O Espiritismo aceita Jesus?

Donizete Aparecido Pinheiro da Silveira
27/12/2020
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O Espiritismo não só aceita Jesus, como estuda os seus ensinamentos e nos convida a colocá-los em prática. A base moral do Espiritismo é a mesma moral de Jesus, o qual consideramos como o nosso modelo e guia, aquele que nos orienta os passos desde o princípio.

Nossa fé, porém, não é mística, mas racional. Não o adoramos, porque somente Deus é nosso Pai. Mas o respeitamos como nosso irmão mais velho, mais sábio e mais bondoso.

Ele é o caminho, a porta pela qual chegaremos até Deus. Suas lições e seus exemplos são paradigmas que procuramos entender e copiar.

A Boa Nova, de quase dois mil anos, continua sendo nova para nós, e ainda não conseguimos alcançar completamente o significado da Palavra Divina transmitida pelo Meigo Rabi.

Religiões disputaram o domínio do Evangelho, mas equivocadamente, porquanto ele a ninguém pertence. É de todos nós, que o compreenderemos e vivenciaremos consoante o nosso amadurecimento individual. É como a luz, cuja intensidade aumenta para nós na medida em que dela nos aproximamos.

O Espiritismo não nasceu de nenhum cisma religioso, mas da análise dos fatos que apontavam para a existência de um mundo espiritual intimamente ligado com o mundo físico, ambos submetidos à mesma Lei Natural. Não veio para disputar adeptos e nem para os que estão satisfeitos com suas crenças, mas, sem coações de qualquer espécie, apresenta aos insatisfeitos, incrédulos e materialistas outra maneira de encarar a vida.

Allan Kardec, o Codificador da Doutrina Espírita, preocupou-se em adotar a moral cristã, pois sem esta o pensamento científico ou filosófico é instrumento de destruição e não de progresso.

Conforme Kardec anotou em O Evangelho Segundo o Espiritismo, as matérias contidas nos Evangelhos estão divididas em cinco partes: 1. Os atos comuns da vida do Cristo; 2. Os milagres; 3. As profecias; 4. As palavras que serviram para o estabelecimento dos dogmas da Igreja; 5. O ensino moral.

As quatro primeiras sempre foram motivos de discórdias, mas o ensino moral permanece sem grandes ataques. Nenhuma religião cristã duvida que tenha Jesus nos falado das bem-aventuranças, poema de consolação aos aflitos e desesperados; pregado o amor a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo; recomendado o perdão das ofensas setenta vezes sete vezes; alertado que para o ingresso nas regiões sublimes é necessário ter puro o coração; fazer o bem sem ostentação e desinteressadamente.

O Espiritismo dá às palavras de Jesus – que costumava falar às pessoas por parábolas – a explicação que mais lhe parece consentânea com o todo evangélico, atendo-se mais ao espírito, que vivifica, do que à palavra, que mata, procurando torná-lo compreensível ao nosso entendimento.

O Evangelho do Senhor, para nós espíritas, deve ser mais que uma fórmula a ser recitada e repetida, mas uma regra de conduta a orientar o relacionamento das criaturas para o bem, o caminho infalível para a felicidade.

Donizete Pinheiro

Nota do autor:
Do livro Respostas Espíritas.

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