O Bem Estar

Antônio Carlos Navarro
22/07/2014
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Em O Livro dos Espíritos, na questão setecentos e dezenove, o Codificador demanda aos espíritos superiores: “É condenável ao homem procurar o seu bem-estar? E os benfeitores invisíveis respondem: O bem-estar é um desejo natural. Os abusos são condenáveis porque contrariam a lei de conservação. O bem-estar é condenável se foi adquirido à custa dos outros e se comprometeu o equilíbrio moral e físico do homem“.

Podemos inferir que a busca pelo nosso bem estar não é egoísmo, desde que se enquadre dentro de dois parâmetros.

O primeiro que podemos analisar é o equilíbrio no tocante ao corpo físico, em relação a lei de conservação. Tomemos um exemplo: para nos sentirmos bem será necessário nos alimentarmos, mas se o fizermos com excesso o organismo sofrerá as consequências, tirando-nos o bem-estar físico, e seguindo a mesma linha de raciocínio, qualquer viciação material redundará em desajuste provocando mal-estar.

Qualquer excesso cometido compromete seu funcionamento e impacta no tempo de sua existência, que foi programado segundo nossas necessidades reencarnatórias, e uma vez encurtado pela satisfação da viciação comete-se o que os espíritos chamam de suicídio indireto, ficando o espírito devendo para a economia divina o tempo de vida que deixou de ser cumprido.

Nesse caso, se o espírito não tem sua cota de “amor que cobre uma multidão de pecados”, terá que vivenciar o tempo que não foi vivido em uma outra encarnação, para quitar-se com a Justiça Maior. É o que aprendemos com a resposta dada à questão cento e noventa e nove de O Livro dos Espíritos, onde o Codificador questiona sobre o porquê da morte precoce na terra.

O segundo aspecto a ser analisado, é o bem-estar moral. É bastante comum exigirmos esforços alheios, em todos os sentidos, para que nos sintamos bem, para atendimento de nossas necessidades físicas, psicológicas ou emocionais, sem levar em conta o quanto as pessoas terão que se esforçar para nos satisfazer, e com isso ferimos suas características pessoais, tirando deles o bem-estar que lhes pertence, produzindo prejuízos de toda sorte, que também são englobados pela lei de ação e reação que, inexoravelmente, nos cobrará a dívida em tempo oportuno.

A solução está em trabalharmos nossos valores para erradicarmos do nosso espírito o orgulho e o egoísmo, aprendendo a servir antes de ser servido, como orientou Nosso Senhor Jesus Cristo, enfatizando que dar-se é prova de amor, e o amor é a essência da lei de Deus, que por sua vez está inscrita dentro da nossa própria consciência, e esta se tranquilizará a medida em que nos aprofundarmos na corrigenda e prática do bem, produzindo um sentimento verdadeiro e justo de bem-estar, que nada mais é do que aquilo que chamamos felicidade.

Pensemos nisso.

Antonio Carlos Navarro

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