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A Suprema Bondade!

maio 12, 2018

Em hipótese alguma podemos achar que a nossa existência tenha mais ou menos importância que a vida do nosso irmão em caminhada evolutiva na Terra. Da mesma forma, não faz sentido sequer supor que nossas necessidades sejam mais ou menos atendidas que as dos demais indivíduos, é preciso entender que não estamos esquecidos ou sem a assistência devida, assim como também não nos achamos em situação de privilégios em relação ao nosso semelhante.

Deus sendo a Inteligência Suprema, a própria perfeição, não comete erros ou injustiças e Ama todos os seus filhos encarnados ou desencarnados com a mesma intensidade, assim fica fácil perceber que as providências que ELE toma em relação as suas criaturas levam em conta o selo dessa perfeição absoluta.

Quando nos julgamos abandonados ou desatendidos em nossos anseios de conquistas materiais, nada mais demonstramos senão a nossa infantilidade espiritual, porque ainda não compreendemos que os nossos ideais de Ter cada vez mais em detrimento de Ser como devemos, mantêm-nos apegados aos atavismos seculares do homem velho que nos escraviza há milênios.

Torna-se imprescindível despertarmos para a realidade da nossa estada no presente momento da vida em nosso planeta, porque não estamos aqui a passeio ou, simplesmente, para gozar das alegrias das conquistas materiais sem outra finalidade, conforme esclarecimento dos Espíritos Superiores em resposta ao codificador do Espiritismo na questão abaixo:

Questão 573 – Em que consiste a missão dos Espíritos encarnados?
“Em instruir os homens, em lhes auxiliar o progresso; em lhes melhorar as instituições, por meios diretos e materiais. As missões, porém, são mais ou menos gerais e importantes. O que cultiva a terra desempenha tão nobre missão, como o que governa, ou o que instrui. Tudo em a Natureza se encadeia. Ao mesmo tempo que o Espírito se depura pela encarnação, concorre, dessa forma, para a execução dos desígnios da Providência.
Cada um tem neste mundo a sua missão, porque todos podem ter alguma utilidade.” (1)

Dessa forma, é possível entender melhor o que Jesus nos propôs em seu Evangelho quando nos disse: “sede perfeitos como é perfeito o vosso Pai Celeste” (2), conclamando-nos ao desenvolvimento de uma mentalidade cristã, através do trabalho no desenvolvimento das virtudes das quais somos portadores, a fim de que um dia possamos “Amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a nós mesmos”.

Nos dias de hoje, quando já temos grande capacidade para a compreensão das Leis Divinas, a consciência nos solicita ter mais cuidado com nossos pensamentos, palavras e atitudes, para que prestemos mais atenção aos ensinos e exemplos de Jesus; não nos cabe mais utilizar de desculpas infantis e infundadas para justificar nossa apatia diante de tanto que nos compete realizar.

“Segundo a ideia falsíssima de que lhe não é possível reformar a sua própria natureza, o homem se julga dispensado de empregar esforços para se corrigir dos defeitos em que de boa-vontade se compraz, ou que exigiriam muita perseverança para serem extirpados.
E assim, por exemplo, que o indivíduo, propenso a encolerizar-se, quase sempre se desculpa com o seu temperamento. Em vez de se confessar culpado, lança a culpa ao seu organismo, acusando a Deus, dessa forma, de suas próprias faltas. É ainda uma consequência do orgulho que se encontra de permeio a todas as suas imperfeições.
Indubitavelmente, temperamentos há que se prestam mais que outros a atos violentos, como há músculos mais flexíveis que se prestam melhor aos atos de força. Não acrediteis, porém, que aí resida a causa primordial da cólera e persuadi-vos de que um Espírito pacífico, ainda que num corpo bilioso, será sempre pacífico, e que um Espírito violento, mesmo num corpo linfático, não será brando; somente, a violência tomará outro caráter. Não dispondo de um organismo próprio a lhe secundar a violência, a cólera tornar-se-á concentrada, enquanto no outro caso será expansiva.
O corpo não dá cólera àquele que não na tem, do mesmo modo que não dá os outros vícios. Todas as virtudes e todos os vícios são inerentes ao Espírito. A não ser assim, onde estariam o mérito e a responsabilidade? O homem deformado não pode tornar-se direito, porque o Espírito nisso não pode atuar; mas, pode modificar o que é do Espírito, quando o quer com vontade firme. Não vos mostra a experiência, a vós espíritas, até onde é capaz de ir o poder da vontade, pelas transformações verdadeiramente miraculosas que se operam sob as vossas vistas? Compenetrai-vos, pois, de que o homem não se conserva vicioso, senão porque quer permanecer vicioso; de que aquele que queira corrigir-se sempre o pode. De outro modo, não existiria para o homem a lei do progresso. – Hahnemann. (Paris, 1863.) (3)

Urgente se faz, empregarmos esforços para utilizar os incontáveis recursos com os quais a Divina Providência nos enriquece a vida, de maneira inteligente, para alavancar o nosso progresso em direção à finalidade para a qual fomos criados: a felicidade e pureza espiritual.

Francisco Rebouças

Referências Bibliográficas:
(1) KARDEC, ALLAN. O Livro dos Espíritos, FEB. 76ª edição;
(2) Evangelho de Mateus, 5:48;
(3) KARDEC, ALLAN. O Evangelho Segundo o Espiritismo, FEB. 112ª edição, cap. IX, item 10.

Francisco Rebouças
Francisco Rebouças

Pós-Graduado em Administração de Recursos Humanos, Professor, Escritor, Articulista de diversos veículos de divulgação espírita no Brasil, Expositor Espírita, criador do programa: "O Espiritismo Ensina".

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