Sim, o mundo está melhor!

Márcio Costa
04/08/2014
1552 visualizações

marcio_costa_300x300O mundo nem sempre parece tão dócil e agradável como gostaríamos que ele fosse. De um momento para o outro podemos ser aturdidos por notícias capazes de abalar nosso bem-estar, nossa sensação de segurança e nossa tão almejada paz.

No decorrer deste primeiro semestre de 2014 novamente diversas mídias voltaram a noticiar o aumento dos índices de violência em diversas cidades do Brasil. De norte a sul do país foram registrados roubos de carros, homicídios, latrocínios dentre tantos outros que não valem a pena serem citados nas linhas deste artigo.

Do outro lado da tela, famílias inteiras atônitas presenciaram o desenrolar destes fatos como se fosse uma telenovela imperdível, na qual se esperam os próximos capítulos ainda mais inéditos e violentos. E assim, envolvidos naquela psicosfera de tensão e maldade, muitas das vezes acabam acreditando que o nosso mundo está longe de evoluir moralmente e que o somente o mal predomina em nossa esfera.

Não é verdade.

Considerando as leis da reencarnação, há dois mil anos atrás boa parte de nós possivelmente lotávamos os circos da Roma Antiga ansiosos por ver as lutas de gladiadores, as acirradas disputas, e, principalmente, a derrocada covarde da vida humana com o emprego de armas impiedosas e animais selvagens.

Séculos depois, adentramos nas sombras da Idade Média com novas oportunidades de valorização do amor e da vida. No entanto, continuando nossos erros, atirávamos nossos irmãos nas lenhas da Inquisição para podermos ficar com os seus bens.

Nestes dois períodos havia até leis que permitiam práticas criminosas de perseguição e morte. Como exemplos, podemos citar os éditos, emitidos pelo Imperador Diocleciano no ano de 303, que revogavam os direitos legais dos cristãos; e as próprias perseguições dos hereges que se mostravam contrários aos interesses da Igreja.

No mundo contemporâneo a nossa condição moral, polida em diversas encarnações, aboliu leis de escravização, discriminatórias e de desrespeito à vida. Embora nossa evolução maior tenha ocorrido no campo intelectual, a percepção de avanços no campo moral tornam-se tangíveis à medida que percebemos tantas ações, leis, organizações, instituições voltadas à prática do bem e em defesa do amor e da vida.

Em toda a história de nossa civilização, nunca houve tamanha preocupação com a benevolência. Embora isto pareça contestável, basta perceber que antes nossos olhos se divertiam com as práticas fúnebres realizadas nas arenas de Roma. No entanto, os mesmos olhos de nossas almas agora enxergam com perplexidade aqueles abusos da época antiga e não toleram mais os abusos e a criminalidade dos dias atuais. Em outras palavras, estamos evoluindo moralmente.

Talvez um ou outro leitor ainda queira argumentar que a quantidade de eventos aumenta a cada dia, o que justificaria a tendência ao mal. Todavia, a cada dia os meios de comunicação tornam-se mais expressivos e rápidos. Em séculos anteriores, crimes bárbaros poderiam acontecer em povoados e cidades sem ao menos entrarem nas páginas da história. Contudo, hoje não há como esconder fatos em qualquer ponto do planeta. Desde a superfície até ao emprego orbital de sensores, podemos acompanhar situações das mais variadas, registrando cada detalhe do que ocorre no orbe. Nada escapa no século XXI. Temos mais dados, mais informações e, consequentemente, nosso juízo de valor sobre o bem e o mal parte daquilo que selecionamos em assistir todos os dias.

Em realidade, para mudarmos boa parte de nossas impressões, deveríamos também mudar as escolhas que fazemos. Nossas preferências orientam os meios de comunicação que se beneficiam com a nossa audiência. Logo, se a nossa opção estivesse em temas baseados em comportamentos ético-morais, forçosamente as mídias teriam que customizar seus serviços para interesses mais serenos e focados na paz. No entanto, cá estamos nós, desviando do canal da educação e da fé para assistirmos a desgraça de um irmão que expia nas mãos de entidades ignorantes. E assim, em nossa incipiente contabilidade, passamos a acreditar que o mal predomina.

No livro “Obras Póstumas” Allan Kardec nos mostra que realmente em nosso mundo de expiações e provas ainda há muitos espíritos que ainda se comprazem com o mal. No entanto, sua atitude baseada na audácia faz com que pareçam ser ainda em maior número do que realmente são. Os bons, por outro lado, geralmente realizam suas ações de forma anônima, não exaltam suas qualidades e nem fazem alarde de suas contribuições na senda do bem. Fazem o amor pelo amor, sem a necessidade de exaltarem seus trabalhos. Logo, geralmente parecem estar em menor número.

No mesmo item, Kardec nos incita a procurar nos atos íntimos das diversas classes sociais exemplos de bondade e amor. Desta forma iremos perceber o quanto que estamos rodeados de diversos bons exemplos velados na humildade, formando uma quantidade significativa de almas bem intencionadas que podem tranquilizar corações desesperançosos.

No último capítulo da Gênese vemos que a Humanidade é “um ser coletivo em quem se operam as mesmas revoluções morais porque passa todo ser individual, com a diferença de que umas se realizam de ano em ano e as outras de século em século”. Desta forma, no decorrer dos séculos podemos perceber que a marcha progressiva da Humanidade nos brinda hoje com um mundo muito mais consciente da liberdade, da compaixão e da caridade, não serão os exemplos pontuais das sombras capazes denigrir este nosso avanço.

Ainda neste mesmo capítulo da Gênese, sabemos que diversos espíritos enveredados na senda do bem vêm encarnando constantemente em nosso planeta a fim de contribuir para a nova era de Regeneração. Assim, não há porque não crer na esperança de que o mundo está se tornando cada vez melhor.

Finalizando, em todos os momentos, devemos sempre buscar a conexão mental com a bondade e a benevolência. Somente o magnetismo de pensamentos inspirados em amor sincero pode contribuir com uma psicosfera de paz e luz que envolva todo o nosso planeta.

Lembremo-nos do texto de Bezerra de Menezes, do livro Tende Bom Ânimo, psicografado pelas valorosas mãos de Francisco Cândido Xavier:

“Ante os conflitos que explodem no mundo, conserva-te em paz.
Não te deixes envolver pelo pessimismo.
Continua servindo e abençoando a vida.
O bem triunfa sempre.
A pouco e pouco, o homem ergue-se das sombras para luz.
Não cedas às sugestões da descrença.
A dor desperta as consciências adormecidas.
Ora e confia no futuro.
Por mais se alteiem as labaredas do ódio, o amor é chama divina a dissipar o mal.
Lembra-te que o Senhor permanece velando”.

Márcio Martins da Silva Costa

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