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Amor: sentimento ou decisão!

julho 26, 2024

Quando falamos ou nos referimos ao amor ao próximo como a nós mesmos, normalmente o primeiro conceito ou ideia que formamos a respeito, são de sentimentos de compaixão e solidariedade pelas pessoas, predispondo-nos a auxiliar e socorrer quando tangidas por sofrimentos e aflitivas provações. Contudo, o amor é ainda demasiadamente complexo e amplo para resumirmos e limitarmos a nossa estreita e acanhada compreensão humana.

O amor quando confundido pelo rigor totalitário e egoísta de nossas escolhas, de que se algo me pertence há mais ninguém pertencerá, rotulamo-nos, de certo modo, na infeliz e pobre condição de exclusivos e legítimos proprietários daquilo que dizemos amar e nos pertencer, privando os outros da sua liberdade e direito de expressarem seus pensamentos e vontades.

O amor na acepção verdadeira do termo, transcende muito além dos nossos caprichos e vaidades mundanas, ao qual acostumamos chamar de sentimento até hoje. Por desconhecermos a verdadeira essência do amor espiritual, defini-lo como sendo um sentimento, torna-se muito frágil, vago e impreciso, em razão dos interesses que alimentamos sobremaneira como moeda de troca, sempre esperando que os outros façam o mesmo por nós.

Como criaturas moralmente imperfeitas que somos, neste longo e contínuo processo de aprendizado, cabe-nos ainda exercitar o amor como uma decisão, pois levados pelo sentimento, falhamos por conta dos melindres, ciúmes e inveja; pela decisão de realizar o bem sem tempo para tergiversarmos se quem está no comando é a razão e não o coração.

O amor como sentimento, apresenta variadas dimensões e vertentes, é o amor pelos filhos, por um pai e uma mãe, o amor por um amigo, pelos animais, pela natureza, o amor conjugal e pela profissão. Passando a enxergar e externar o amor tão somente por este ângulo, único, certo e inabalável, começaremos a perceber que, em algum instante de nossas vidas, a ingratidão e a indiferença de algumas pessoas irão nos ferir e magoar consideravelmente, inconformados iremos impor pesados tributos de reconhecimento e taxas de retribuição.

Quando decidimos, portanto, amar sem olhar a quem, sem nada esperar de retorno, se aplicará os ensinamentos de Allan Kardec ao afirmar: o amor é o sentimento por excelência que resumi inteiramente a doutrina de Jesus […] em sua origem, o homem só tem instintos; mais avançado e corrompido só possui sensações; quando mais instruído e depurado, tem sentimentos (1).

De origem grega, estamos treinando o amor ágape, para que um dia possamos exercê-lo na sua plenitude. Madre Tereza de Calcutá, por exemplo, viveu esse amor pleno, quando certa vez, abordado por um homem, e vendo-a banhar um leproso disse-lhe – Madre! Nem por um milhão de dólares eu faria o que a senhora faz! E ela respondeu – Nem eu meu filho; pois só por amor se pode dar banho num leproso.

Portanto, um passo de cada vez, porque o amor verdadeiro e sacrificial, não sabe escutar os interesses egoísticos e mesquinhos do homem.  Por ora, se podermos fazer algo por amor, que façamos por decisão, para que a dúvida não se instale na alma afastando-nos do bem.

Marildo Campos Brito

Fonte:
(1) O.E.S.E – capítulo XI

Marildo Campos Brito
Marildo Campos Brito

De família espírita, iniciou-se na doutrina em sua infância pelo Centro Espirita Allan Kardec de Bauru. Com dois cursos de oratória, realiza palestras há 22 anos aproximadamente por Bauru e região com participações presencial e virtual. Participou do 11º Congresso Estadual de Espiritismo realizado em Bauru no ano de 2000. Foi colaborador como colunista pelo jornal Tribuna do Espiritismo de Matão e O Idealista pela USE Regional de Jaú. Atualmente escreve artigos para o jornais Momento Espírita do CEAC de Bauru e site Agenda Espírita Brasil.

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