O valor do elogio

Marildo Campos Brito
11/03/2025
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Qual foi a última vez que você recebeu ou fez um elogio? E como você se sente ao receber algum? Perguntas como essas, tem sido causa de muitas polêmicas e divergências entre algumas classes e grupos sociais, justamente porque herdamos e conservamos dentro de nossa cultura ocidental, o péssimo hábito e equivocado conceito, de que, fazer um elogio a alguém ou a algo, irá inflar o ego da pessoa, tornando-a vaidosa e presunçosa, a ponto de surgir expressões do tipo “Pare de ficar dando moral ao fulano, ele se acha; você vai acabar estragando o seu filho com elogios”.

Em alguns casos, temos visto pais, que ao invés de ficarem orgulhosos por seus filhos, congratulando-os por uma boa ação praticada, um bom comportamento, ou tirando boas notas na escola, ficam impassíveis aos seus esforços aplicando-lhes reiteradas reprimendas: “não fez mais do que a sua obrigação”. E quando passam a utilizar de palavras duras que ferem e depreciam “você é um burro; fraco; não aprende nada; faz tudo errado” a sua autoestima diminui, gerando em seu frágil psiquismo infantil, um complexo de inferioridade e incompetência.

No entanto, nossa maior preocupação, não deveria ser tanto pelo fato de elogiarmos o adulto ou uma criança, mas como elas irão encarar e absorver tudo isso.  Como dita o bom senso, que medida deveríamos então, utilizar para elogiarmos ou censurar, sem proporcionar-lhes más consequências a sua personalidade?

Há pessoas que ficam envergonhadas quando exaltadas por suas virtudes, talentos e habilidades, sem saberem como lidar com tamanha e embaraçosa situação, torcendo que o tempo passe logo para livrar-se do constrangimento. Sobre isso, o renomado escritor e expositor espírita José Raul Teixeira, contou-nos certa vez, que, quando era muito jovem ainda, no início de suas pregações doutrinárias, dizia ficar muito sem jeito ao receber os aplausos do seu público ao final de cada palestra, sem saber ao certo como reagir, se baixando a cabeça, sorrindo, agradecendo, de costas ou sentado, quando seu benfeitor espiritual Camilo disse-lhe assim – Raul, meu filho, existe uma forma muito simples e tranquila para que você seja feliz. Quando as pessoas lhe aplaudirem, dirija esses aplausos a Jesus, porque o trabalho pertence a Ele. Agora, quando você sofrer alguma crítica ou correção do seu público, aprenda que Cristo nunca erra, o problema é com você. Daí por diante, Raul Teixeira aprendeu a ficar em paz consigo, tanto para as coisas positivas como negativas.

Reconhecer e elogiar as pessoas por suas nobres e belas qualidades, é motivá-las ao seu aprimoramento físico e moral. Mas se porventura, críticas surgirem a nosso respeito, aceitemo-las como preciosas e salutares advertências, procurando corrigir nossas falhas, entendendo que as críticas podem ser tanto boas como negativas; construtivas ou destrutivas. Dizia-nos Santo Agostinho “Prefiro os que me criticam, por que me corrigem, aos que me elogiam, por que me corrompem” muito próprio dos bajuladores.

O elogio quando verdadeiro e espontâneo, sem nada esperar em troca, estimula-nos a repetir com alegria os mesmos comportamentos e tarefas. Na relação interpessoal, ele auxilia e promove o ser humano a mais trabalho, por mais segurança e bem-estar. E quando não somos reconhecidos pelo que fazemos, acabamos as vezes desacreditados e desistindo de lutar por nossos sonhos e empreendimentos, julgando-nos incapazes de conquistá-los. Seja no âmbito familiar, social ou profissional, procuremos elogiar sem reservas e demora aqueles que merecem nosso apreço e gratidão, recordando também que Jesus, foi tomado igualmente de profunda admiração por um centurião romano, que lhe pedia com grande humildade a cura de seu empregado de uma paralisia. E dizendo depois que iria a sua casa, o centurião respondeu ao Celeste amigo, que ele não era digno de receber tão sublime presença. E Jesus ouvindo aquelas sinceras palavras o exaltou dizendo: Em verdade, vos digo; nunca encontrei em Israel alguém que tivesse tanta fé. (1) Portanto, o elogio é bom e faz bem, quando feito com ponderação e discernimento. Vamos elogiar mais!

Marildo Campos Brito

Referência:
(1) – Mateus: 8:5 –15 / Lucas: 7:1–10.

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