Tânia, a menina que usava luvas (2ª e última Parte)

Orleide Felix de Matos
15/02/2018
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(* * * continuação do texto publicado no dia 08 de fevereiro. Clique aqui e leia a 1ª Parte)

-Meu Deus, disse Tânia,-  por que será que não se iluminam sempre?

E muitas vezes aconteceu isso, mas Tânia não tinha explicação, não sabia por que as luvas se iluminavam.

Depois de algumas semanas o vírus foi embora, o Rei Pessimismo foi embora e a Terra dos Sonhos voltou a ter alegria e as pessoas se curaram da tristeza.

Havia uma escola na floresta onde dona Maritaca, a professora, ensinava os bichos a serem bondosos e fazerem o bem. Tânia gostava de ir às aulas de dona Maritaca e um dia ficou sabendo que dona Maritaca iria ensinar um novo tipo de matemática. Nesse dia, Tânia foi a primeira a chegar e sentou-se na primeira fila. A professora chegou, cumprimentou os alunos e começou:

-Na escola dos homens vocês aprendem a matemática dos humanos, mas aqui na floresta nós aprendemos outro tipo de matemática que é a matemática do bem. Essa matemática não é feita por números. Suas continhas são feitas por palavras.

E dona Maritaca virou-se e começou a escrever no quadro negro as seguintes continhas:

Ofensa + esquecimento = perdão

Compreensão + tolerância = indulgência

Bondade + fraternidade = gentileza

Piedade + fraternidade = misericórdia

Esperança + pensamento positivo = confiança

Confiança em Deus + confiança em si mesmo = fé

Dedicação + doação = caridade

E disse depois a professora:

-E a continha maior de todas é que somando perdão + indulgência + gentileza + misericórdia +confiança + caridade + bondade + fraternidade + esperança + piedade + doação = AMOR. Essas e outras continhas Jesus nos ensinou e devemos praticá-las sempre.

Naquele dia Tânia voltou para casa pensativa e disse à sua mãe:

-Mamãe, a professora dona Maritaca começou a ensinar a matemática de Jesus.

-Como assim, minha filha? – perguntou a mãe de Tânia.

-Ela ensinou algumas continhas que disse serem de Jesus. Não são iguais às continhas da minha escola. São diferentes porque não tem números, mas tem palavras, – disse Tânia.

-E como são essas continhas, Tânia? – perguntou sua mãe.

E Tânia mostrou à sua mãe seu caderno com as continhas de dona Maritaca e sua mãe disse:

-Que interessante filhinha. Essas continhas deveremos fazê-las todos os dias porque são continhas do bem e que nos ajudam a viver melhor.

Alguns dias depois, Tânia foi passear na Terra do Amor. E passeando numa praça com muitas flores, encontrou aquele ancião que tinha lhe dado as luvas. E ele lhe disse:

-Então, Tânia, descobriu o que as luvas tem de especial?

-Sim,senhor Francisco, – respondeu ela. Elas se iluminam, mas não é sempre e eu não sei por que não se iluminam sempre.

-Há alguns dias atrás você recebeu aulas sobre a matemática de Jesus, não foi Tânia? – perguntou o ancião.

-Sim, mas como o senhor sabe? – perguntou ela.

-Esqueceu-se de que moro na Terra do Amor e o amor nos faz saber de tudo? O amor nos abre a visão e o coração para amar a todos – respondeu o ancião

-E o que tem a ver a aula sobre a matemática de Jesus com as minhas luvas? – perguntou Tânia.

-Tem tudo a ver, Tânia – respondeu o ancião. Pense em tudo o que você aprendeu na aula e o que fez no hospital, quando as pessoas estavam contaminadas pelo vírus do pessimismo. É uma continha de somar. Ache as palavras certas como ensinou dona Maritaca e some-as e a soma é a resposta que você procura.

Tânia voltou para sua casa pensando, pensando.

No outro dia foi para a aula de dona Maritaca e pediu que a ajudasse. E dona Maritaca respondeu:

-Essa é uma tarefa sua, Tânia. É sua lição para passar de ano na escola da floresta. Pegue o dicionário de Jesus e as palavras que escrevi no quadro negro. Recorda-se delas? São esperança, fraternidade, caridade, confiança, bondade e todas as outras palavras. Depois procure o significado delas e veja se representam suas boas ações e depois some-as e terá a resposta do motivo pelo qual as luvas se iluminam.

Tânia foi à biblioteca da floresta e procurou o dicionário de Jesus. Sentou-se na mesa e começou a procurar as palavras que combinavam com tudo o que tinha feito no hospital, na rua, na escola, etc. E que legal! Aprendeu um montão de palavras que não conhecia e viu aquelas ensinadas por dona Maritaca. E começou a se lembrar do que tinha feito no hospital, na rua, na escola. E pensava: eu acariciei os cabelos daquela vovozinha, dei comida na boca do vovozinho, ajudei uma pessoa a subir no ônibus segurando suas sacolas, na escola ensinei uma continha a uma amiga que não conseguia fazer. O que é tudo isso? E leu o significado de várias palavras e chegou a uma importantíssima: caridade e a outra chamada amor. E então entendeu que o que ela tinha feito chamava-se caridade e toda vez que ela ajudava alguém as luvas se iluminavam. Ela tinha feito o bem e fazer o bem é fazer caridade.

-Ah, então o que faz as luvas se iluminarem é a caridade, é o amor.

Saiu correndo e foi procurar dona Maritaca.

-Dona Maritaca, já sei o que faz as luvas se iluminarem.

-E o que é, Tânia?- perguntou dona Maritaca.

-É o amor e a caridade,- respondeu Tânia.

-Muito bem, disse a professora. É isso mesmo. Quando você se dedica a fazer o bem e ajuda as pessoas, você está praticando o amor ao próximo e essa ajuda se chama caridade.

Tânia ficou entusiasmada porque a luz das luvas quando se iluminavam era belíssima e toda vez que isso acontecia ela sentia uma felicidade imensa. Uma alegria muito grande invadia seu coração. Na floresta sempre tinha bichos precisando de ajuda e gente também. Em qualquer lugar Tânia prestava atenção e sempre via quem precisava de ajuda e corria para ajudar. Isso fez de Tânia uma menina mais alegre ainda.

Um dia resolveu abrir uma casa onde pudesse ajudar as pessoas a qualquer hora do dia ou da noite. Convidou dona Maritaca para trabalhar. Com a ajuda das pessoas e dos bichos a casa foi construída e recebia quem estivesse precisando de remédio, de comida, de roupa e cuidava de quem estivesse triste e desanimado. E para quem estivesse triste e desanimado era  ensinada a matemática de Jesus e a prática da caridade. A casa cresceu e logo muita gente estava fazendo mesmo trabalho de Tânia, que era ajudar as pessoas. Dessa forma, nunca mais ninguém ficou triste, desanimado ou pessimista e o vírus do pessimismo que morava na Terra do Pessimismo foi embora para sempre.

Orleide Felix de Matos

 

Notas do editor:
(* * * )
 continuação do texto publicado no dia 08 de fevereiro. Clique aqui e leia a 1ª Parte.
Imagem ilustrativa e em destaque disponível em <https://pt.dreamstime.com/foto-de-stock-m%C3%A3os-no-canteiro-de-flores-de-jardinagem-da-margarida-do-toque-das-luvas-image41405249>. Acesso em: 08FEV2018.

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