Concentração e comprometimento

Francisco Rebouças
18/03/2018
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Toda e qualquer atividade que desempenhemos em nosso dia a dia, exige-nos responsabilidade, empenho e atenção. E sabido é, que não conseguiremos executá-las com acerto sem que coloquemos o foco de nossa atenção no resultado que desejamos obter.

Também sabemos que não nos é fácil manter a concentração em determinadas situações que exijam atenção, cuidado e vigília de nossa parte, isto porque não temos ainda desenvolvido o hábito salutar de policiar os nossos pensamentos, e, quando menos esperamos, já estamos distraídos, desatentos, desligados de muitas de nossas responsabilidades cotidianas.

Nos trabalhos espirituais não é diferente, e não são todos que têm a capacidade em se manterem concentrados em uma reunião espírita, seja na palestra doutrinária, seja nas reuniões mediúnicas ou até mesmo nas reuniões de estudos. A lembrança dos fatos ocorridos no dia a dia de nossas vidas exerce grande influência em nossa atuação, dificultando em muito o nosso entendimento e absorção dos benefícios oriundos dessas tarefas de cunho moral e espiritual.

Algumas vezes somos veículos de desequilíbrio e desarmonização desses ambientes fluídicos, que se ressentem da nossa invigilância, pois, saturamos, negativamente, tais ambientes com as vibrações deletérias com as quais estamos envolvidos sem nos darmos conta, quando o nosso dever é, justamente, contribuir com os elevados sentimentos e as sinceras e sentidas preces para o sucesso das atividades em que participamos.

Precisamos, urgentemente, desenvolver o hábito salutar de fixar nossa atenção nos assuntos de conteúdo edificantes, porque estamos encharcados de lixo mental que insistem em desviar nossa atenção, trazendo-nos à tela mental, a todo instante, as manchetes infelizes dos noticiários televisivos ou dos jornais sensacionalistas que se esmeram em despejar sujeiras da sociedade nas manchetes que estampam.

São veículos especializados em notícias de crimes, corrupção, pornografia, dentre outros assuntos que, facilmente, são repetidas em conversas que ouvimos em qualquer parte em que estejamos, onde o palavrão, a falta de educação, o desrespeito e a futilidade são, amplamente, utilizados como se fossem, absolutamente, normais, onde quem assim não procede é considerado cafona, ou “está por fora”.

Pouco ou quase nada sobra de aproveitável em tudo que vemos ou lemos e, por isso mesmo, deveríamos desde há muito, precaver-nos e providenciar uma saída alternativa, como por exemplo, carregar sempre um livro de conteúdo moral elevado, para nos ocuparmos com saudável leitura, o que, com certeza, faria uma grande diferença, e nos ajudaria a desenvolver o hábito da buscar as coisas belas e nobres que um bom livro nos proporciona, facilitando, em muito, a nossa concentração quando da participação nos labores da casa espírita dos quais tomamos parte.

São incontáveis as páginas trazidas ao nosso conhecimento pela rica literatura espírita, que nos alertam para a necessidade de uma urgente melhora em nossa concentração, a fim de que possamos absorver, sem interferências negativas, as mensagens dos Espíritos Esclarecidos que estão sempre trabalhando para contribuir com nosso crescimento moral e espiritual.

A benfeitora Joanna de Angelis diz-nos, taxativamente:

“ (…) Meditar é uma necessidade imperiosa que se impõe antes de qualquer realização. Com esta atitude acalma-se a emoção e aclara-se o discernimento, harmonizando-se os sentimentos (…);
(…) Começa o teu treinamento, meditando, diariamente, num pensamento do Cristo, fixando-o pela repetição e aplicando-o na conduta através da ação. Aumenta a pouco e pouco, o tempo que lhe dediques, treinando o inquieto corcel mental e aquietando o corpo desacostumado. Sensações e continuados comichões que surgem, atende-os com calma, a mente ligada à ideia central, até conseguires superá-los (…);
(…) Envida esforços para vencer os desejos inferiores e as más inclinações (…);
(…) Não lutes contra os pensamentos. Conquiste-os.” (1)

Urge reconhecer que a concentração somente é conseguida através do exercício diário e constante da meditação, através da qual, o indivíduo disciplina a vontade, exercita a paciência e o controle da mente, a fim de vencer, paulatinamente, as tendências menos felizes que o mantém escravo do homem velho há milênios.

Francisco Rebouças

Referências Bibliográficas:
(1) PEREIRA FRANCO, DIVALDO. Espírito Joanna de Angelis. Momentos de Meditação. Capítulo 01, com o título “Recorre à meditação”.

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