
Sementeira de luz
“Lançai a foice, porque já está madura a seara;
vinde, descei, porque o lagar está cheio, os vasos dos
lagares transbordam; porquanto a sua malícia é grande.”
– Joel, 3:13
Examinando o proscênio terrestre na atualidade, detectamos, em toda parte, a urgente necessidade de providências e cuidados de vária ordem no sentido de se restabelecer a ordem, a harmonia, a disciplina, enfim, arrumar tudo que sofreu os efeitos devastadores dos vendavais chamados egoísmo e intemperança…
Por outro lado, a solução que se apresenta para debelar todo o mal, jaz esquecida, e negligenciada no trato das relações humanas: o Evangelho de Jesus.
Concluímos que a humanidade apresenta-se como um campo onde se faz mister o empenho do lavrador para alcançar as searas sazonadas. Aqui o solo apresenta-se seco, acolá o charco insulta com seus miasmas pestilenciais, sobram espinheiros, pragas, enfermidades… Por isso a aspereza de muitas almas, o vício triunfante, os golpes da ingratidão, a hostilidade ambiente, a sombra da ignorância, a necessidade das criaturas, carências de variegados matizes, corrupção, violência…
A reversão de todo este quadro passa pela urgente adoção da moral evangélico-cristã em todos os seus desdobramentos, vez que só a sublime moral do Cristo aproximará os homens uns dos outros, fazendo cessar as guerras e estabelecerá entre as criaturas uma solidariedade comum. O Espiritismo terá, aí, papel fundamental!
Afirma um Espírito israelita: “(…) são chegados os tempos em que se hão de desenvolver as ideias, para que se realizem os progressos que estão nos desígnios de Deus. Têm elas de seguir a mesma rota que percorreram as ideias de liberdade, suas precursoras. Não se acredite, porém, que esse desenvolvimento se efetue sem lutas. Não; aquelas ideias precisam, para atingirem a maioridade, de abalos e discussões, a fim de que atraiam a atenção das massas. Uma vez isso conseguido, a beleza e a santidade da moral tocarão os espíritos, que então abraçarão uma ciência que lhes dá a chave da vida futura e descerra as portas da felicidade eterna. Moisés abriu o caminho; Jesus continuou a obra; o Espiritismo a concluirá”.
Portanto, os seareiros do Cristo deverão estar sempre conscientes das obrigações que lhes competem e, fazendo “ouvidos moucos” ao desânimo, à queixa, ao desespero e à censura, abraçarão – incansavelmente – o trabalho, servindo em silêncio incessantemente.
Aconselha Emmanuel, o nobre guia espiritual de Chico Xavier: “(…) saibamos cultivar o Evangelho em nossos próprios atos, porque assim, à custa de trabalho e esforço constante, faremos rebrilhar a palavra do Cristo, valorizando o verbo perante o mundo enfermo que roga paz e luz”.
Rogério Coelho
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