O Arrependimento se dá em Vida ou depois da Morte?

Fernando Rossit
17/04/2018
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“No estado espiritual; mas, também pode ocorrer no estado corporal quando bem compreendeis a diferença entre o bem e o mal”. [2]

Podemos definir o arrependimento como a consciência de que fizemos algo errado, de que prejudicamos alguém ou a nós mesmos. É admitir e aceitar que erramos.

Consequência (dor moral): culpa, angústia, depressão, tristeza, remorso, ansiedade indefinível e até desespero.

Implica em dor moral, quer dizer, quem se arrepende passa a sofrer.

A dor é tanto maior quanto:
(1) a gravidade de nossas faltas (diferença entre ser mal educado no trânsito e tirar a vida do nosso semelhante);
(2) o grau de maturidade do espírito.

Quanto mais evoluído o espírito, mais ele sofre:
(1) porque tem condições de avaliar a extensão dos prejuízos que causou a si mesmo e ao seu semelhante;
(2) pois tem consciência de que poderia evitar. Então, maior a responsabilidade e maior a dor moral do arrependimento.

Consequência do arrependimento no estado espiritual:
É desejar o arrependido uma nova reencarnação para se purificar. O espírito compreende as imperfeições que o privam de ser feliz e por isso aspira a uma nova existência em que possa expiar suas faltas.

“Muito antes da encarnação, o espírito faz uma análise de suas possibilidades, estuda o caminho que melhor lhe garante o progresso, e de acordo com suas aptidões e segundo o grau de evolução já alcançado, escolhe, em plena posse de sua consciência, a estrada repleta de dores, mas fecunda de progressos espirituais.
Reconhece o espírito, na posse de suas faculdades integrais, que somente a luta lhe oferece inúmeras possibilidades de evolução. Daí a preferência pelos ambientes de dor e privação, abençoados corretivos que Deus lhe oferece para a reparação do passado e desenvolvimento do seu espírito”. [1]

A consequência do arrependimento no estado corporal é fazer que, já na vida atual, o espírito progrida, se tiver tempo de reparar suas faltas (OLE).

Na Terra, ainda no estado corporal, o arrependimento pode acontecer na Terra pelo exercício da razão. Exemplo: o indivíduo que parte para a violência em razão de alguma contrariedade sofrida, como o marido traído, que mata a esposa ou a mãe que machuca a criança ao castigá-la.

Depois do lamento, o arrependimento:
– Ah! Meu Deus! Por que eu fiz isso, por que não me controlei?

O arrependimento, somente, não redime, não corrige o que fizemos de errado, constituindo apenas um primeiro passo na árdua jornada da reabilitação. É fundamental que o mal seja reparado.

Quando o arrependimento é sincero, a vida pode ser marcada por profundas transformações, a caminho de grandiosas realizações.

Nesse caso a dor moral é grande e a reabilitação é o único caminho a seguir em busca do desejado alívio.

Em muitos casos, quando não há arrependimento, foge-se da responsabilidade, justificando os erros com intermináveis desculpas, como por exemplo:
(1) roubei, sim, e até matei, porque tinha fome – alega o criminoso, esquecido que poderia trabalhar para conseguir sobreviver;
(2) enriqueci, sim, mas com meu esforço, com o trabalho digno, sem prejudicar ninguém – afirma o industrial que explorou seus empregados e sonegou impostos;
(3) bebo sim, mas para enfrentar os problemas da vida – explica o alcoólatra, sem atinar para o fato que se transformou, ele mesmo, num grande problema;

Por que o arrependimento se dá, as mais das vezes, no estado espiritual?

Principalmente por causa do orgulho: não queremos admitir que fracassamos, que fomos incapazes de fazer alguma coisa conforme recomendam a ética e a moral, que não conseguimos ficar calmos no momento da ação, que reagimos com infantilidade, que fomos imprudentes, impacientes, levianos, desonestos ou egoístas.

Via de regra, transitamos pela vida de consciência anestesiada, adormecida pela indiferença em relação aos valores morais, para somente despertarmos no Plano Espiritual, quando nos habilitamos a longas e penosas jornadas de reabilitação.

Mostrando-nos por antecipação as realidades espirituais, a Doutrina Espírita representa o mais vigoroso apelo da espiritualidade em favor da criatura humana.

Qual o caminho a seguir? Arrependermo-nos e seguir em frente, sem desculpas, assumindo os erros e nos esforçando para não cair mais. Para isso, precisamos voltar nossa atenção para nós mesmos, corrigindo e melhorando-nos.

O espírita não é necessariamente um ser virtuoso, mas, simplesmente, alguém que tem o compromisso com a virtude. Alguém que mantém sempre acesa a chama de querer melhorar-se sempre.

Fernando Rossit

Referências Bibliográficas:
(1) CÂNDIDO XAVIER, FRANCISCO, pelo Espírito Emmanuel. Emmanuel;
(2) KARDEC, ALLAN. O Livro dos Espíritos;
(3) SIMONETTI, RICHARD. O despertar da consciência.

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