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Autopiedade entorpecente

junho 28, 2021

As vicissitudes são a terapêutica a que estamos submetidos para nossa reabilitação

“(…) A obediência e a resignação carregam o fardo
da provação que  a  revolta  insensata  deixa cair.”
                                                         – Lázaro

Não aguento mais!… Meu fardo é mais pesado do que o dos demais!… Desisto! Sou infeliz!“,  são  as expressões  costumeiras  das  criaturas  cuja  fé  em   Deus   é inexpressiva e vacilam ante os embates do cotidiano. Essas frases de descoroçoamento traduzem-lhes o estado íntimo,  revelando  a   disposição   preguiçosa   da inteligência  em dar-lhes cobro.  Mantêm-se, então, em improcedente e ancilosante autocomiseração para esconder a surda revolta contra os dispositivos da Lei de Causa e Efeito que  muitas vezes lhes tolhe as condições físicas, psíquicas e existenciais nas quais se movimentam…

Não podemos olvidar que o ressarcimento no corpo, resulta de um programa adredemente traçado na Espiritualidade sob a nossa aquiescência, e, visa, antes de tudo, ao nosso reajustamento, à nossa harmonização com as Leis Divinas, enfim,   à   perfeição  a  que  estamos   fadados   pelo   Divino determinismo.

Portando, as vicissitudes são a terapêutica a que estamos submetidos para nossa reabilitação. Sejam quais forem os empecilhos a  prejudicar nossos  passos  na marcha evolutiva, devemos  esforçarmo-nos  por vencê-lo.  Perseveremos no Bem com Jesus e nada  poderá deter nossa marcha ascensional!

Joanna de Ângelis chega mesmo a aconselhar o seguinte (1): “(…) torna-se indispensável movimentar forças, comandar a vontade, dirigindo-a para as aquisições superiores. Não  te detenhas lamentando, sejam quais forem os motivos ou os problemas que te cheguem. Sai  da   faixa   da autocomiseração  e  ascende  na  direção  do  Senhor,  cultivando otimismo e armazenando as energias que produzem saúde, porquanto, a  dor  não é criação divina, antes é elaboração da  rebeldia  do Espírito  a  fim  de  penitenciar-se dos  erros  através  dela  e lapidar-se durante o trâmite para a perfeição.”

Aduz o ínclito Mestre Lionês (2): “no que nos aflige, só vemos, em geral, o presente e não as ulteriores consequências favoráveis que possa ter a nossa aflição.  Muitas vezes, o bem é a consequência de  um mal passageiro, como a cura de uma enfermidade é o resultado  dos meios dolorosos que se empregaram para combatê-la. Em  todos  os casos  devemos  submeter-nos  à vontade de Deus, suportar com coragem as tribulações da vida se queremos que elas nos sejam levadas em conta e que se nos  possam aplicar estas palavras do Cristo:  “Bem-aventurados os que sofrem!”

Rogério Coelho


Referências:
(1) FRANCO, Divaldo Pereira. Ofere Pelo Espírito Joanna de Angelis. Salvador: Leal, 1980; e
(2) KARDEC, Allan. O Evangelho Segundo o Espiritismo.ed.Rio [de Janeiro]: FEB, 2003, cap. XVIII, item 30.

Nota do editor:
Imagem ilustrativa e em destaque disponível em <https://eftbrasil.net.br/blog/artigos/autopiedade-um-caminho-para-a-autodestruicao/>. Acesso em: 28JUN2021.

Rogério Coelho
Rogério Coelho

Rogério Coelho nasceu na cidade de Manhuaçu, Zona da Mata do Estado de Minas Gerais onde reside atualmente. Filho de Custódio de Souza Coelho e Angelina Coelho. Formado em Jornalismo pela Faculdade de Minas da cidade de Muriaé – MG, é funcionário aposentado do Banco do Brasil. Converteu-se ao Espiritismo em outubro de 1978, marcando, desde então, sua presença em vários periódicos espíritas. Já realizou seminários e conferências em várias cidades brasileiras. Participou do Congresso Espírita Mundial em Portugal com a tese: “III Milênio, Finalmente a Fronteira”, e no II Congresso Espírita Espanhol em Madrid, com o trabalho: “Materialistas e Incrédulos, como Abordá-los?” Participou da fundação de várias casas Espíritas na Zona da Mata Mineira.

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