Os verdadeiros títulos de nobreza

A humildade foi pregada por Jesus desde o singelo berço de palha
“Para gozarmos da ventura dos eleitos necessário se faz a conquista dos
verdadeiros títulos de nobreza constituídos pela Caridade e Humildade”.

  François C. Liran

Alerta-nos Lacordaire (1) que o orgulho, por ser o terrível e eficiente adversário da humildade, é o grande vilão de nossas vidas. E diz mais: “sem a humildade não podemos ser caridosos com o próximo, pois nos teremos apenas adornado de virtudes que não possuímos”. Isso caracterizaria o que Jesus denominou de “túmulos caiados”.

Lacordaire completa assim o seu pensamento (1): “curvai, portanto, a tua fronte altaneira, que Deus pode fazer abaixar justo no momento em que mais te eleves a ti mesmo”.

Adolfo, bispo de Argel, afirma (2) e aconselha peremptório: “O orgulho é a fonte de todos os males. Aplica-te, portanto, em destruí-lo, se não lhe quiseres perpetuar as funestas consequências. O único meio de erradicá-lo por completo é tomar como regra invariável para o nosso proceder a Lei do Cristo.

A humildade e a caridade, irmãs que andam sempre de mãos dadas, são os meios mais eficazes de obter graça diante do Eterno”.

Jesus lecionou a Humildade a partir da manjedoura, e a Caridade foi matéria exaustivamente ministrada por Ele em toda a Sua vida, transformada em perene poema de Amor incondicional a todas as criaturas.

Sendo Jesus nosso Modelo e Guia, não podemos jamais menosprezar a conquista desses dois títulos de nobreza espiritual dos quais Ele fez o Seu currículo de luz.

Eis, nesse passo, as ponderações da venerável Joanna de Ângelis que nos chegou através da abendiçoada mediunidade de Divaldo Pereira Franco, em uma página psicografada no Centro Espírita “Caminho da Redenção”’, em Salvador: “refugia-te na humildade legítima, outorgando para o teu Espírito apenas deveres e deveres, pois o direito do cristão é servir sempre e mais como discípulo fiel do Trabalhador Incessante que tomou por modelo e guia.

Depois de aprofundar a meditação em torno dos ensinos dos Espíritos Superiores, que se apoiavam nas claras lições do Evangelho, Allan Kardec concluiu com sabedoria que “fora da Caridade não há salvação”, dando início a uma nova concepção religiosa”, concluindo que, depois da humildade para com Deus, a caridade para com o próximo é a Lei Primeira de todo Cristão.

José Grosso, Espírito queridíssimo ao nosso coração, incluiu (3) em sua “receita para melhorar”, um ingrediente chamado: “lubrificante na cerviz”, que, evidentemente relaciona-se com a “humildade” na simbologia de “dobrar o pescoço”. Sem lubrificante na cerviz o nariz se empina em perniciosa ancilose. (orgulho).

A humildade foi pregada por Jesus desde o singelo berço de palha até Sua submissão ao julgamento venal e consequente condenação sem culpa…

Em u’a mensagem esparsa, pela luminosa mediunidade de Chico Xavier, esse vexilário maior da humildade exemplar, Emmanuel, aduziu: “(…) para que o dever bem cumprido nos coroe as tarefas é necessário que a humildade, por perfume do Céu, nos inspire todos os passos da Terra, vez que Jesus é o amor de braços abertos, convidando-nos a atender e servir, perdoar e ajudar, hoje e sempre”.

Em inspirada quadrinha estimuladora da pacificação e entendimento, Casimiro Cunha finaliza: “Guarda a língua no caminho/ Usando a misericórdia. / O silêncio da humildade/ Acende a luz da concórdia”.

Rogério Coelho

Referências:

(1) KARDEC, Allan. O Evangelho Seg. o Espiritismo. 129.ed. Rio [de Janeiro]: FEB, 2009, cap. VII, item 11;
(2) Idem, ibidem, cap.VII, item 12; e
(3) XAVIER, F. Cândido. Cartas do coração. 3.ed. S.Paulo: LAKE, 1999, p. 100.

Nota do Editor:

Imagem ilustrativa e em destaque disponível em <https://liderescatolicos.org/humilde-como-jesus-exemplo-atitudes/ >. Acesso em: 16JUN2021.