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A missão de Jesus junto à humanidade terrestre

julho 22, 2021

A Doutrina Espírita ou Espiritismo ensina que Jesus é o Espírito mais perfeito que Deus enviou à Terra,  Guia e Modelo da nossa Humanidade (1), o Messias ou Mensageiro divino de Deus. Allan Kardec, o codificador do Espiritismo,  pondera a respeito:

Para o homem, Jesus representa o tipo da perfeição moral a que a Humanidade pode aspirar na Terra. Deus no-lo oferece como o mais perfeito modelo, e a doutrina que ensinou é a mais pura expressão de sua lei, porque, sendo Jesus o ser mais puro que já apareceu na Terra, o Espírito Divino o animava.
Se alguns dos que pretenderam instruir o homem na Lei de Deus algumas vezes o transviaram por meio de falsos princípios, foi porque se deixaram dominar por sentimentos demasiado terrenos e porque confundiram as leis que regulam as condições da vida da alma com as que regem a vida do corpo. Muitos deles apresentaram como Leis divinas o que eram simples leis humanas, criadas para servir às paixões e para dominar os homens.(2)

As leis de Deus, divinas ou naturais, pregadas e exemplificadas pelo Cristo resumem, em síntese, a Lei de Amor que governa todo o Universo. Indicam o roteiro seguro a ser trilhado pelos habitantes da Terra, cedo ou tarde. As leis de Deus estão escritas na consciência humana (3), desde o momento em que o Espírito foi criado por Deus, e, como tal, são instintivamente manifestadas no mundo íntimo do ser humano como “a voz da razão” ou “voz da consciência”.

O conhecimento e prática das leis de Deus, exige esforço intelecto-moral por parte do indivíduo: “Todos podem conhecê-la, mas nem todos a compreendem. Os homens de bem são os que melhor a compreendem. Todos nós, porém, a compreenderemos  um dia, pois é preciso que o progresso se realize.” (4)

Como uma só existência no plano físico é insuficiente para o homem conhecer e vivenciar plenamente a Lei de Deus, o Espiritismo defende a ideia da reencarnação, princípio doutrinário pelo qual esclarece que o ser humano retorna à experiência física quantas vezes se fizerem necessárias, com a finalidade de reparar equívocos cometidos em existências anteriores e de progredir pela aquisição de conhecimento, moral e intelectual:

A justiça das diversas encarnações do homem é uma consequência deste princípio, pois a cada nova existência sua inteligência se acha mais desenvolvida e ele compreende melhor o que é bem e o que é mal. Se, para ele, tudo tivesse que se realizar numa única existência, qual seria a sorte de tantos milhões de seres que morrem todos os dias no embrutecimento da selvageria ou nas trevas da ignorância, sem que deles tenha dependido o próprio esclarecimento? (5)

Jesus-Cristo, nosso Mestre e Senhor, disponibiliza-nos pelos seus ensinamentos a rota segura para atingirmos os píncaros da plenitude espiritual, desde que nos apliquemos à vivência do seu Evangelho. É de fundamental importância, portanto, nos debrucemos sobre os textos neotestamentais, esforçando-nos para por em prática os ensinamentos do Mestre Nazareno, o governador espiritual da Terra, a fim de que possamos compreender, em espírito e verdade, o valor da gloriosa mensagem de Amor que Ele nos transmitiu.

O entendimento da mensagem do Evangelho, cujas orientações aplicam a todos o povos e religiões,  associado ao  esforço de melhoria moral ensinado pelo Cristo, é o primeiro passo para a construção de uma mentalidade isenta de orgulho, egoísmo e vaidade, ainda predominante na humanidade. Assim, para que venhamos atingir os píncaros da evolução, a providência divina sempre disponibiliza meios e recursos: em todas as épocas da Humanidade, renasceu entre nós valorosos Espíritos, incumbidos da missão de restaurar o Evangelho de Jesus. Um exemplo notável, entre outros,  foi Francisco de Assis — Giovanni di Pietro di Bernardone, nascido em Assis/Itália, em 5 de julho de 1182 e falecido em 3 de outubro de 1226, também em Assis — o qual, segundo Dante Alighieri (Florença, 21/05/1265-Ravena, 13 ou 14/09/1321), foi “uma luz que brilhou sobre o mundo.”(6)

A despeito do caráter renovador da mensagem cristã, esclarecemos que “Jesus não veio destruir a Lei, isto é, a Lei de Deus [como supostamente supôs algumas interpretações religiosas]; veio cumpri-la, ou seja, desenvolvê-la, dar-lhe o verdadeiro sentido e adaptá-la ao grau de adiantamento dos homens. É por isso que se encontra, nessa lei, o princípio dos deveres para com Deus e para com o próximo, que constitui a base da sua doutrina. […]. .” (7)

Em um esforço de síntese, o Cristo orienta-nos como pôr em prática a Lei de Deus, que engloba os princípios do Amor, da Justiça e da Caridade, assim anotados por Mateus (22: 34-40):

E os fariseus, ouvindo que ele fizera emudecer os saduceus, reuniram-se no mesmo lugar. E um deles, doutor da lei, interrogou-o para o experimentar, dizendo: Mestre, qual é o grande mandamento na lei? E Jesus disse-lhe: Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu pensamento. Este é o primeiro e grande mandamento. E o segundo, semelhante a este, é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo. Destes dois mandamentos dependem toda a lei e os profetas.

Marta Antunes Moura

 

Referências:
(1) KARDEC, Allan. O livro dos espíritos. Questão 625, p.285;
(2) Idem. Questão 625-comentário, p. 286;
(3) Idem. Questão 621, p. 285;
(4) Idem, Questão 619, p. 284;
(5) KARDEC, Allan. O livro dos espíritos. Questão 619- comentário, p. 284;
(6) Disponível em: https://pt.wikipedia.org/wiki/Francisco_de_Assis; e
(7) KARDEC, Allan. O evangelho segundo o espiritismo. Cap. I, item 3, p. 38.

Nota do editor:
Imagem ilustrativa e em destaque disponível em <http://www.oconsolador.com.br/ano4/163/gerson_monteiro.html>. Acesso em: 22JUL2021.

Marta Antunes de Moura
Marta Antunes de Moura

Coordenadora Nacional da Área de Unificação da Federação Espírita Brasileira (FEB) e Vice-presidente da FEB.

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