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Uma hora vão ter que acordar para a vida

novembro 7, 2019

No meio espírita se diz que “quem não vai pelo amor, vai pela dor”. Parece clichê, mas é indiscutível que tem sido a dor a motivar a mudança do ser humano em muitas oportunidades.

O título deste texto, falado por um caminhoneiro a motoristas que estavam na fila para abastecer mais caro durante a greve dos primeiros, mostra essa dificuldade do homem aprender sem escolher a dor.

A humanidade parece ter perdido a capacidade de “ser com o outro”, de sentir empatia, de dar as mãos nas lutas que favorecem a coletividade. Especialmente, a população brasileira perdeu o patriotismo e o sentimento de cidadania, tornando-se individualista ao extremo, mesmo com seus rompantes de caridade e amor ao próximo.

Parece contradição, todavia, há um trecho da música de Bezerra da Silva – “Meu Pirão Primeiro” – que tem sido bastante citado ultimamente: “farinha pouca, meu pirão primeiro”. Enquanto há farinha, há caridade, na escassez, cada um por si.

Confesso, tristemente, que minha recente experiência no Japão salientou aos meus olhos a infeliz realidade no Brasil, de um povo que quer criar novo futuro sem agir de forma coerente com esse desejo.

É um povo que ri de tudo, até da própria desgraça, e isso, que é bom a princípio, torna-se negativo, porque não só ri, também aceita a desgraça como o gado que aceita ir para a entrada do abatedouro.

Uma das leis morais descritas em “O Livro dos Espíritos” é a Lei de Progresso. Na questão 781, Allan Kardec pergunta se é permitido ao homem deter a marcha do progresso e a resposta expressa o que vemos dia a dia: “não, mas pode entravá-la algumas vezes”.

Grande parte da humanidade ainda busca aquilo que despreza e na prática despreza aquilo que deseja. Deseja paz, amor, união, honestidade, fraternidade, solidariedade e equilíbrio material, mas age de forma egoísta, pretensiosa, individualista e às vezes tão desonestamente quanto alguns de seus piores modelos.

Não haverá um futuro melhor enquanto não se trabalhar por ele. E não existe nenhuma possibilidade de ser feliz sozinho, portanto, o futuro melhor depende e será para todos!

Certo estava o caminhoneiro ao dizer que um dia todos terão que acordar para a vida, pena que ainda tantos escolham a dor como motivação, quando um pouco mais de união, boa vontade e amor resolveria tudo mais facilmente.

Vania Mugnato de Vasconcelos

Vania Mugnato de Vasconcelos
Vania Mugnato de Vasconcelos

Advogada, Bacharel em Serviço Social, pós-graduada em Recursos Humanos. Casada, mãe, espírita desde os 12 anos de idade, palestrante em vários centros no interior de São Paulo. Trabalhadora do CE João Batista de Jundiaí – SP, atua na casa como palestrante e Coordenadora do Grupo de Pais. Discípula de Jesus pela Aliança Espírita Evangélica do ABC, é oradora em casas espíritas vinculadas à USE Regional Jundiaí. Também é oradora em seminários realizados pelo Instituto Chico Xavier de Itu, em parceria com outros trabalhadores da seara espírita. Articulista espírita em redes sociais, jornais e blogs, seus textos e poemas estão disponíveis ao público na internet, bem como possui canal de vídeos no Youtube contendo palestras e estudos espíritas.

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