estudar o espiritismo

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Precisamos estudar e estudar o Espiritismo, sempre!

novembro 23, 2021

No capítulo VI de O Evangelho segundo o Espiritismo, Allan Kardec nos traz um importantíssimo alerta feito pelo Espírito de Verdade, acerca dos dois grandes preceitos a ser transmitidos:

“Espíritas!, amai-vos, eis o primeiro ensinamento. Instruí-vos, eis o segundo.”

Claro que a amizade, a fraternidade, a harmonia, a união e a simpatia devem reger as relações entre os espíritas. Aliás, entre absolutamente todas as pessoas, por ser de total conformidade com o maior mandamento, qual seja, amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo. Porém, é o segundo aspecto daquela norma que norteará as presentes reflexões.

No seu opúsculo Pensamento e Vida, Emmanuel faz alguns alertas no capítulo 4 (Instrução), no sentido de que:

“já se disse que duas asas conduzirão o espírito humano à presença de Deus. Uma chama-se Amor, a outra, Sabedoria. Pelo amor, que, acima de tudo, é serviço aos semelhantes, a criatura se ilumina e aformoseia por dentro, emitindo em favor dos outros, o reflexo de suas próprias virtudes; e, pela sabedoria, que começa na aquisição do conhecimento, recolhe a influência dos vanguardeiros do progresso, que lhe comunicam os reflexos da própria grandeza, impelindo-a para o Alto.”

Na conclusão desse capítulo, Emmanuel salienta que:

“conhecer é patrocinar a libertação de nós mesmos, colocando-nos a caminho de novos horizontes na vida. Corre-nos, pois, o dever de estudar sempre, escolhendo o melhor para que as nossas ideias e exemplos reflitam as ideias e os exemplos dos paladinos da luz.”

Como o foco do nosso estudo é a doutrina espírita, tenhamos sempre em mente essas elevadas lições de espíritos superiores, aplicando-as no nosso desenvolvimento intelectual relacionado ao espiritismo, jamais deixando de buscar o conhecimento de todos os ensinos trazidos pelos irmãos missionários e benevolentes.

No entanto, é uma parábola contada pelo Mestre Divino que deve nos convencer de uma vez por todas sobre a necessidade da instrução, dos estudos.

Embora essa parábola não faça parte do vastíssimo repertório dos ensinos de Jesus trazidos e estudados em O Evangelho segundo o Espiritismo, Mateus faz ampla referência a ela no capítulo XXV do seu evangelho, especificamente nos versículos 1 a 13. Eis o que nos conta o evangelista:

“O Reino de Deus será comparado a dez virgens que, tomando as suas lâmpadas, saíram ao encontro do noivo. Cinco dentre elas eram néscias e cinco prudentes. As néscias, tomando as suas lâmpadas não levaram azeite consigo; mas as prudentes levaram azeite em suas vasilhas, juntamente com as lâmpadas. Tardando o noivo, toscanejaram todas e adormeceram. Mas à meia-noite ouviu-se um grito: Eis o noivo! Saí a seu encontro! Então se levantaram todas aquelas virgens e prepararam suas lâmpadas. E disseram as néscias às prudentes: Dai-nos do vosso azeite, porque as nossas lâmpadas estão se apagando! Porém as prudentes responderam: Talvez não haja bastante para nós e para vós. Ide antes aos que o venderam e comprai-o para vós. Enquanto foram comprá-lo, veio o noivo; e as que estavam apercebidas entraram com ele para as bodas e fechou-se a porta. Depois vieram as outras virgens e disseram: Senhor, Senhor, abre-nos a porta! Mas ele respondeu: Em verdade vos digo que não vos conheço.

Portanto, vigiai, porque não sabeis nem o dia, nem a hora.”

No seu livro Parábolas e Ensinos de Jesus, Cairbar Schutel analisa com profundidade essa lição do Mestre – contada por Mateus –, alertando que “a instrução espiritual é indispensável, assim como o é a instrução intelectual na vida social.”. E prossegue, referindo-se ao estudo da doutrina espírita, no sentido de que “a prudência manda ao homem que estude, pesquise, examine, raciocine e compreenda.”.

Dando continuidade à sua explicação sobre a parábola transcrita, o bandeirante do espiritismo ensina que:

“as cinco ‘virgens prudentes’ simbolizam os que leem, estudam, experimentam, investigam, raciocinam, procurando compreender a vida, trabalhando pelo seu próprio aperfeiçoamento. As cinco ‘virgens néscias’ são o símbolo daqueles que sabem tudo o que se passou, menos o que precisam saber: não estudam, enfastiam-se quando se lhes fala de assuntos espirituais; chegam mesmo a dizer que, enquanto estão nesta vida, dela tratarão, reservando o seu trabalho de Espírito para quando se passarem para o outro mundo.”

Como conclusão do estudo dessa parábola, Cairbar Schutel adverte que:

“sendo nossa estadia na Terra um meio de instrução, seremos néscios se descurarmos desse dever para nos entregarmos a labores ou diversões fúteis que nenhum progresso espiritual nos podem proporcionar. (…) É preciso vigiar: procurar a verdade, onde quer que se encontre. É preciso adquirir conhecimentos, luzes internas que nos fazem ver o Senhor e nos permitem ingressar na sua morada.”

Diante de todos esses ensinos, recomendações e alertas dados por Jesus, e daqueles trazidos pelos espíritos iluminados que nos apresentaram a doutrina espírita, que continuam nos indicando o melhor modo de agir e proceder, guardemos sempre conosco a atitude das ‘virgens prudentes’, ou seja, que sejamos precavidos quanto à necessidade de aquisição de conhecimento, de estudo, de crescimento para as coisas espirituais. Jamais façamos como as ‘virgens néscias’, tolas, descritas na parábola reproduzida acima, agindo de maneira descuidada, preguiçosa e indolente quanto à aquisição de conhecimentos.

Como disse Emmanuel, duas asas nos legarão a entrada nos planos superiores da criação, o Amor e a Sabedoria. Se negligenciarmos qualquer delas, atrasaremos a nossa evolução, a nossa libertação das amarras da imperfeição e da ignorância.

Renato Confolonieri

Nota do editor:
Imagem ilustrativa e em destaque disponível em <https://pixabay.com/pt/photos/m%c3%a3os-abrir-vela-luz-de-vela-ora%c3%a7%c3%a3o-1926414/>. Acesso em: 23NOV2021.

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Renato Confolonieri
Renato Confolonieri

Atuante no Espiritismo há 20 anos, participou por três anos e meio da entrega de sopa no Grupo Fraterno de Assistência Nossa Casa em São Paulo, articulista no periódico Ação Espírita e Membro de Reuniões Mediúnicas no Grupo Espírita Jesus de Nazaré, ambos de Marília, interior de SP.

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