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Templo

outubro 22, 2022

Jesus acabara de agrupar seus apóstolos, era um rabi e tinha então responsabilidade sobre a educação destes homens e, hoje sabemos, de toda a humanidade.

Rabis eram aqueles homens que tinham jovens e crianças sob tutela educacional. Eram responsáveis por passar-lhes os conhecimentos de religião, filosofia, ciências e até hábitos de higiene. Apenas para exemplificação, eram rabis também Nicodemus e Gamaliel.

Como rabi, Jesus tinha espaço no grande templo para suas pregações e, nos relata o Evangelho de João, em uma dessas ocasiões, indignado com o comércio, o câmbio, o escambo, entre outras práticas incompatíveis com o local, teria tomado em suas mãos um feixe de cordas que foi usado como um chicote ou açoite contra os autores destas práticas, expulsando-os do local.

É bastante discutível a descrição que alguns fazem de um Jesus muito alterado. Eu, particularmente, acredito na sua autoridade moral, firme, mas sem violência contra quem quer que fosse, mas não é a intenção desse texto discutir tais elucubrações. O fato e o foco aqui é que o Mestre se indignou com coisas mundanas, profanas em um ambiente sagrado.

Jesus, ao longo do seu trabalho, desmistificou vários conceitos de uma maneira lúdica ou metafórica e elucidou várias das Leis Divinas que regem o universo e as nossas vidas.

Acredito que o “templo” é uma delas. No capítulo 3, do livro Boa Nova, em meio ao diálogo com um sacerdote um tanto arrogante, Jesus afirma: “O Reino de Deus é a obra divina no coração dos homens”.

Com base nessa afirmação pergunto, qual o templo material, de cimento, blocos e telhas pode ser mais sagrado do que esse templo interno, esse coração e alma onde se construirá, de fato, o Reino de Deus?

Aliás, a pandemia atual, em período de templos fechados, mostrou-nos, claramente, que estes ambientes físicos em nada fizeram falta àqueles trabalhadores do bem, fossem eles encarnados ou desencarnados.

O que me leva então a uma reflexão mais profunda, diante do acontecido no templo de Jerusalém. Quem está ocupando espaço no meu templo interior? As coisas profanas? Valores materiais? Ou estou dedicando espaço ao que é sagrado? Valores intangíveis, espirituais tem mais espaço do que as coisas do mundo? Lembrando a afirmação, também de Jesus, que devemos dar a César o que é de César e a Deus o que é de Deus, a quem estou dedicando o meu coração? A César ou a Deus?

Está aí o nosso caminho de autoavaliação e, posterior, transformação ou reforma íntima, em saber onde está meu coração, quem ou o que habita o meu templo.

André Tarifa

André Luis R. Tarifa
André Luis R. Tarifa

Trabalhador espírita desde os 12 anos de idade, eterno aprendiz, tenho um canal no Youtube onde compartilho meu aprendizado e as belezas da poesia. Atualmente desenvolvo os meus trabalhos no Centro Espírita Mansão da Esperança em São Paulo, SP.

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