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Prisão coarctadora e prisão libertadora

julho 29, 2021

Ser prisioneiro do Cristo é ser o vexilário da liberdade

                                                “Desatai-o e deixai-o ir...”
– Jesus (Jo., 11:44)

A priori pode parecer pleonasmo falar-se em prisão coarctadora e, por outro lado,  paradoxo,  falar-se  em prisão libertadora.  Sem embargo, ambas existem…

Lázaro, por exemplo, encontrava-se encerrado na  prisão tumular, quando  Jesus  o  libertou,  deixando-o  ir-se,  sob  a perplexidade de todos, para os braços amorosos e aconchegantes de Marta e Maria, suas diletas irmãs.

Ele continua a libertar as Almas, tirando-as da escura cela  da  ignorância,  trazendo-as  para  a  luz   do Conhecimento e do Amor…

O homem não se encontra coarctado apenas nas prisões construídas para esse fim. Existem os prisioneiros de si mesmos! E é grande o número desses. Sofrem sob o guante  da autoflagelação voluntária  em  várias  formas  de   injunções carcerárias.

A Lei de Causa e Efeito pode ser a carcereira ou  a libertadora de cada um de nós, estando, obviamente, uma  ou  outra dessas situações vinculadas ao livre-arbítrio, vez que ensinou o Mestre Maior, sem ambiguidade alguma: “a cada um será dado de acordo com as suas obras“. (Mt., 16:27).

Os trânsfugas do dever, mentores de delitos, retornam ao corpo somático em regime de constrições, em exercício para uma vida enobrecida: o remorso, a paralisia, a idiotia, a soledade moral, a frustração afetiva, as doenças crônicas, os  defeitos congênitos,  os  acidentes  de  percurso,  são  os  algozes   que contratamos  em vidas passadas de despautérios para  corrigir-nos a rota desviada da programação Divina.

Embora milhares de criaturas possam transitar livremente pelas ruas, em liberdade aparente, são intimamente prisioneiras de graves limitações. O próprio corpo físico – por mais perfeito que seja – limita superlativamente o Espírito em suas potencialidades transcendentes.

Incontáveis criaturas penam algemadas à ignorância, à limitação psíquica e orgânica, ao pessimismo,  à bacilose   contagiante,  à  vaidade,  ao  orgulho,   ao   egoísmo avassalador,  em sonhos quiméricos e ilusórios, devaneios que, pela  sua irrealidade, jamais se concretizam, frustrando-lhes  os mais caros anelos… Outras,  nefelibatas, nunca estão com os  pés no chão da realidade, vivendo em clima de limitação.

Sócrates sentia-se livre mesmo dentro da prisão, porque tinha noção de que a liberdade deflui das próprias conquistas e convicções harmonizadas com as leis divinas.

Busca a Verdade e a Verdade te libertará”, conceito divino que nos leva a raciocinar que a mentira, a ilusão, as quimeras, serão sempre prisões nas quais cairemos  todas  as vezes que fizermos ouvidos moucos aos preceitos legados por Jesus Cristo à humanidade…

Portanto, se desejamos alforriar-nos em definitivo, livrando-nos dos grilhões limitadores, devemos – na caminhada evolutiva – buscar sempre a Verdade, incorporando-a em nosso cotidiano, seguindo as pegadas d`Aquele que é “o Caminho, a Verdade e a Vida”: Jesus!…

A condição de prisioneiro que podemos almejar é a mesma em que Paulo, o Vidente de Damasco  se  realizou, declarando  com  ufania  e convicção aos efésios  (3:1): “sou prisioneiro  do Cristo”.  E, emboscando-O no peito, escreveu, em transportes de júbilo, aos gálatas (2:20):  “vivo não mais eu, mas Cristo vive em mim.

Ser prisioneiro do Cristo é ser o vexilário da liberdade, eis tudo!

Rogério Coelho

Nota do editor:
Imagem ilustrativa em destaque disponível em <https://www.holyfamilywhitby.ca/sermons/encounter-with-the-resurrected-christ/ >. Acesso em: 29JUL2021.

Rogério Coelho
Rogério Coelho

Rogério Coelho nasceu na cidade de Manhuaçu, Zona da Mata do Estado de Minas Gerais onde reside atualmente. Filho de Custódio de Souza Coelho e Angelina Coelho. Formado em Jornalismo pela Faculdade de Minas da cidade de Muriaé – MG, é funcionário aposentado do Banco do Brasil. Converteu-se ao Espiritismo em outubro de 1978, marcando, desde então, sua presença em vários periódicos espíritas. Já realizou seminários e conferências em várias cidades brasileiras. Participou do Congresso Espírita Mundial em Portugal com a tese: “III Milênio, Finalmente a Fronteira”, e no II Congresso Espírita Espanhol em Madrid, com o trabalho: “Materialistas e Incrédulos, como Abordá-los?” Participou da fundação de várias casas Espíritas na Zona da Mata Mineira.

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