nascer de novo

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Nascer de Novo

agosto 2, 2021

“Em verdade, em verdade digo-­te: Ninguém pode ver
o reino de Deus se não nascer de novo.”
– Jesus Cristo.

Para nós, espíritas, a afirmação acima, junto com todos os seus desdobramentos e outras citações de Jesus é a corroboração, clara e inequívoca, da reencarnação.

Afirmamos que a sucessão das encarnações, promove a evolução do espírito, mais lenta ou rapidamente de acordo com as escolhas de cada um.

Nossos irmãos, de outras religiões, na tentativa de negar a clareza dos ensinamentos de Jesus, fizeram um exercício de interpretação e chegaram à renovação pelo batismo, logo, por eles, ainda nessa vida nasce-se para uma nova vida “em Cristo” ou, chegam a afirmar alguns, que neste momento você se torna “filho/a de Deus”.

Em um episódio recente, em um culto de evangelho no lar, em abertura “ao caso” deparamo-nos com a afirmação de Jesus, que inspira esse texto.

E dessa vez minha interpretação foi mais próxima a dos meus irmãos de outras religiões. Me perguntei o porquê de não “renascer” ainda nessa vida, não pela ritualística do batismo mas por uma real transformação diante do código moral cristão.

Em uma rápida reflexão me veio três incríveis exemplos de verdadeiros renascimentos citados no Evangelho.

Maria de Magdala, cercada por demonstrações de afeto e admiração masculinas somada à ostentação de poder e bens, não conseguia, de maneira alguma, preencher um enorme vazio existencial. Quando conhece Jesus e as verdades que trazia, nasce novamente, totalmente transformada. Abraça os ensinamentos dessedentando, perenemente, a alma.

Simão Pedro, o bom pescador de peixes, caminha ao lado de Jesus por 3 anos, testemunha o seu trabalho, ouve seus ensinamentos, exercita, o tanto quanto lhe é possível, as mesmas práticas e, ao final da trilha com o Mestre, comete equívocos, como sacar de uma espada e “negar” Jesus por três vezes. No entanto, é justamente a partir daí que renasce e desenvolve tarefa, até o último dia de vida, como poucas vezes vimos na história cristã a ponto de qualquer um de nós hoje, poder afirmar o que Jesus lhe dissera lá no recrutamento; Pedro tornou-se um pescador de homens.

Mais óbvio dos renascimentos, a mais citada das transformações, Saulo que vira Paulo. Tão forte foi sua nova vida que até a troca do nome é justificada. O homem de Tarso, sem água, sem ritual, sem batismo, renasce pela visão que o cega, olha para dentro de si e quando volta a ver a luz já é outro.

Existem outros enormes exemplos de enorme grandeza, como Levi e Zaqueu e, com certeza, outros tantos, completamente anônimos. Doze, setenta e, na última aparição, os 500 da Galiléia.

Talvez você argumente, como eu mesmo já estou fazendo enquanto escrevo, que não somos como eles, coisas do tipo “ahhh, não é nessa encarnação que eu chego nesse nível” e é mesmo bem provável isso. Mas já me contra-argumentei que outros tantos tiveram contato com Jesus e nem se deram conta de sua grandiosidade nem, muito menos, moveram uma palhinha sequer, em seu íntimo por isso.

Nós, aqui nessa doutrina, aprendemos ainda mais que estes grandes exemplos, pelo menos em instrução. Somamos aos ensinamentos de Jesus outros tantos conhecimentos que nos foram trazidos pelo consolador prometido. Talvez não tenhamos aprendido a amar como eles, por fim, aprenderam mas me questiono se hoje, cada um de nós, com o seu talento, cada um no seu quadradinho, não poderia fazer um pouquinho mais.

André Tarifa

Nota do editor:
Imagem ilustrativa e em destaque disponível em <https://www.miliciadaimaculada.org.br/espiritualidade/formacao/evangelho-dominical/batismo-do-senhor-2020>. Acesso em: 02AGO2021.

André Luis R. Tarifa
André Luis R. Tarifa

Trabalhador espírita desde os 12 anos de idade, eterno aprendiz, tenho um canal no Youtube onde compartilho meu aprendizado e as belezas da poesia. Atualmente desenvolvo os meus trabalhos no Centro Espírita Mansão da Esperança em São Paulo, SP.

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