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Reforma íntima, uma atitude inteligente!

agosto 17, 2016

francisco_rebouças“O conhecimento se adquire e a virtude se exercita, de modo a conseguir-se a sabedoria.” – Aristóteles

Somos conhecedores de que todos, estamos destinados à perfeição moral e à pureza espiritual, como filhos que somos da Inteligência Suprema, causa primária de todas as coisas conforme nos esclareceram os Espíritos Superiores na questão primeira de O Livro dos Espíritos. Dessa forma, torna-se imperioso começar o quanto antes esse processo lento, difícil, e trabalhoso, que vai exigir paciência, vontade, trabalho e determinação do indivíduo que se disponha a realizá-la. Para alcançar esse nobre objetivo preciso se faz voltarmos nossa atenção para o nosso mundo íntimo e observar, com sinceridade, no que precisamos focar nossa atenção para uma transformação dos nossos pensamentos e atos.

“919 – Qual o meio prático mais eficaz que tem o homem de se melhorar nesta vida e de resistir à atração do mal?
“Um sábio da antiguidade vo-lo disse: Conhece-te a ti mesmo.”
a) – Conhecemos toda a sabedoria desta máxima, porém a dificuldade está precisamente em cada um conhecer-se a si mesmo. Qual o meio de consegui-lo?
“Fazei o que eu fazia, quando vivi na Terra: ao fim do dia, interrogava a minha consciência, passava revista ao que fizera e perguntava a mim mesmo se não faltara a algum dever, se ninguém tivera motivo para de mim se queixar. Foi assim que cheguei a me conhecer e a ver o que em mim precisava de reforma. Aquele que, todas as noites, evocasse todas as ações que praticara durante o dia e inquirisse de si mesmo o bem ou o mal que houvera feito, rogando a Deus e ao seu anjo de guarda que o esclarecessem, grande força adquiriria para se aperfeiçoar, porque, crede-me, Deus o assistiria. Dirigi, pois, a vós mesmos perguntas, interrogai-vos sobre o que tendes feito e com que objetivo procedestes em tal ou tal circunstância, sobre se fizestes alguma coisa que, feita por outrem, censuraríeis, sobre se obrastes alguma ação que não ousaríeis confessar. Perguntai ainda mais: “Se aprouvesse a Deus chamar-me neste momento, teria que temer o olhar de alguém, ao entrar de novo no mundo dos Espíritos, onde nada pode ser ocultado?(…).” (1)

Isso porque, estamos sempre atentos aos defeitos alheios esquecendo-nos dos nossos, conforme nos alertam os Espíritos Superiores em O Evangelho Segundo o Espiritismo, conforme segue:

O argueiro e a trave no olho
“Como é que vedes um argueiro no olho do vosso irmão, quando não vedes uma trave no vosso olho? – Ou, como é que dizeis ao vosso irmão: Deixa-me tirar um argueiro ao teu olho, vós que tendes no vosso uma trave? – Hipócritas, tirai primeiro a trave ao vosso olho e depois, então, vede como podereis tirar o argueiro do olho do vosso irmão. (S. MATEUS, cap. VII, vv. 3 a 5.)
Uma das insensatezes da Humanidade consiste em vermos o mal de outrem, antes de vermos o mal que está em nós. Para julgar-se a si mesmo, fora preciso que o homem pudesse ver seu interior num espelho, pudesse, de certo modo, transportar-se para fora de si próprio, considerar-se como outra pessoa e perguntar: Que pensaria eu, se visse alguém fazer o que faço? Incontestavelmente, é o orgulho que induz o homem a dissimular, para si mesmo, os seus defeitos, tanto morais, quanto físicos. Semelhante insensatez é essencialmente contrária à caridade, porquanto a verdadeira caridade é modesta, simples e indulgente.
Caridade orgulhosa é um contra senso, visto que esses dois sentimentos se neutralizam um ao outro…” (2)

Quando o indivíduo adquire a consciência de que o dever e a responsabilidade caminham lado a lado, procura desenvolver os recursos latentes no íntimo do seu Ser e aprimorá-los, aproveitando a bênção das sucessivas reencarnações, por saber que é inexorável o progresso do psiquismo, facultando ao indivíduo uma maior compreensão dos nobres valores que convidam a inteligência e o sentimento ao permanente trabalho de aprimoramento e sublimação.

“O homem renovado para o bem é a garantia substancial da felicidade humana. Eis por que, antes de tudo, é imprescindível o engrandecimento do ser, diante da vida e do Universo, invariavelmente, tocados, nos menores ângulos, pelas maravilhas divinas. Como orientar acontecimentos, conduzir providências, controlar manifestações ou harmonizar elementos para determinados fins, sem equilíbrio na fonte de efeitos, situações e ocorrências, sediada em nós mesmos?”( 3)

Precisamos investir todos os recursos em nossa disposição para uma sadia educação mental que é resultado do esforço empregado no cultivo das ideias edificantes e na prática das boas ações por serem recursos valiosos na construção de uma existência saudável, geradores de novos e nobres hábitos, que sempre produzirão bem-estar e felicidade ao coração transformado.

“Vigiai e orai”, recomendou-nos Jesus, significando isto que todo o esforço, portanto, para ter preservada a mente da invasão de ideias portadoras de energias desequilibradas, torna-se psicoterapia preventiva, e de excelentes resultados para se desfrutar de forma responsável de uma vida sã, fundamentada nos princípios do amor e da paz.

Francisco Rebouças

Referências bibliográficas:
(1) Kardec, Allan. O Livro dos Espíritos – FEB. 76ª edição.
(2) Kardec, Allan. O Evangelho Segundo o Espiritismo, FEB. 112ª edição. Cap. X, itens 9 e 10.
(3) Xavier, Francisco Cândido, Livro: Agenda Cristã, pelo Espírito André Luiz, prefácio.

Nota do Editor:
Imagem em destaque disponível em < http://julirossi.blogspot.com.br/2013/02/o-pensador_6.html>. Acesso em 17AGO2016.

Francisco Rebouças
Francisco Rebouças

Pós-Graduado em Administração de Recursos Humanos, Professor, Escritor, Articulista de diversos veículos de divulgação espírita no Brasil, Expositor Espírita, criador do programa: "O Espiritismo Ensina".

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