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O Atendimento Fraterno na Casa Espírita

setembro 13, 2024

“Vinde a mim todos os que andais em sofrimento e vos achais sobrecarregados e eu vos aliviarei.
Tomai sobre vós o meu jugo, e aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração,
e achareis descanso para as vossas almas. Porque o meu jugo é suave e o meu fardo é leve.”
(Mateus, XI:28-30).

Essas palavras do Cristo retratam o objetivo do atendimento fraterno na casa espírita que deve ter por base o acolhimento, o consolo e o esclarecimento. O acolhimento tem início na recepção fraterna do centro espírita, que deve estrategicamente ser realizada na primeira entrada do mesmo e composta por trabalhadores capacitados para receberem as pessoas com gentileza. Não é simplesmente uma ‘entrega’ de mensagens, vai além, os recepcionistas devem estar munidos de informações precisas sobre as atividades da instituição, possuírem conhecimento espírita e terem um perfil adequado à função que está pautada na empatia.

O consolo e o esclarecimento acontecem inicialmente no atendimento ou diálogo fraterno, realizado por um indivíduo que foi treinado para a tarefa, através de cursos e está apto a trazer orientações ao assistido, a luz da Doutrina Espírita. Sempre bom reafirmar que o atendimento fraterno não tem como objetivos terapias psicológicas ou opiniões particulares a respeito da problemática exposta no diálogo, mas sim, a conscientização espírita a respeito daquela vivência. Para isso, a equipe de atendimento fraterno necessita estar alinhada na interpretação doutrinária, através de reciclagens, cursos e estudos permanentes.

Vivemos atualmente um período de muitas dificuldades, dores e conflitos de toda espécie, sendo fundamental que as casas espíritas estejam preparadas para receberem as almas aflitas. Nesse sentido, o aprimoramento faz-se mister para que o espiritismo alcance o seu objetivo de transformação moral da sociedade.

Assim, a equipe de atendimento fraterno e, sobretudo o atendente, detém grande responsabilidade e precisa estar ciente do seu papel de apresentar corretamente a doutrina espírita ao assistido para que possa auxiliá-lo a trocar ou limpar suas lentes sobre a vida e ampliar sua visão das questões existenciais e da dinâmica de funcionamento das Leis Divinas. A proposta do atendimento é que o assistido absorva aos poucos, as informações e conhecimentos, integrando-se ao centro espírita, a fim de amenizar suas angústias através da esperança e do encontro de respostas para suas dores.

Portanto, o atendente fraterno deve cultivar o estudo doutrinário, mas o ingrediente principal para o bom desempenho do diálogo fraterno é a amorosidade, que se expressa na disposição de acolher e ouvir com respeito, sabendo colocar-se no lugar do outro. Dessa maneira, vai exercitando a compreensão do que o assistido está sentindo e se aprimorando em detectar a raiz psicológica do problema, que não será resolvida em 50 ou 60 minutos, mas levará o assistido ao início de um caminho de construção íntima baseado na orientação do Mestre de amar ao próximo como a si mesmo.

Nas palavras de Marlon Reikdal, autor da obra Diálogo Fraterno Técnica e Ética, estaremos realizando nosso trabalho de trazer o Espiritismo para a vida das pessoas, auxiliando-as a se conectarem consigo mesmas e com Deus, para que dessa forma, conduzam melhor suas existências.

Karina Kasemodel A. Rafaelli