Existe Bala Perdida?

Fernando Rossit
23/09/2021
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Sim, existe bala perdida, como existem acidentes de toda espécie que não foram previstos no espaço, antes da reencarnação.

O Universo (não só a Terra) é governado por Leis perfeitas que deverão, a seu tempo, ser reveladas ao homem. Cabe às Ciências humana e espiritual esse papel.

Entretanto, não podemos esquecer de um fato simples: as leis físicas (da matéria) são também Lei de Deus.

Muitos pensam que tudo acontece segundo a vontade de Deus; que não cai uma folha sem Sua permissão.

Vamos interpretar isso?

Existe, sim, uma Lei única e imutável, absoluta, que rege o Universo. Ela é responsável pela harmonia e equilíbrio de tudo. No entanto, Deus nos concedeu o livre-arbítrio, o que possibilita agirmos conforme a nossa vontade para nosso bem ou para o mal.

Toda ação é livre, mas as consequências, não.

Somos livres para escolher, entretanto o resultado de nossas ações determina o tipo de destino que vamos ter.

Quando nos desviamos da grande Lei haverá consequências tendentes a nos colocar novamente nos eixos, no fluxo de Sua condução harmoniosa, que nos levará à correção dos equívocos cometidos e retorno ao equilíbrio.

Se não fosse assim, o caos total destruiria a criação.

Mas não existe destino? E o planejamento espiritual?

Se você considerá-lo como consequência dos atos anteriores, existe. Mesmo assim não é nada de absoluto.

Não devemos ver o destino como algo programado e determinado, irremediável, que não pode sofrer qualquer tipo de alteração.

Podemos alterar a todo instante o curso de nossa história com novas ações e decisões: podemos mudar de cidade e de país, casar ou ficar sozinho, separar do cônjuge, pedir demissão do emprego e buscar outro, trocar de religião etc.

Tudo isso poderá mudar se você quiser, mesmo que tenha planejado diferente no mundo espiritual. Afinal, você tem livre-arbítrio lá e aqui.

Quem constrói o nosso destino, portanto, somos nós mesmos nos dois lados dos planos.

Mas e a bala perdida, as mortes violentas, os assassinatos, os terremotos, a violência em geral que, apesar de todos os cuidados que possamos ter para evitar, nos alcançam com tanta frequência?

Aqui a análise se desdobra, mas sem contrariar em nada a Lei Universal.

Explicamos: depende das circunstâncias e dos fatos que foram determinantes para a ocorrência desses desastres e mortes.

Vivemos num mundo de matéria muito grosseira onde qualquer acidente ou doença poderá levar à morte. Conclusivamente, a vida aqui na Terra, por si só, já é uma expiação para os Espíritos (questão 132 de O Livro dos Espíritos).

Dessa forma, ainda que formos prudentes e atentos, muitas ocorrências desastrosas podem nos alcançar pois habitamos a Terra, mundo ainda inferior – sujeitos, portanto, às suas produções materiais e espirituais condizentes com o nosso nível de evolução – que é, sem sombra de dúvida, muito inferior.

Se estivermos mergulhados numa panela de pressão, estaremos, inevitavelmente, sujeitos à pressão e temperatura da panela, mesmo que sejamos muito superiores espiritualmente. Haja vista Jesus, que apesar de sua elevação, sofreu as agruras de estar mergulhado na carne.

Estamos reencarnados num planeta de provas e expiações e ninguém foge disso.

Pois bem, uma bala perdida atinge fatalmente uma criança que está passeando de bicicleta, despreocupadamente.

Isso é fatalidade?

Temos que considerar que poderá sim ser algo programado, mas não podemos asseverar que foi algo que teria que acontecer inevitavelmente, até porque Deus não precisa de nós e do mal por nós produzido para exercer Sua justiça: a criança poderia morrer – caso estivesse programado – por uma ocorrência natural, como doença ou acidente não provocado.

Definitivamente o acaso não existe. Existe uma Lei que permeia e comanda o mundo físico e espiritual.

O grande equívoco que vimos muitos espíritas cometerem é o de sempre atribuírem ao acaso uma origem divina. Não, não.

A bala atingiu a criança por uma causa puramente física, não por uma causa espiritual. Depois que a bala foi disparada ela segue a trajetória física que tem que seguir. Nenhum espírito poderia alterar sua trajetória, seu caminho.

No entanto, a criança que está por lá passando poderá ter sido intuída para estar naquele lugar, caso tivesse que desencarnar precocemente (não necessariamente por uma bala de revólver).

Vejamos o que dizem os Espíritos:

Questão 527: Um homem TEM que morrer fulminado pelo raio. Refugia-se debaixo de uma árvore. Estala o raio e o mata. Poderá dar-se tenham sido os Espíritos que provocaram a produção do raio e que o dirigiram para o homem?

Resposta: “O raio caiu sobre aquela árvore em tal momento, porque estava nas leis da Natureza que assim acontecesse. Não foi encaminhado para a árvore, por se achar debaixo dela o homem. A este, sim, foi inspirada a ideia de se abrigar debaixo de uma árvore sobre a qual cairia o raio, porquanto a árvore não deixaria de ser atingida, só por não lhe estar debaixo da fronde o homem.”

Questão 528: No caso de uma pessoa mal-intencionada disparar sobre outra um projetil que apenas lhe passe perto sem a atingir, poderá ter sucedido que um Espírito bondoso haja desviado o projetil?

Resposta: “Se o indivíduo alvejado NÃO tem que perecer desse modo, o Espírito bondoso lhe inspirará a ideia de se desviar, ou então poderá ofuscar o que empunha a arma, de sorte a fazê-lo apontar mal, porquanto, uma vez disparada a arma, o projetil segue a linha que tem de percorrer.”

Destacamos: “uma vez disparada a arma, o projetil segue a linha que tem de percorrer.”

Está claro, portanto, que a ação dos espíritos não é na matéria ou nas leis físicas (que são imutáveis, pois têm origem Divina), mas no mundo moral do autor do tiro e da possível vítima.

Mas o que aconteceria se os bons espíritos não conseguissem influenciar a vítima para se esquivar da bala e/ou perturbar a visão do assassino em frações de microssegundos?

Resposta: “uma vez disparada a arma, o projetil segue a linha que tem de percorrer”. Isto é, a pessoa seria ferida ou morta, mesmo não havendo previsão espiritual dessa ocorrência.

Nem todo acidente fatal é carma, resgate de vidas passadas, expiação, como quiser designar. Pode ser provação.

E o que acontece com o espírito da vítima?

Reprograma sua jornada evolutiva, pois o progresso é Lei Universal.

Fernando Rossit

Nota do editor:

Imagem ilustrativa e em destaque disponível em <http://blogs.diariodepernambuco.com.br/segurancapublica/?tag=bala-perdida>. Acesso em: 23SET2021.

 

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