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Flagelos na história da humanidade

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O Espiritismo foi longe… muito longe!

outubro 23, 2020

Talvez você nunca tenha ouvido falar sobre as Ilhas Maurício. Essa localidade surgiu nos noticiários em agosto deste ano devido a um grande vazamento de petróleo provindo de um navio de bandeira japonesa ancorado nas proximidades daquele lugar paradisíaco por suas belezas naturais. Mas onde ficam as Ilhas Maurício? Antiga colônia francesa, elas estão localizadas a sudeste de Madagascar, no Oceano Índico.

Nos anos de 1866 e 1867 os habitantes desse local enfrentaram uma epidemia que tudo indica tenha sido de malária, pelas características descritas. Mais de sessenta mil pessoas haviam falecido até então. O medicamento usado para combater os efeitos da febre era o quinino que, devido a demanda, passou a ser comercializado a preços exorbitantes, acessível somente aos mais ricos.

Quem poderia imaginar que nesta ilha tão longínqua, em pleno século XIX, existisse um grupo espírita? E mais ainda: que um de seus integrantes se correspondesse com Allan Kardec, em Paris? Por meio deste espírita convicto, que também foi infectado, Kardec tomou conhecimento do flagelo que se abatia sobre aquela localidade. Em correspondência datada de 8 de maio de 1867, o correspondente narra a dolorosa situação enfrentada pelos doentes e descreve seu próprio sofrimento, demonstrando serena resignação diante da possibilidade do desencarne.

Passou-se mais de um ano quando Kardec tornou a receber notícias suas, descrevendo seu estado de saúde ao longo daqueles meses. Em sua carta informava também que, devido à epidemia, o pequeno grupo espírita do qual fazia parte acabou por se dispersar, mas nenhum de seus integrantes veio a desencarnar, embora tivessem adoecido.

Na correspondência enviada a Kardec, o remetente conta que os próprios instrutores espirituais de seu núcleo espírita haviam advertido quanto a um período de sofrimento intenso para aquela população. Dizia que os médicos não chegavam a um acordo quanto ao melhor meio de combater a epidemia. Por isso, ele solicitava a Kardec que consultasse o benfeitor espiritual Dr. Demeure (Antoine Demeure, França, médico homeopata, desencarnado em 1865) sobre uma castanha conhecida como pinhão da Índia, aplicada como calmante para a febre e as dores. Em reunião da Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas, ele deu a seguinte instrução:

“… pode ser empregado com sucesso, sobretudo em doses homeopáticas, para acalmar as câimbras e restabelecer a circulação normal do fluido nervoso; pode-se igualmente usá-lo localmente, friccionando a pele com uma infusão fraca, mas não seria prudente generalizar o seu uso. Não é um medicamento aplicável a todas as doenças nem em todas as fases da doença.”

Nesta orientação, o benfeitor abordou a seguinte questão: qual o objetivo espiritual desses flagelos que sempre assaltaram a humanidade terrestre? Suas instruções continuam tendo o mesmo valor em pleno século XXI:

“Cada dia mais entramos no período transitório, que deve trazer a transformação orgânica da Terra e a regeneração de seus habitantes. Os flagelos são instrumentos de que se serve o grande cirurgião do universo, para extirpar do mundo, destinado a marchar para a frente, os elementos gangrenados que nele provocam desordens incompatíveis com o seu novo estado. Cada órgão ou, para melhor dizer, cada região será, passo a passo, batida por flagelos de naturezas diversas. Aqui, a epidemia sob todas as suas formas; ali, a guerra, a fome. Cada um deve, pois, preparar-se para suportar a prova nas melhores condições possíveis, melhorando-se e se instruindo, a fim de não ser surpreendido de improviso. Já algumas regiões foram provadas, mas seus habitantes estariam em completo erro se se fiassem na era de calma, que vai suceder à tempestade, para recair nos seus antigos erros. Há um período de mora, que lhes é concedido, para entrarem num caminho melhor. Se não o aproveitarem, o instrumento de morte os experimentará até os trazer ao arrependimento. (…) Esperamos que um tal exemplo lhe seja salutar e que entrem, sem hesitar, na via nova, que lhes permitirá marchar de acordo com o progresso.”

Para que tais flagelos não sejam mais necessários à evolução espiritual daqueles que reencarnam neste planeta é preciso que nos dediquemos a cuidar uns dos outros e de toda a Criação Divina com ardente amor e caridade, como Jesus ensinou e exemplificou!

Maroísa Baio

Flagelos na história da humanidade

Maroisa F. Pellegrini Baio
Maroisa F. Pellegrini Baio

Fundadora do Grupo Espírita Allan Kardec, em Limeira, SP. Atualmente colabora como vice-presidente da instituição. Coordenadora do NEPE Eurípedes Barsanulfo, para estudos do Evangelho. Articulista da Revista Internacional de Espiritismo e Autora do livro "Allan Kardec em revista" pela Casa Editora O Clarim.

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