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Evangelho estudado não é o mesmo que Evangelho praticado

março 15, 2021

O coração que ama em Cristo é operosa abelha que recolhe o mel da sabedoria

“Jesus é o tipo mais perfeito que Deus nos oferece como Guia e Modelo”.
O Livro dos Espíritos – q. 625

Allan Kardec descreve uma determinada classe de Espíritas que ele denominou de Espíritas imperfeitos,(1) cujas características principais são as seguintes: “enxergam no Espiritismo mais do que fatos; compreendem-lhe a parte filosófica; admiram a moral daí decorrente, mas não a praticam. Insignificante ou nula é a influência que lhes exerce nos caracteres. Em nada alteram seus hábitos e não se privariam de um só gozo que fosse: o avarento continua a sê-lo; o orgulhoso se conserva cheio de si; o invejoso e o cioso sempre hostis. Consideram a caridade cristã apenas uma bela máxima”.

Em uma reunião no Mundo Espiritual três equipes de trabalhadores preparavam-se para várias missões na Crosta Planetária. Nessa fase preparatória tiveram a oportunidade de entrevistar um Espírito da alta hierarquia, residente nas esferas superiores, girando as perguntas em torno das preocupações atinentes à missão de cada equipe. Mas, surpresa!… O alto Emissário Celeste, no lugar de tecer comentários e esclarecimentos (como todos esperavam) hauridos nas alcandoradas regiões do Infinito em que habitava, passou a desdobrar uns pergaminhos onde se lia nada mais nada menos do que as instruções contidas no Evangelho de Jesus, legadas à humanidade há dois milênios!

Não sem motivos o Mestre Lionês esclarece (2): “(…) para o homem, Jesus constitui o tipo da perfeição moral a que a humanidade pode aspirar na Terra. Deus no-lO oferece como o mais perfeito modelo e a Doutrina que ensinou é a expressão mais pura da lei do Senhor, porque, sendo Ele o mais puro de quantos têm aparecido na Terra, o Espírito Divino O animava”.

Aí está a sublime lição!…

Nossas indagações e ansiedades encontram sempre as respostas nesse sublime manancial inesgotável que é o Evangelho de Jesus.

Ressalta desse episódio a singela realidade da diferença existente entre o Evangelho estudado e o Evangelho praticado, o que absolutamente não é a mesma coisa. Todos aqueles trabalhadores já haviam estudado exaustivamente o Evangelho, e agora só faltava transferi-lo do discurso para o curso da prática, a exemplo de Jesus, cuja vida foi um poema de aplicação das Verdades ali contidas. Nós, os aprendizes da Boa Nova retardamos meses, anos, séculos na efetiva vivência da mensagem de Jesus.

Atentemos nas seguintes palavras de André Luiz (3): “Jesus não é o Senhor da violência e nunca impõe drásticos à obra evolutiva. É cultivador do trabalho, da esperança… Aguardará sempre, compassivo e bondoso, nossas decisões de colaborar no apostolado redentor, suportará nossas faltas muitas vezes, entretanto, em nosso próprio interesse, deveremos atentar, vigilantes, para os Seus ensinamentos, com sincera disposição de aplicá-los.
Sem dúvida, não nos fulminará com raios destruidores pela nossa demora em desculpar alguém; entanto, recomendou perdoemos setenta vezes sete vezes; naturalmente não nos perseguirá pela nossa dificuldade em simpatizar com irmãos atualmente menos felizes que nós; esforçou-Se, contudo, para que nos amemos uns aos outros.

Para a iluminação do espírito humano com vistas à Eternidade é imprescindível fazer alguma coisa. Onde todos analisam, admiram ou discutam não se levantam obras úteis para atestar a superioridade das ideias. Por isso, os Maiores da Espiritualidade apreciam o servo pela dedicação que manifeste à responsabilidade.

O necessitado, o beneficiário, o crente e o investigador virão sempre aos nossos centros de organização da Doutrina.

E toda vez que exercitem o serviço cristão pela mediunidade ativa, pela assistência fraterna, pelos trabalhos de solidariedade ativa, pela assistência fraterna, pelos trabalhos de solidariedade comum, quaisquer que sejam, apresentam caracteres mais positivos de renovação, porque a responsabilidade na realização do bem, voluntariamente aceita, transforma-os em traços animados entre os dois mundos: o que dá e o que recebe”.

Jesus legou-nos as imarcescíveis lições de Amor e hoje, “o coração que ama em Cristo é operosa abelha que recolhe o mel da sabedoria em todas as flores de amor e trabalho”.

Rogério Coelho

Referências:
(1) KARDEC, Allan. O Livro dos Médiuns. 71.ed. Rio [de Janeiro]: FEB, 2003, 1ª parte – cap. III, item 28, § 2º;
(2) KARDEC, Allan. O Livro dos Espíritos. 88.ed. Rio [de Janeiro]: FEB, 2006, explicação seguida à q. 625; e
(3) XAVIER, F. Cândido. Obreiros da vida eterna” . 33.ed. Rio [de Janeiro]: 2008, cap. IV.

Nota do editor:
Imagem ilustrativa e em destaque disponível em <https://casadocaminho-pae.org.br/temas-doutrinarios/o-espiritismo-e-doutrina-para-os-jovens>. Acesso em: 15MAR2021.

Rogério Coelho
Rogério Coelho

Rogério Coelho nasceu na cidade de Manhuaçu, Zona da Mata do Estado de Minas Gerais onde reside atualmente. Filho de Custódio de Souza Coelho e Angelina Coelho. Formado em Jornalismo pela Faculdade de Minas da cidade de Muriaé – MG, é funcionário aposentado do Banco do Brasil. Converteu-se ao Espiritismo em outubro de 1978, marcando, desde então, sua presença em vários periódicos espíritas. Já realizou seminários e conferências em várias cidades brasileiras. Participou do Congresso Espírita Mundial em Portugal com a tese: “III Milênio, Finalmente a Fronteira”, e no II Congresso Espírita Espanhol em Madrid, com o trabalho: “Materialistas e Incrédulos, como Abordá-los?” Participou da fundação de várias casas Espíritas na Zona da Mata Mineira.

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