cheia, paz e esperança

Mas João em grande “arvoroço”
“Oiô” seu “garpão” e pensou num “armoço”
Frango, macarrão, queijo e goiabada
Para matar a fome daquela gente amada.

O “Natar” de João foi o “meió” que teve
Na sua vida de roceiro e “trabaiadô”
Foi um dia abençoado e breve
Que Jesus a ele e a seu povo mandou

Os “adurto” conversava e sorria
As “criança” brincava e se divertia
E para coroar o seu dia
João recebeu um presente

Chegou um caminhão de brinquedo
Mandado por seu Chiquinho Macedo
João distribuiu carrinho e boneca
Bola, patinete e peteca

Lá da imensidão dos céus
Jesus sorriu para João
Mandou as bênçãos do céu
E João chorou de emoção

Orleide Felix de Matos

Nota do editor:
Imagem ilustrativa e em destaque disponível em <http://g1.globo.com/pi/piaui/noticia/2015/12/gerente-comercial-arrecada-quase-3-mil-brinquedos-e-doa-no-sertao-do-pi.html>. Acesso em: 16DEZ2017.