
O Espelho da Vida
O primeiro parágrafo do primeiro capítulo do livro Pensamento e Vida, ditado por Emmanuel à Chico Xavier, em 1938, é esclarecedor: “A mente é o espelho da vida em toda parte”.
A mente, segundo o Benfeitor, é desenvolvida, desde sua criação até a angelitude, sob orientação do Criador, experimentando o instinto e ilusões que permeiam a inteligência, até atingir a condição de refletor da Glória Divina.
Diz o Benfeitor que o coração e o cérebro são a face e o centro de suas ondulações, que geram a força do pensamento que tudo move, criando e transformando, destruindo e refazendo para acrisolar e sublimar, e é na manifestação do pensamento que nascem as causas que criam as circunstâncias na experiência da vida diária, possibilitando ao Espírito desenvolver-se rumo ao objetivo maior, a perfeição.
Refletimos a vida, portanto, de acordo com o estágio em que nos encontramos, através de nossos comportamentos, que por sua vez se sustentam nos valores morais adquiridos até então.
Esses valores alicerçam as realizações objetivas e subjetivas, e estão em constante processo de avaliação pela Lei Divina através da consciência, que é onde ela jaz acondicionada, daí os sentimentos de culpa, remorso e arrependimento aos quais estamos sujeitos enquanto no caminho da aquisição da pureza espiritual.
As respostas doloridas que a vida nos impõe nada mais são do que o reflexo daquilo que vai na mente do Espírito, e a dor se torna então o corretor comportamental que nos direciona para o reto proceder, a partir da forma de pensar, pois que todo pensamento alicerça o comportamento exteriorizado.
Somos, portanto, algozes de nós mesmos, a partir da nossa forma de pensar, e somente nós poderemos construir o Céu que vivemos a desejar.
Trazendo o raciocínio para mais perto do Espírito, o corpo físico é resultado do estágio alcançado, por ser modelado pelo perispírito, que por sua vez é reflexo da mente do Espírito.
Impactamos, portanto, diretamente, não só nas circunstâncias da vida nas quais nos envolvemos, como também na conjuntura corporal que nos serve de veículo da alma.
A esse respeito o Benfeitor André Luiz, no livro Mecanismos da Mediunidade, também ditado à Chico Xavier, esclarece-nos dizendo que os órgãos corporais de manifestação do Espírito obedecem ao comando mental, sediado no cérebro, que lhes mantém a coesão e o equilíbrio, por intermédio das oscilações inestancáveis do pensamento, e que esses órgãos sofrem o impacto constante das radiações mentais, a lhes absorverem os princípios de ação e reação desse ou daquele teor, pelos quais os processos da saúde e da enfermidade, da harmonia e da desarmonia são associados e desassociados, conforme a direção que lhes imprima a vontade.
Por último, a respeito dos princípios morais que sustentamos no íntimo, conclui o Benfeitor que, conforme a integridade desses princípios, resultará a integridade do poder mecânico da mente para a formação dos anticorpos na intimidade das forças componentes do sistema sanguíneo.
Notemos que tudo o que experimentamos na vida depende, exclusivamente, daquilo que nasce em nossa mente, e que exteriorizamos através de nossos pensamentos.
Não é sem razão, portanto, que nos advertiu o Senhor Jesus: Vigiai e orai, para não cairdes em tentação.
Pensemos nisso.
Antônio Carlos Navarro
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