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Natal com Jesus

dezembro 23, 2024

Numa época, em que o povo judeu permanecia sob o jugo tirânico da opressão política e religiosa do império romano de César Octaviano Augusto e do Rei Herodes, nascia em Belém ao sul da Judéia numa simples manjedoura, o mais belo e perfeito Espírito que a humanidade já ouvira falar.

Com o surgimento do Espiritismo, como sendo a terceira revelação para o século XIX, os Espíritos superiores responderam a Allan Kardec na questão 625 de O Livro dos Espíritos, que o tipo mais perfeito que Deus poderia oferecer ao homem servindo-lhe de guia e modelo seria Jesus.

Esse incomparável Espírito, escolhido pelo Senhor Supremo do Universo, foi quem esteve investido da gloriosa missão de governar a Terra, acompanhado por uma legião de Espíritos puros, onde estaria-Lhe reservada a grandiosa tarefa de preparar o mundo em duas ocasiões distintas, conforme nos esclarece o Espírito Emmanuel (1); num primeiro momento viria preparar o cenário da vida, coordenando e organizando a matéria informe ainda em incandescência no planeta, resfriando o solo e adequando a pressão atmosférica; enfim, deixaria a casa pronta para morarmos. Já na segunda vez, seria revelado aos homens daquela época, a imortal lição de seu Evangelho, exortando-os a sua verdadeira lei de amor, justiça e caridade, dentre o maior e mais importante preceito por Ele deixado: Amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo.

Certamente que suas leis e ensinamentos, ecoariam para toda a posteridade, mas, é principalmente no Natal ou nas proximidades desta data, que as pessoas se mostram mais motivadas em perdoar; compreender; reconciliarem-se e solidarizarem-se, ajudando o próximo mais próximo como dissera certa vez Madre Tereza de Calcutá, quando um homem, vendo-lhe banhar um leproso falou – Madre! Nem por um milhão de dólares eu faria o que a senhora faz! Ela respondeu – Nem eu meu filho; pois só por amor se pode dar banho num leproso. Lógico que por enquanto, não temos a elevação espiritual de uma Madre Tereza, mas ao menos, já podemos dar os primeiros passos no trabalho caritativo com pequenas e simples atitudes no bem, visitando um espaço de carência, os indigentes sob as marquises e ruas, doando alguma peça de roupa ou brinquedos, uma parte do 13º salário, e socorrendo os animais como nossos pequenos irmãos em evolução.

Todas essas ações, já são um bom começo para idealizarmos o Natal com Jesus como Ele próprio nos afirmou “quando fizer a um desses menores de meus irmãos é a mim que fizeste” (2), pois, a alegria de quem recebe, é bem maior do pouco que podemos doar.

Portanto, o nosso desprendimento em favor dos mais necessitados é importante sim, mas, deveríamos fazer desse dia e do período natalino um link, conectando-nos diuturnamente com Jesus, sem descaracterizarmos a sua verdadeira mensagem de amor, onde os abusos e excessos de todo gênero, como bebidas e comidas, as diversões ruidosas e a exploração comercial, não deturpem o real sentido de sua festa. Compreensível e normal nos confraternizemos entre amigos e familiares, na festiva repartição e multiplicação das alegrias durante as trocas de presentes de ceia e o almoço de natal, do animado “amigo secreto”, do brilho das luzes e fogos de artificio, os passeios pelo shopping com suas lojas e vitrines decoradas; tudo isso é muito saudável e válido, mas infelizmente, os interesses egoísticos e mesquinhos que predominam reiteradas vezes nos corações humanos, faz com que a prática do bem se torne mais escassa nos meses que antecedem o período natalino, havendo um natural resfriamento dos sentimentos; mas, quando nos imbuímos desse Espírito natalino que nos anima e contagia, nossa atmosfera terrena, envolve-se por uma intensa e extensa faixa de energias positivas com vibrações de paz e luz, em virtude dos bons pensamentos reinantes.

E animados do nobre propósito de amar e servir, o Espírito Emmanuel (3) afirma-nos em belíssima frase […] Se Jesus não nascer e crescer na manjedoura de nossa alma, em vão os anos novos se abrirão iluminados para nós.

Marildo Campos Brito 

Referências:
(1) Emmanuel – A Caminho da Luz – Cap. I – F.C. Xavier.
(2) N.T. Mateus: 25;40.
(3) Emmanuel – Fonte de Paz – F.C. Xavier.