
Fala em Paz
Segundo Joanna de Ângelis falar significa exteriorizar o pensamento pelo verbo, afirma, em sequência que “a fala move o mundo”.
Grandes expoentes da história mundial usaram, de forma poderosa, para o bem ou para o mal, a palavra.
No seu uso positivo, para exemplificar, grandes filósofos exteriorizaram seus pensamentos e reflexões, através da palavra, e nos deixaram precioso tesouro.
Da mesma forma, no campo oposto, grandes oradores usaram a mesma palavra para manipularem seus liderados levando-os à guerra ou à destruição. Alguns, com incrível poder de persuasão, chegaram até a instigarem seus seguidores a cometerem o suicídio.
Mas também houve Jesus que, falando, mudou o rumo desse planeta de tal forma, que hoje dividimos o tempo em antes e depois dele.
Na mesma mensagem, a mentora de Divaldo Pereira Franco, nos afirma que o uso do aparelho fônico é instrumento precioso e de cujo uso prestaremos conta à consciência cósmica. Daí me questiono que uso estamos fazendo dessa ferramenta.
Eu costumo afirmar que a palavra é como um carro que carrega, pelo menos, dois passageiros, o sentimento e o pensamento. Emannuel, no livro Calma, capítulo intitulado “Fala em Paz”, acrescenta “a voz humana está carregada de vibrações”.
Muitos de nós nos envolvemos em grandes problemas por conta do mau uso da palavra. Situações que poderiam ser evitadas com uma melhor comunicação ou com o silêncio.
A palavra, assim como uma flecha, uma vez disparada atingirá o seu alvo. Algumas vezes, diante do efeito imediato da besteira proferida, tentamos emendar com a falácia: “Desculpa, eu falei sem pensar”. MENTIRA.
Até fisiologicamente isso seria impossível porque mesmo que você não acredite que quem pensa é o espírito, tudo o que foi dito teria passado pelo “filtro” chamado cérebro. Lá o pensamento seria gerado, processado e, na perfeita máquina humana, transformado em palavras.
Nesse sentido, Jesus fez duas afirmações “Pois a boca fala do que está cheio o coração” e “’Escutai e compreendei. Não é o que entra pela boca que torna o homem impuro, mas o que sai da boca, isso é que torna o homem impuro” é aqui que eu queria chegar. Se quem ouve a palavra está recebendo, junto com ela, o sentimento, o pensamento e a vibração faz-se muito necessário, que nós nos analisemos antes de proferi-la. Temos que nos questionar se o momento é adequado? Se estou equilibrado? Se essa conversa será proveitosa? Qual é a minha intenção com isso? Será que não vou me arrepender? Quero mesmo machucar essa pessoa? Será que eu estou ajudando se falar isso?
No mesmo livro e capítulo, já citados, Emannuel sentencia “Uma exclamação tonitroante equivale a uma pedrada mental”.
Sinta o impacto dessa informação. Tão violenta quanto uma agressão física, pode ser uma palavra. Ouso afirmar que o ferimento advindo da pedrada, talvez, cicatrize mais rapidamente do que a memória esqueça a ofensa proferida.
Existe muita sabedoria no silêncio, pense nisso, porque ainda que meçamos bem as palavras, se o que sentimos é o oposto, o tom da voz nos entregará, além, lógico, da vibração que a ninguém consegue enganar.
O uso adequado do verbo é, na minha opinião, um dos exercícios mais difíceis que temos a desempenhar, ao longo das vidas, porque carrega consigo a transformação destes sentimentos e vibrações que é parte fundamental da chamada reforma íntima. Falaremos melhor na mesma medida em que formos melhores pessoas, afinal, socorrendo-me novamente de mentor de Chico Xavier, “a tua voz é o teu retrato sonoro”.
Por fim deixo a afirmação poética de Miramez, outro autor que muito aprecio, justamente, por usar muito bem a palavra: “Falamos porque falamos, porém, se falamos bem, é porque já compreendemos o valor da palavra, como música universal da vida.”
André Tarifa
Nota do editor:
Imagem ilustrativa em destaque disponível em <https://clacified.com/religion/16/the-power-of-the-tongue>. Acesso em: 30JUL2021.
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