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Comorbidades do Espírito

janeiro 26, 2025

Pode parecer estranho, mas espiritualmente falando, somos portadores de comorbidades espirituais em diferentes graus, assim como muitos desencarnados.

Em outras palavras, vários desequilíbrios acumulados ao longo de diferentes existências, combinados, produzem enfermidades no espírito. Sintomas inexplicáveis para a medicina dos homens.

André Luiz em algumas das suas obras, nos apresenta histórias de espíritos que contraíram pesados débitos e dessa forma apresentam deformações no perispírito, exigindo tratamentos que levam séculos para surtir efeito.

Um bom exemplo é no livro Evolução em Dois Mundos onde ele nos explica um exemplo da deformação conhecida como ovoide:

“Inúmeros infelizes, obstinados na ideia de fazerem justiça pelas próprias mãos ou confinados a vicioso apego, quando desafivelados do carro físico, envolvem sutilmente aqueles que se lhes fazem objeto da calculada atenção e, auto hipnotizados por imagens de afetividade ou desforço, infinitamente repetidas por eles próprios, acabam em deplorável fixação monoideísta, fora das noções de espaço e tempo, acusando, passo a passo, enormes transformações na morfologia do veículo espiritual, porquanto, de órgãos psicossomáticos retraídos, por falta de função, assemelham-se a ovoides”. (1)

Em alguns casos o tratamento é uma encarnação imediata e provacional, onde o espírito enfermo passará por muitas dificuldades até conseguir compreender que os abusos cometidos ao longo de várias existências combinados produziram várias comorbidades de sintomas difíceis de serem diagnosticados e tratados pela medicina terrena.

Dessa forma temos relatos de crianças que nascem deformadas e desencarnam pouco tempo depois, chamados de natimortos. Uma prova difícil para os pais, mas uma oportunidade para o espírito enfermo de reequilibrar seus centros de força, assim como conseguir uma harmonia no seu perispírito.

Todos somos individualidades que apresentam comorbidades espirituais, reflexo dos nossos comprometimentos de vidas passadas e essas enfermidades são responsáveis por um conjunto sintomas, um combo, que somos portadores e que se apresentam de forma inesperada. Poderíamos dizer até que são as doenças pré-existentes do espírito.

No livro Libertação, André Luiz com o Instrutor Gúbio e o companheiro Elói, realizam uma caravana em direção a uma cidadela em uma região trevosa, onde um antigo religioso da Alta Idade Média, havia se tornado um soberano máximo, fazendo a justiça de acordo com suas leis.

André Luiz presencia a aplicação da lei de acordo com a sentença decretada por esse juiz, chamado de Gregório, quando:

E incidindo toda a força magnética que lhe era peculiar, através das mãos, sobre uma pobre mulher que o fixava…. Demonstra o poder no magnetismo hipnotizante sobre a forma perispirítica da mente culpada. Ocorre uma deformação no perispírito da pobre mulher e ela se transforma numa loba. Esse é o fenômeno da licantropia, uma combinação entre o poder do hipnotismo magnético de Gregório com o sentimento de culpa que a pobre mulher era portadora”. (2)

André Luiz relata que existem diversos espíritos em formas animalescas que são escravizados em regiões trevosas no Umbral.

Na obra Memórias de um Suicida, Camilo Cândido Botelho nos conta que alguns espíritos que se encontravam no hospital Maria de Nazaré, assim como ele, apresentavam as marcas da forma violenta que agrediram a eles mesmos, era visível para todos e passavam por um tratamento de energias revitalizantes através das aplicações de passes a que os submetiam. Cada caso era um drama pessoal:

“…havia aqueles que se preocupavam em estancar hemorragias, havia os enforcados a se debaterem de quando em quando, porfiando no esforço ilusório de se desfazerem dos farrapos de cordas ou trapos que lhes pendiam do pescoço; os afogados, bracejando contra as correntes que os haviam arrastado para o fundo; os “retalhados”, hediondos quais fantasmas fabulosos, a se curvarem em intermitências macabras, na ilusão de recolherem os fragmentos dispersos, ensanguentados, do corpo carnal que lá ficara algures, estraçalhado sob as rodas do veículo à frente do qual se arrojaram em audaciosa aventura, supondo furtarem-se ao sagrado compromisso da existência! Tais gestos, repetimos, à força de se reproduzirem desde o instante em que se efetivara o suicídio. (3)

Dificilmente um indivíduo que passa por uma situação tão difícil, vai conseguir numa nova encarnação apresentar um equilíbrio físico e mental. Segundo o próprio André Luiz existem casos em que o espírito em desequilíbrio necessita de duas ou até três encarnações para corrigir o erro cometido.

Fatalmente será portador de várias deficiências, devido a agressão cometida contra ele mesmo. Enfermidades que o espírito passa a ser portador e que acarretam problemas sérios para serem corrigidos.

As comorbidades apresentam um conjunto de neuroses que desenvolvemos ao longo de diferentes existências, que combinadas, acabam deflagrando sintomas estranhos e aparentemente sem sentido, como lembranças recorrentes de acontecimentos que nesta atual existência física, não fazem sentido algum, sendo diagnosticadas como as doenças pré-existentes do espírito.

Eder Andrade

Referências:
(1) Xavier; Francisco Cândido; Evolução em Dois Mundos (1959); Cap. XV: item – Parasitas Ovoides; FEB.
(2) Xavier, Francisco Cândido; Libertação (1949); Cap. 5 – Operações Seletivas; FEB.
(3) Pereira, Yvonne A.; Memórias de um suicida (1954); 1a parte: Os Réprobos; Cap. V – ­O Reconhecimento; FEB.

Eder Andrade
Eder Andrade

Professor de História e Sociologia, frequentador do Centro Espírita Consolador, no Rio de Janeiro, RJ.

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