Os sãos precisam ser “sãos”!

Na obra No Mundo Maior (1), o instrutor espiritual Calderaro explica a André Luiz como o cérebro humano funciona, no capítulo intitulado A casa mental.

Ele compara nosso cérebro a um castelo de três andares. No primeiro andar, está o sistema nervoso, o nosso cérebro inicial, sede das atividades subconscientes. É o porão da individualidade, residência de nossos impulsos automáticos, sumário vivo dos serviços realizados. No segundo andar, que é a região do córtex motor, zona intermediária entre os lobos frontais e os nervos, o cérebro desenvolvido, é o domicílio das conquistas atuais, onde se consolidam as qualidades nobres que estamos edificando. Já no terceiro andar estão os lobos frontais, materiais de ordem sublime que ainda vamos conquistar, onde é a casa das noções superiores, das metas elevadas que nos cumpre atingir.

“Distribuímos, deste modo, nos três andares, o subconsciente, o consciente e o superconsciente. Como vemos, possuímos, em nós mesmos, o passado, o presente e o futuro.” (1)

A seguir, Calderaro pondera que não podemos ignorar a impossibilidade de termos uma “psicologia equilibrada” se não tivermos uma “fisiologia harmoniosa”. Ele fala isso porque essa obra nos apresenta casos de doenças psiquiátricas causadas pelo desequilíbrio físico-espiritual. Ele coloca que sentimentos como a maldade, o ódio, a tristeza e as inconformações são moléstias da alma que chegam ao organismo humano como vermes mentais que nos atingem, de desencarnados a encarnados inclusive, pois temos um sistema orgânico físico e espiritual integrado que foi desenvolvido em milênios. O corpo perispiritual humano, vaso de nossas manifestações, é, por ora, a nossa mais alta conquista na terra, no capítulo das formas.

Nossa mente comanda tudo, se não há o esforço na sede do segundo andar, para superar a dor e galgar o acesso ao terceiro andar das esferas superiores, ficaremos prisioneiros de nossos instintos básicos até à insanidade.

“A mente é a orientadora desse (células) universo microscópico, em que bilhões de corpúsculos e energias multiformes se consagram a seu serviço. Dela emanam correntes da vontade, determinando vasta rede de estímulos, reagindo ante as exigências da paisagem externa, ou atendendo às sugestões das zonas interiores. Colocada entre o objetivo e o subjetivo, é obrigada pela divina Lei a aprender, verificar, escolher, repelir, aceitar, recolher, guardar, enriquecer-se, iluminar-se, progredir sempre.” (2)

Ou seja, a nossa razão e a nossa lógica científica precisam caminhar na trilha da luz.

Adivinhe, leitor porque a questão 909 (vide Kardec) no Livro dos Espíritos? Porque será que temos no capítulo 2 do Evangelho Segundo o Espiritismo o item intitulado O Ponto de Vista? Temos que nos esforçarmos muito para a vida futura e conseguir sermos sãos em um mundo não são. Nesse esforço está o olhar, vigiar e orar. Onde olhar implica em atenção, presença de espírito para avaliar o que é do bem em pensamentos e ações. Precisamos buscar sempre conhecimento, autoconhecimento e a prática do bem.

O processo de evolução do ser tem sido penoso, alongando-se pelos milênios sob o impositivo da fatalidade que o conduzirá à perfeição. Dos automatismos primevos nas fases da busca da sensibilidade, passou para os instintos básicos até alcançar a inteligência e a razão, que o projetarão em patamar de maior significado, quando a sua comunicação se fará, mente a mente, adentrando-se, a partir daí, pelos campos vibratórios da intuição…

Agir, evitando reagir; pensar antes de atuar; reflexionar como passo inicial para qualquer empreendimento; promover a paz, ao invés de investir na violência constituem os passos decisivos para o comportamento saudável. Joana de Ângelis (3)

Maria Lúcia Garbini Gonçalves

Referências Bibliográficas:
(1) XAVIER, Francisco Cândido. Pelo espírito André Luiz. No Mundo Maior. Cap. 3.
(2) XAVIER, Francisco Cândido. Pelo espírito André Luiz. No Mundo Maior. Cap.4.
(3) FRANCO, Divaldo. Pelo espírito Joana de Ângelis. Amor, Imbatível amor. Introdução.