Parlamento das vozes do infinito

Rogério Coelho
14/07/2021
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O Evangelho enxuga o orvalho de lágrimas no caminho evolutivo

                                                “Se os meus discípulos se calarem, as  pedras falarão.”
– Jesus (Lc., 19:40).

Compreendendo a Imortalidade da Alma e colocando em seu devido lugar a questão do decesso corporal, proclama Paulo, o Vidente  de Damasco (1): “porque  convém  que  isto que  é  corruptível  se revista da incorruptibilidade, e que isto que é mortal se revista da imortalidade. Tragada foi a morte. Onde está, ó morte, o teu aguilhão?  Onde está, ó inferno, a tua vitória?”

Acrescenta Augusto Silva (2): “(…) O Espiritismo decifrou o enigma da Imortalidade,  destronando  a  morte – a  Rainha  do  Silêncio – substituindo-a,  no longo carreiro de pretensos  mistérios,  pelo Parlamento das Vozes do Infinito.

As manifestações mediúnicas prosseguem, na demonstração  da  Inteligência que na carne viveu;  todavia,  como todos  os  influxos  do  progresso  planetário,  a  aceitação  de semelhante verdade é lenta e gradativa…”

Em exuberante arroubo poético, exclama Camilo (3): “(…) arrebentando as lápides tumulares, e, semelhantes a estrelas vigorosas, desparzindo luzes de esperança por  sobre  as cabeças esfogueadas das criaturas,  um  pugilo  de nobres  Mensageiros  cantam as excelências da  Vida  Maior,  como Vozes  do  Infinito, sensibilizando os que ainda  se  agitam  nas vielas e espinheirais terrenos, rogando orientação e arrimo  para os próprios passos”.

Allan Kardec coloca no frontispício do livro básico “O Evangelho Segundo o  Espiritismo”  um  alvissareiro discurso do Espírito da Verdade:  “(…) os Espíritos do Senhor, que são as  virtudes dos  Céus,  qual imenso exército que se movimenta ao  receber  as ordens  do  Seu  comando, espalham-se por toda  a  superfície  da Terra,  e,  semelhantes  a estrelas  cadentes,  vêm  iluminar  os caminhos e abrir os olhos aos cegos.

(…) As grandes Vozes dos Céus ressoam como sons de trombetas, e os cânticos dos anjos se lhes associam”.

O Mundo Corpóreo e o Mundo Espiritual interagem, interpenetram-se, recebendo   em   regime   de reciprocidade, em sublime ressonância, a consequência de tudo que se passa em um e outro. Assim, o principal corolário das manifestações mediúnicas que desvelam os panoramas do Mundo Maior é levar as criaturas à compreensão da (2) “(…)  necessidade  do  bem  recíproco   por afirmações  do  Amor  puro, de vez que a  obra  infeliz  desce  à sepultura com o Espírito que a perpetrou, atenazando-lhe o cerne, na  forja  do arrependimento póstumo, e  obrigando-o  a  doloroso trabalho para expungir-lhe os efeitos. O amor  vivido, instante  a  instante,  tudo consegue,  reerguendo  almas, retificando  destinos  e  refazendo ambientes”.

Complementa Augusto Silva (2): “(…) Eis por que Jesus constitui a  porta sempre  aberta de nossa libertação, pois o Evangelho  Redivivo  – fulgurante Sol – dissipa, com imorredoura luz, a noite de  trevas e a miragem das ilusões coaguladas à nossa frente, e enxuga, com blandicioso calor, o orvalho de lágrimas e as gotas de sangue que nos  encharcam o caminho das provações necessárias, no  rumo  das vitórias Eternas”.

Com o Espiritismo, finalmente compreendemos a bi-milenar afirmativa do Mestre Maior (4): “(…) em verdade, em verdade vos digo que, se alguém guardar a minha palavra, nunca verá a morte”!                      

Rogério Coelho

Referências:
(1) (I Cor., 15:53 a 55);
(2) VIEIRA, Waldo. Seareiros de volta. 4.ed. Rio [de Janeiro]: FEB, 1987, p. 50;
(3) TEIXEIRA, Raul .Vozes do infinito. Niterói: FRÁTER, 1991, p.8; e
(4) João, 8:51.

Nota do editor:
Imagem ilustrativa em destaque disponível em <https://www.1zoom.me/pt/wallpaper/434452/z12337.2/>. Acesso em: 14JUL2021.

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