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Sintonia 

fevereiro 5, 2021

Sempre é possível subtrair-se a um jugo, desde que movimentemos a vontade firme 

“(…) Os Espíritos influem em nossos pensamentos 
e atos muito mais do que  podemos imaginar
vez que, de ordinário são eles que nos dirigem”.(1) 

 

Todos nós, Espíritos em evolução, encarnados ou não, que ainda estamos no patamar evolutivo caracterizado pelas provas e expiações, normalmente trazemos um mínimo de luz mesclada com muitas trevas.  Assim, mais próximos do ponto de partida (simples e ignorantes) do que da meta assinalada por Deus para todos nós, os instintos ou forças naturais dão o tom maior de nossos atos. Mais identificados com a matéria densa que vemos e sentimos do que com as etéreas vibrações espirituais, facilitamos, vezes sem conto, as influências negativas por mera questão de sintonia infeliz… 

Na frase: pois que estamos rodeados de uma tão grande nuvem de testemunhas…” (2), já fazia o “Vidente de Damasco”, uma claríssima alusão aos Espíritos bons e maus que pululam à nossa volta, onde quer que estejamos... Convivemos dessa forma, permanentemente, com eles.  Entanto, podemos eximir-nos da influência dos Espíritos que tentam arrastar-nos para o mal, visto que tais Espíritos só se apegam aos que, pelos seus desejos, os chamam, ou aos que, pelos seus pensamentos os atraem. (3)  

Os Espíritos protetores não terão sucesso nos auxílios que nos queiram prestar desde que não lhes ofereçamos as condições de sintonia favorável. (4) 

Neutralizamos a influência dos maus Espíritos praticando o bem e pondo em Deus toda a nossa confiança. Guardemo-nos, pois, de atender às sugestões dos Espíritos que nos suscitam maus pensamentos, que sopram a discórdia, que nos insuflam as paixões más; desconfiemos dos que nos exaltam o orgulho, pois que esses nos assaltam pelo lado fraco. Essa a razão pela qual Jesus, na oração dominical, nos ensinou a dizer: “Senhor! Não nos deixes cair em tentação, mas livra-nos do mal”. 

Os Benfeitores Espirituais garantem (5):sempre é possível, a quem quer que seja, subtrair-se a um jugo, desde que com vontade firme o queira.” 

Explica Suely C. Schubert (6): o pensamento é uma força eletromagnética, conforme ensina Emmanuel. Mas, sem embargo, ainda que cientes de tudo isso, não damos a devida importância à sua ação. Exaustivamente têm os bons Espíritos trazido renovados ensinamentos sobre a importância da atitude mental.   Julgamos, entretanto, que mesmo nós, os Espíritas, ainda não conseguimos avaliar o que representa o pensamento em nossa caminhada evolutiva.  A verdade é que refletimos pouco a esse respeito. Não damos o devido valor à necessidade de selecionar as ondas mentais que emitimos e as que captamos.  E nisto reside todo o segredo, se assim podemos dizer, da existência humana. 

Na qualidade do pensamento que emitimos que cultivamos e que recebemos dos outros, aceitando-os ou não, está o “mistério” da saúde ou da doença, da paz ou do desequilíbrio. 

Pelo pensamento desceremos aos abismos ou chegaremos às estrelas; tornamo-nos escravos ou nos libertamos. A obsessão, então, nada mais é senão o pensamento a transitar e a sintonizar nas faixas inferiores, e desobsessão, constitui-se na mudança de direção do pensamento para rumos mais nobres e construtivos; é a mudança do padrão vibratório, sob o influxo da mente, que optou pela frequência mais elevada. Tal mudança é uma questão de escolha, de seleção… E só se chega a tal estado, isto é, a uma transformação dessa espécie, acionando-se uma das maiores potencialidades que existe no ser humano: a vontade. 

Eis a terapêutica e ao mesmo tempo a profilaxia aconselhada por “um Espírito Amigo” (7):  Recorre aos recursos espíritas: ora, e ora sempre, para adquirires resistência contra o mal que infelizmente ainda reside em nós; permuta conversação enobrecida, pois que as boas palavras renovam as disposições espirituais; utiliza o recurso do passe socorrista, rearticulando as forças em desalinho; sorve um vaso de água fluidificada, restaurando a harmonia das células em desajustamento e, sobretudo, realiza o bom serviço”, permanecendo sempre nas faixas do bem com Jesus.  

Rogério Coelho 

Referências: 

  1. KARDEC, Allan. O Livro dos Espíritos. 88.ed. Rio [de Janeiro]: FEB, 2006, q. 459; 
  2. Paulo, Hebreus, 12:1; 
  3. KARDEC, Allan. O Livro dos Espíritos. 88.ed. Rio [de Janeiro]: FEB, 2006, q. 467; 
  4.  KARDEC, Allan. O Livro dos Médiuns.71.ed. Rio [de Janeiro]: FEB, 2003, 2ª parte, cap. XIV, item 170; 
  5.   KARDEC, Allan. O Livro dos Espíritos. 88.ed. Rio [de Janeiro]: FEB, 2006, q. 469; 
  6.  SCHUBERT, Suely Caldas. Obsessão/desobsessão. 4.ed. Rio [de Janeiro]: FEB, 1982, cap. 5; e 
  7.  FRANCO, Divaldo. Florações Evangélicas. 4.ed. Salvador: LEAL, 2000, cap. 51. 

 

Rogério Coelho
Rogério Coelho

Rogério Coelho nasceu na cidade de Manhuaçu, Zona da Mata do Estado de Minas Gerais onde reside atualmente. Filho de Custódio de Souza Coelho e Angelina Coelho. Formado em Jornalismo pela Faculdade de Minas da cidade de Muriaé – MG, é funcionário aposentado do Banco do Brasil. Converteu-se ao Espiritismo em outubro de 1978, marcando, desde então, sua presença em vários periódicos espíritas. Já realizou seminários e conferências em várias cidades brasileiras. Participou do Congresso Espírita Mundial em Portugal com a tese: “III Milênio, Finalmente a Fronteira”, e no II Congresso Espírita Espanhol em Madrid, com o trabalho: “Materialistas e Incrédulos, como Abordá-los?” Participou da fundação de várias casas Espíritas na Zona da Mata Mineira.

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