Progredir ouvindo e seguindo Jesus

Francisco Rebouças
10/01/2018
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“E Jesus lhes respondeu: Meu Pai obra até agora, e eu trabalho também.”  (João, 5:17.)

Progredir é melhorar, e essa é a única receita para evolução espiritual.

“Deus nosso Pai, colocou no íntimo de cada alma os germens de todas as virtudes, e de todas as potências espirituais e deixou-nos a responsabilidade de desenvolvê-las pela vontade e pelo trabalho, para que cresçam, e frutifiquem alimentando-nos com seus deliciosos frutos”.

Particularmente nós, espíritas, precisamos abraçar o trabalho construtivo, seja qual seja a posição em que nos encontremos, empenhemo-nos no aprimoramento individual, na certeza de que tudo se modifica em torno dos nossos passos, à medida que buscamos melhorar. Por essa mesma razão, estimula-nos ao dever irrepreensivelmente cumprido, seja no lar ou na profissão, na vida particular ou na atividade pública externando nos atos a pregação de sua própria fé raciocinada.

O espírita, na condição de aprendiz infatigável do progresso, não pode negligenciar nos estudos contidos na obra espírita codificada por Allan Kardec. Para tanto, não prescindimos da ação benfeitora de umas das sábias Leis Naturais, a Lei do Trabalho a que todos os homens estão submetidos para o seu próprio desenvolvimento, e aprimoramento, conforme asseveraram os Imortais ao Codificador do Espiritismo na questão que segue.

676. Por que o trabalho se impõe ao homem?

“Por ser uma consequência da sua natureza corpórea.

É expiação e, ao mesmo tempo, meio de aperfeiçoamento da sua inteligência. Sem o trabalho, o homem permaneceria sempre na infância, quanto à inteligência. Por isso é que seu alimento, sua segurança e seu bem-estar dependem do seu trabalho e da sua atividade. Ao extremamente fraco de corpo outorgou Deus a inteligência, em compensação. Mas é sempre um trabalho.” (1)

Precisamos estar atentos para as possibilidades que o trabalho realizado com boa vontade pode nos proporcionar. Quando realizamos algo com má vontade, com desânimo, sem o necessário empenho para realizá-lo com esmero e responsabilidade, o trabalho se torna cansativo, enfadonho e não rende.

O mau trabalhador está sempre queixoso, reclama de tudo e procura desculpas para tentar justificar sua má disposição em servir, atribui aos outros ou aos instrumentos a responsabilidade pelo fracasso que colhe como resultado de sua falta de capricho e empenho.

Esclarecido de que os instrumentos que utiliza são os mesmos utilizados pelos demais trabalhadores, que produzem muito mais e melhor que ele, volta o foco de suas desculpas para a ação do tempo, lamenta a chuva, reclama do calor, maldiz o vento etc., confirmando o velho e sábio ditado popular que diz: “o pior cego é aquele que não quer enxergar”.

Em contrapartida, o bom trabalhador compreende, antes de tudo, o sentido profundo da oportunidade que recebe. Agradece a Deus por tudo que a Divindade lhe oferece empenhando-se por fazer o melhor. Não se deixa influenciar pelas estações do ano, planta com o mesmo entusiasmo, as frutas do frio e do calor respeitando e aceitando os fenômenos da natureza, tirando lições para seu crescimento. É otimista, tem bom ânimo, encontra na aspereza da semeadura e na felicidade da colheita igual contentamento.

As lições de Jesus revestem-se de maravilhosa significação para que o fiel trabalhador progrida em todos os sentidos para superar as tribulações, incompreensões e desafios do mundo, por saber que muito há por fazer para alcançar êxito nas suas intenções de modificação do panorama dominante em seu mundo íntimo, colaborando para a melhoria da sociedade hodierna, aproveitando das oportunidades que a vida lhe concede.

O bom trabalhador não desanima nunca, pois sabe que os cegos de espírito continuarão queixosos, utilizando todos os tipos de desculpas; no entanto, os que já acordaram para Jesus sabem que sua época de trabalho redentor está pronta, não passou, nem está por vir. É o dia de hoje, é o ensejo bendito de servir, em nome do Senhor, aqui e agora…

O trabalhador consciente reconhece que se não aproveitou o dia de ontem, já perdeu essa oportunidade, se fará amanhã, não tem a menor certeza, pois não sabe o que lhe está reservado. Conclui dessa forma que o dia de hoje é o melhor dia para trabalhar e servir ao Mestre que se tornou modelo e guia da todos nós, pelo amor que oferecia a tantos quantos lhe cruzavam os caminhos, exemplificando seu apostolado no trabalho de caridade em favor do progresso de toda a humanidade.

Francisco Rebouças

Referência:
(1) Kardec, Allan. O Livro dos Espíritos – F.E.B. 76ª edição.

Nota do autor:
Grifos nossos.

Nota do editor:
Imagem ilustrativa e em destaque disponível em
<https://www.lds.org/media-library/images/bible-pictures-sermon-on-the-mount-958526?lang=eng>.
Acesso em: 09JAN2018.

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