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Carta aos Gálatas, uma lição de vida!

janeiro 4, 2017

Entre as diversas cartas escritas por Paulo de Tarso, uma me chama particularmente a atenção, a carta endereçada aos Gálatas justamente por que nos propõe uma série de reflexões, sobre qual a motivação fundamental que dirige a nossa realidade na vivência dos fundamentos cristãos na relação com o nosso semelhante.

Estaremos seguindo as verdadeiras propostas contidas no Evangelho de Jesus Cristo, que nos ensina a amar a Deus e ao nosso próximo de forma respeitável e responsável, ou continuamos preocupados em cumprir da melhor maneira possível os dogmas impostos pelo império da fé cega, numa série de observância mecânica de convenções e ritos?

Jesus veio ensinar aos homens o caminho do verdadeiro bem. Isso porque Deus nosso Pai comum resolveu enviá-lo para nos fazer relembrar suas leis que estavam completamente esquecidas, superadas pelas ideias de orgulho e egoismo que mantinham a velha fórmula da força como símbolo de domínio e poder.

Paulo nos fala dele próprio, quando ainda se mantinha distanciado dos ensinos do Mestre de todos nós, que fazia questão de desconhecer e perseguir, certa feito afirmou: “Porque não faço o bem que quero, mas o mal que não quero esse faço”, até quando a misericórdia divina resolveu dar-lhe mais uma oportunidade de refazer seus equívocos em pleno caminho que fazia para caçar mais um seguidor de Jesus. (1)

“Eu superava no judaísmo a maior parte dos compatriotas da minha idade e procurava seguir com todo o zelo as tradições dos meus antepassados. Deus, porém, escolheu-me antes de eu nascer e chamou-me por sua graça. Quando Ele resolveu revelar em mim o seu Filho, para que eu O anunciasse entre os pagãos, não consultei ninguém, nem subi a Jerusalém para me encontrar com aqueles que eram Apóstolos antes de mim. Pelo contrário, fui para a Arábia e depois voltei a Damasco”. (2)

Muitos de nós alegamos que desconhecemos a tarefa que nos foi determinada pela Suprema Sabedoria do Universo, alguns chegam mesmo a afirmar que Paulo recebeu um chamado direto, o que ainda não nos sucedeu, mas, na verdade, todos os homens têm a sua convocação pessoal ao serviço do Cristo. As formas podem variar, mas a essência do apelo é sempre a mesma, a reforma moral através dos constantes convites ao trabalho dignificante e renovador que chega às vezes de maneira sutil e inesperada, porém quase sempre resistimos ao chamado digno e enobrecedor do Senhor.

Como Espirito Superior Jesus não se utilizará jamais de violência para apressar a nossa modificação pessoal, o acontecido com Paulo sobressai aos nossos olhos, porque ele ouviu, modificou-se, arrependeu-se, e decidiu seguir o Cristo até o final de seus compromissos na Terra, enfrentando com tenacidade as perseguições, enfermidades, apodos, zombarias, desilusões, deserções, pedradas, açoites e encarceramentos pelo ideal de seguir seu Mestre. Deixou-nos o exemplo de um discipulo intrépido e sincero, percorrendo seus caminhos pelas sendas trevosas do mundo, com o desejo ardente de encontrar aquele que se fizera ouvir no momento mais importante da sua vida, notabilizando-se  pelo trabalho diário em prol da paz e da luz.

Hoje as bases científicas e filosóficas em que repousa a Doutrina Espírita, nos ensejam adquirir a “fé raciocinada capaz de encarar face a face a razão em todas as épocas da humanidade”, em seus alicerces, encontramos sua condição de Cristianismo restaurado, aperfeiçoando as almas e renovando a vida na Terra para a vitória do Infinito Bem, sob a égide de Jesus Cristo, nosso Divino Mestre e Senhor.

Allan Kardec, o apóstolo da Codificação não desconhecia o elevado mandato que lhe havia sido confiado pelos Imortais sob a condução maior do próprio Mestre de Nazaré inerentes aos princípios que compilava, por isso mesmo, preocupou-se com os impositivos morais de que a Nova Revelação se revestia, salientando que as consequências morais da doutrina espírita se resumem em melhorar o homem e, por conseguinte, torná-lo mais feliz, pela prática da mais pura moral evangélica.

Onde estiveres, seja o que fores, procura aclimatar as qualidades cristãs em ti mesmo, com a vigilante atenção dispensada à cultura das plantas preciosas, ao pé do lar. Quanto à Terra, todos somos suscetíveis de produzir para o bem ou para o mal. Ofereçamos ao Divino Cultivador o vaso do coração, recor- dando que se o “solo consciente” do nosso espírito aceitar as sementes do Celeste Pomicultor, cada migalha de nossa boa- vontade será convertida em canal milagroso para a exteriorização do bem, com a multiplicação permanente das graças do Senhor, ao redor de nós. Observa a tua “boa parte” e lembra que podes dilatá-la ao In- finito.

Não intentes destruir milênios de treva de um momento para outro. Vale-te do esforço de auto-aperfeiçoamento cada dia. Persiste em aprender com o Mestre do Amor e da Renúncia. Não nos esqueçamos de que a Graça Divina ocupará o nosso espaço individual, na medida de nosso crescimento real nos dons do Cristo”. (3)

O Espírita que já compreendeu a verdadeira lição dos conceitos de nossa doutrina não deve esquecer de agir para a felicidade comum, aproveitando a bênção dos seus dias e das suas horas, ajudando a todos indistintamente, conservando acima de tudo a glória de ser útil, de modo que haja em nós disposição suficiente para desenvolver em nosso mundo íntimo o mesmo sentimento vivenciado e exemplificado por Jesus Cristo.

Francisco Rebouças

Referências:
(1) Paulo. (Romanos – Cap. 7 v.19;
(2) Paulo. (Carta as Gálatas  – Cap. I. v.14/17.); e
(3) Xavier, Francisco Cândido, pelo Espírito Emmanuel. Livro: Fonte viva- Cap. 25.

Nota do editor:
Imagem ilustrativa e em destaque disponível em <http://aigrejaqueeuimagino.com.br/artigo-view&cpost=10960350565363d8fd3c4321.24432828>. Acesso em: 04JAN2017.

Francisco Rebouças
Francisco Rebouças

Pós-Graduado em Administração de Recursos Humanos, Professor, Escritor, Articulista de diversos veículos de divulgação espírita no Brasil, Expositor Espírita, criador do programa: "O Espiritismo Ensina".

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