86 visualizações

Expansão da Consciência

dezembro 27, 2024

Por que estamos aqui?

Na questão 132 do Livro dos Espíritos nos é informado que Deus nos impõe a encarnação para nos levar à perfeição; de nos pormos em condições de enfrentar nossa parte na obra da Criação.  Para que isso seja possível, usamos um “aparelho”, ou um corpo, em cada mundo diferente, colaborando com a harmonia do Universo, na medida que vamos nos aproximando do Criador, cada vez mais evoluídos. Viemos para enxergarmos mais sobre a vida, expandir a nossa consciência. E, pelo visto, a vida vai muito além do que supomos, pois tudo progride na Natureza, no Universo.

Léon Denis nos ensina:

A alma é, como nos demonstraram os ensinos precedentes, uma emanação, uma partícula do Absoluto. Suas vidas têm por objetivo a manifestação cada vez mais grandiosa do que nela há de divino, o aumento do domínio que está destinado a exercer dentro e fora de si, por meio de seus sentidos e energias latentes.(1)

Neste processo, limpamos nossas imperfeições com o conhecimento e a prática do bem, que acabam sendo naturais em nós. E religião? Isso não interessa, o que faz sentido é o amor desperto no coração, fruto de muita reflexão e ação.

Pode alcançar-se esse resultado por processos diferentes, pela Ciência ou pela meditação, pelo trabalho ou pelo exercício moral. O melhor processo consiste em utilizar todos esses modos de aplicação, em completá-los uns pelos outros; o mais eficaz, porém, de todos, é o exame íntimo, a introspecção. Acrescentemos o desapego das coisas materiais, a firme vontade de melhorar a nossa união com Deus em espírito e verdade, e veremos que toda a religião verdadeira, toda a filosofia profunda aí vai buscar sua origem e nessas fórmulas se resume. O resto, doutrinas culturais, ritos e práticas não são mais do que o vestuário externo que encobre, aos olhos das turbas, a alma das religiões. (1)

Os Upanishads são a parte final das escrituras sagradas mais antigas da Índia, os Vedas. Veja este parágrafo na nota da editora da obra:

Esses documentos sagrados – visões intuitivas das verdades eternas – exerceram grande influência sobre a filosofia Grega, sobre o Judaísmo e sobre o Cristianismo dos primeiros tempos. Expressão da mais elevada filosofia que pode ser encontrada em qualquer das religiões do mundo, Os Upanishads trazem para o homem moderno uma mensagem vital. (1)

No primeiro capítulo de Os Upanishads, intitulado “Isha”, que significa o palpável, o criado, encontramos este parágrafo introdutório:

A Vida no mundo e a vida no espírito não são incompatíveis. O trabalho, ou a ação, não é contrário ao conhecimento de Deus, porém, na verdade, se realizado sem apego, é um instrumento para ele. Por outro lado, a renúncia, significa a renúncia do ego, do egoísmo – não da vida. A finalidade, tanto do trabalho como da renúncia, é conhecer o Eu interiormente e Brahman exteriormente, e perceber sua identidade. O Eu é Brahman, e Brahman é tudo. (2)

Brahman para os hindus é a suprema consciência, que para nós é Deus. Como bem salientou Léon Denis, acima, toda a filosofia séria neste planeta, é um caminho adequado a cada tipo de povo, mas todas elas encerram uma ideia para a nossa expansão de consciência. Poderíamos citar outras como exemplo.

Se nós não reconhecermos que todas a filosofias religiosas sérias neste planeta vieram trazer diferentes facetas da verdade, ainda bem limitadas por nosso cérebro humano, não compreendemos então o que Jesus, que não criou religião nenhuma, quis nos fazer entender.

Kardec deixou bem claro que no futuro, religião e ciência serão uma só. Já nos fazendo sair da prisão de achar a religião X, Y ou Z melhor que as demais. Isso é prisão da vaidade, do egoísmo.

Estamos aqui para aproveitar a oportunidade de despirmo-nos dos preconceitos de raça, de religião, de sexo, e de tudo o mais que nos separe do Todo. Cada um de nós tem o livre-arbítrio, podendo escolher o caminho que melhor responde aos nossos anseios particulares, construídos em reencarnações passadas, e que é o justo para a nossa individualidade. O vínculo com o Criador é o grande auxílio que temos para o nosso progresso.

Também nossos irmãos de outros mundos mais adiantados, que possuem as características físicas de seus planetas, têm nos ajudado a progredir desde o início, a pedido do “verbo”, Jesus, também um extraterrestre que criou já outros mundos, que é nosso modelo e guia. Somos parte da fraternidade universal que à medida em que vamos evoluindo, vamos ajudando outros mundos a crescerem. Não estamos enviando sondas ao planeta Marte, e outros? se descobrirmos uma civilização primitiva e tivermos amor no coração, iremos ajudá-la a progredir sem sermos notados, assim como fomos ajudados por outros mundos mais adiantados, assim como os Espíritos Superiores agem conosco, sem interferir em nosso livre-arbítrio.

Compreender mais é preciso: abrir os olhos e ver. Precisamos do conhecimento, do autoconhecimento e da prática do bem, que leva ao amor. Não interessa a nossa denominação religiosa, o que interessa é o amor por tudo que a vida nos dá, com resignação aos ensinamentos da dor que burila o nosso caráter. Fiquemos muito grato às filosofias religiosas que nos ajudaram a compreender mais, que em nosso caso aqui, é o Espiritismo.

Amor é aceitar as diferenças, é disciplina, é ética, é ação, é humildade, é indulgência, é consentimento ao que é justo, é não ferir. O amor se expande ao infinito, tudo cura, tem discernimento, escuta, estuda muito e nada espera. Amor é o fruto da expansão da consciência.

“Conhecerei a verdade e ela vos libertará”. (João 8:32)

Maria Lúcia Garbini Gonçalves

Referências:
(1) DENIS, Léon. O Problema do Ser, do Destino e da Dor. Cap.XXI, editora FEb.
(2) PRABHAVANANDA, Swami; MANCHESTER, Frederick. Os Upanishads – Sopro Vital do Eterno. Editora Pensamento.