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Do tamanho da paz

agosto 12, 2020

Normalmente, as pessoas sonham com a paz. Imaginam uma vida paradisíaca, onde o cotidiano resume-se em sombra e água fresca e tudo que se refere a prazer. Um lugar onde possam estar do tamanho da paz.

Qual é o tamanho da paz que estamos sonhando e buscando para nós? Será do tamanho da paz proporcionada por uma vida paradisíaca com ausência de problemas de toda ordem?

Faria sentido buscar a paz e vivenciá-la em terreno onde não houvesse dificuldades a resolver e com total ausência de conflitos?

Recordemos a proposta do Mestre Jesus, quando Ele diz no Evangelho de João, capítulo 14, versículo 27: “- Eu vos deixo a paz; eu vos dou a minha paz…” e no capítulo 16, versículo 33: “Tenho vos dito isto, para que em mim tenhais paz; no mundo tereis aflições, mas tende bom ânimo, eu venci o mundo”.

Certamente, a paz que Jesus se referia não se tratava de vida paradisíaca, coroada de prazeres e ausência de desafios; mas, com certeza, da paz que existe dentro de cada um de nós, fortalecendo-nos diante das vicissitudes da vida; e, por incrível que pareça, muitos de nós ainda não a conhece. Talvez porque ainda não aprendemos o trajeto da viagem para dentro da consciência, ao encontro com a nossa intimidade, onde temos as nossas verdades para trabalhá-las e as más inclinações/tendências a serem domadas mediante a nossa transformação moral e o emprego de esforços, nos termos do capítulo XVII, item 4, de O Evangelho segundo o Espiritismo.

Logo, a paz que Jesus nos propõe é do tamanho da paz que podemos desenvolver em nós, dentro do propósito da questão 920 de O Livro dos Espíritos, haja vista por enquanto estarmos envolvidos com o mundo de expiações e de provas, para que possamos nos posicionar acima dos obstáculos, transpondo desafios e seguindo em frente com habilidades para vencermos outros mais, dando sentido à vida e melhorando a nossa postura diante da mesma, educando o nosso olhar em relação aos horizontes da eternidade.

Yé Gonçalves