Natal,Espiritismo

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Na Glória do Natal

dezembro 25, 2024

A palavra glória, em alguns dos seus vários significados significa exaltação ou homenagem; alegria ou felicidade.

Por seu lado, Natal lembra, de modo geral, nascimento, renovação, continuidade da vida.

É natural que festejemos a chegada de um novo Espírito às lides terrenas, mesmo sabedores de que o atual cenário na Terra parece não ser dos mais promissores. Ainda assim, normalmente, a natividade traz alegria, e, quem sabe, também renovadas esperanças.

Há sempre muita expectativa pelos nascimentos. Pais e parentes, de modo habitual, festejam e convocam também amigos para juntos, regozijarem-se com a chegada de mais um membro na comunidade.

Desta forma, a expressão Na Glória do Natal poderia indicar um sentimento de respeito, louvor, uma satisfação íntima, felicidade ou mesmo prazer associado a este momento, ou ao particular dia, no caso em exame, em relação a Jesus.

De fato, tomamos conhecimento através de explicações e informes apresentados pela Doutrina Espírita, que, de ordinário, há muitos preparativos, conjugados a um esforço significativo da Espiritualidade esclarecida, de modo a viabilizar o reingresso na carne de mais um Espírito, mais uma imortal criatura de Deus, em sua nova etapa de atividades visando adquirir progresso material, moral e espiritual.

São as Leis Divinas sempre funcionando a nosso favor.

Agora, meditemos um tanto sobre a posição do Rabi da Galileia em relação à nossa própria evolução.

Esclarece o Espiritismo que, uma vez individualizado, o princípio espiritual inicia uma jornada de incontáveis milênios ao longo dos reinos inferiores da Natureza, quando experimenta instintos e das sensações, para, finalmente, atingir a fase hominal, quando inicia seu processo de construção do livre-arbítrio, aprimorando mais ainda sua inteligência e conquistando gradativamente as virtudes que o afastarão e distinguirão cada vez mais dos seres primitivos.

Após completar esta extraordinária marcha evolutiva, se repetindo continuamente, alcançando ao final a condição de Espírito Puro, recebe do Criador tarefas grandiosas, entre as quais, esclarece a Doutrina: cuidar de planetas, estrelas e astros que povoam o Universo conhecido.

Tornam-se governadores ou tutores de planetas. No caso do Cristo, como bem esclarece Emmanuel e, certamente, no de outros puros Espíritos, nosso Mestre gerenciou todo o processo de formação da Terra, por dominar perfeitamente as Leis Naturais e as condições necessárias à constituição material deste orbe.

Certamente contou com o apoio de inúmeros auxiliares, Espíritos puros como Ele e incontáveis Espíritos Superiores, auxiliando-o nas inúmeras tarefas que devem fazer parte da construção de um novo mundo que, no futuro, seria habitável, abrigando bilhões de Espíritos em processo de contínua evolução.

Conta-se que, sob a responsabilidade e orientação do Cristo, organizaram-se as primeiras experiências neste laboratório divino – a Terra – fazendo surgir pouco a pouco os elementos que viabilizariam o aparecimento da vida, iniciada nos organismos mais simples, passando pelos assustadores dinossauros, criaturas majestosas que, sem dúvida, atenderam a um sábio propósito. Diversos tipos de plantas, chuvas ácidas e mares, tudo foi cuidadosamente trabalhado por este grupo de benfeitores, sob a tutela de Jesus.

Finalmente, as condições propícias para o surgimento do homem foram estabelecidas e os primeiros humanoides passaram a povoar a superfície da Terra.

A Ciência, através de suas medidas e cálculos astronômicos indica que a Terra possui aproximadamente 4,5 bilhões de anos de existência.

Ajuizemos agora: se é fato que a idade da Terra é de alguns bilhões de anos, e apenas Espíritos puros estão capacitados à conduzir a formação e evolução de um mundo, então, Jesus alcançou a condição de pureza espiritual há bilhões de anos! Não é impressionante?

Como ensina a Codificação Kardequiana, os Espíritos puros, os que já alcançaram os píncaros da sabedoria e da bondade, não mais reencarnam, a não ser em missão de acendrado amor e de total renúncia em benefício da Humanidade. Imolam-se por uma causa justa, visto que terão de passar, novamente, por todos os processos materiais requeridos pelo desenvolvimento de um corpo humano, sujeitando-se às necessidades e limitações inerentes ao veículo de carne, que passam a habitar.

De posse destas informações da Espiritualidade, entre tantas outras, seria necessário alterar completamente o nosso entendimento do Natal. A festa, ou homenagem ao Mestre não se reduz apenas à troca de presentes, à realização de uma ceia especial, em que todos os convidados devem estar bem-vestidos para “receber” o aniversariante. Este particular louvor deveria passar a ser diário, ao longo do ano inteiro, sem que precisemos esperar o mês de dezembro para lembrar e festejar o nascimento do Governador da Terra, nosso Amigo Jesus.

O nosso tributo deveria tornar-se um ato contínuo de veneração a Ele, demonstrando uma singela retribuição ao sacrifício que Ele realizou ao renascer em um estábulo, ou acomodação similar, Ele que é o Rei dos reis.

A melhor forma de celebrar o Natal, portanto, seria viver intensamente os padrões de vida que Ele nos legou. Buscar vivamente a compreensão dos seus ensinos, registrados pelos Evangelistas que compõem a singular obra O novo Testamento. Inspirarmo-nos em sua singela e honesta existência, para também vivermos norteados pelos princípios éticos e morais que Ele tão bem ensinou e vivenciou.

Assim agindo, poderemos em breve tempo caminhar em ritmo mais rápido rumo à perfeição relativa, sem nos deixarmos deter ao longo da estrada evolutiva, estacionando por longos períodos, iludidos pelas fantasias materiais, perdendo valiosas oportunidades de aprendizado oferecidas pela Misericórdia Divina, como temos feito tantas vezes até o presente.

A Doutrina ainda nos esclarece que as comemorações natalinas precisam ser realinhadas com o verdadeiro sentido do que de fato representa o nascimento do Espírito Protetor da Terra. Além de nós mesmos, que precisamos renovar as nossas homenagens, há necessidade de dispensar especial atenção com à infância e à juventude, pois será por intermédio deles, pelos exemplos dignos que recebam agora, que poderemos esperar no futuro uma mudança geral de conduta, de modo à recuperar o real significado do Natal para todos os aflitos corações do mundo de hoje.

Lembremos também que se desejarmos honrar o Governador da Terra, busquemos os mais necessitados, os desvalidos de nossa sociedade, aqueles que se encontram deserdados de uma vida digna, pois enquanto muitos de nós temos o que comer, vestir, beber e morar durante mais uma comemoração natalina, em comunhão com nossos queridos familiares, incontáveis estão desiludidos e desamparados, sem qualquer horizonte de alegria a vislumbrar.

Além de tudo, podemos lembrar de Jesus a todos os instantes: ao acordar, à mesa das refeições agradecendo o alimento, nos variados meios de transporte de que nos servimos, no ambiente de trabalho, e à noite, ao nos deitarmos, o que será sempre possível, por meio da oração. Por este ato de humildade, respeito e recolhimento, estabelecemos uma ligação mental com o Criador e com o Cristo de Deus.

Natal! Façamos desta data bem mais do que apenas uma festa em família, uma mera troca de presentes e lembranças. O nascimento do Mestre não pode se reduzir a festejos materiais e nada mais, ou seja, que esta particular celebração possibilite a sincera renovação de nossos votos de fraternidade a todos que nos cercam e, especialmente, um renovado compromisso de fidelidade aos ensinos Dele, que é a Luz do Mundo.

Rogério Miguez

Rogério Miguez
Rogério Miguez

Trabalhador da Doutrina Espírita desde a Mocidade, tendo atuado no estado de Rio de Janeiro em algumas Casas e, atualmente, em São José dos Campos/SP nos Centros Amor e Caridade, Jacob e Divino Mestre. Colabora em Cursos, Exposições, Atendimento Fraterno e Passes, sendo articulista dos periódicos Reformador e Revista Internacional de Espiritismo.

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