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Zilda Arns, seareira do Cristo

abril 2, 2017

Diante dos descalabros morais que abalam o Brasil, lembrei-me dela. No lamentável terremoto que atingiu o Haiti em 2010, com vasta destruição e muitas mortes, levou também de retorno à pátria de origem a respeitável Zilda Arns. Com três indicações ao Premio Nobel da Paz, Zilda dedicou sua vida ao próximo. Irmã de D. Paulo Evaristo Arns e nascida em 1934, a notável mulher integra equipe dos seareiros do Cristo em atividade no planeta: uma vida dedicada à educação, ao amparo da infância, da gestante e da pessoa idosa. Morreu na causa que sempre acreditou, como afirmou D. Paulo.

Em citação do conhecido portal UOL, na tarde daquela quarta-feira:

“(…) Médica pediatra e sanitarista, Zilda Arns era fundadora e coordenadora da Pastoral da Criança e da Pastoral da Pessoa Idosa, órgão de Ação Social da CNBB. A Pastoral estima que cerca de 2 milhões de crianças e mais de 80 mil gestantes sejam acompanhadas todos os meses pela entidade em ações básicas de saúde, nutrição, educação e cidadania (…)”.

É preciso falar mais?

Essa fecunda atividade no bem, normalmente, em favor dos desfavorecidos de toda ordem, como a infância abandonada ou desnutrida, gestantes carentes e também pessoas idosas, ou mesmo pessoas marginalizadas é grande marca dos seareiros do Cristo, que se inspiram no exemplo de Jesus, apesar das fraquezas e limitações humanas. Não perdem tempo com contendas, reclamações, justificativas, acusações ou dificuldades. Simplesmente trabalham. Trabalham porque reconhecem as dificuldades que aguardam a decisão humana, trabalham porque confiam no bem, trabalham porque sabem que o Mestre da Humanidade espera pela nossa decisão de amar. Basta observar. Assim foram, quando na passagem pelo planeta, Irmã Dulce, Madre Tereza, Chico Xavier e outros valorosos vultos da história humana, ainda que muitos permaneçam anônimos, desconhecidos e mesmo na maioria das vezes incompreendidos e marginalizados. Cada um em seu estágio e atividades próprias, mas todos dignificando a condição humana.

Porém, há um detalhe que não devemos esquecer: somos imortais. Por terremoto, doenças, acidentes, idade avançada ou outras causas, todos deveremos retornar à condição primeira de todos nós: seres imortais. Por isso, Zilda, como tantos outros, que continuam a trabalhar, ainda que invisíveis aos limitados olhos humanos, também continuará sua luta de fé e trabalho pelo bem, ainda que com o corpo físico destruído. O corpo não é alma; o corpo é mero instrumento temporário. O espírito vive e é imortal.

No caso da notável Zilda Arns, sete anos depois, não é a morte que interrompeu seu amor e dedicação à causa do bem, o amor ao semelhante em dificuldade ou sofrimento. Também a morte não afetou sua fé, sua confiança em Deus, sua determinação e perseverança nos ideais que abraçou. A morte apenas nos transfere para outra esfera, mas os laços de sintonia, afeto, esses continuam. Para nós, fica o exemplo de solidariedade e humanidade. Exemplo dessa grande alma que também parte no trabalho, deixando a marca do bem em seus luminosos passos. Quanto ao terremoto, desafio para o nosso raciocínio de pensar por quê?

Como conciliar a bondade e grandeza do Criador com tanta violência e dor? É incompatível, não é mesmo? Há que haver uma causa anterior que determine tais acontecimentos e isso encontra explicação lógica na pluralidade das existências, um princípio básico da Doutrina Espírita. O assunto é vasto e para ser entendido em toda sua amplitude precisa ser pesquisado, estudado. Por isso recomendamos, com ênfase, o estudo do tema em O Livro dos Espíritos, especialmente nas questões 737 a 741 e atreladas às questões 166 a 171 e 222, entre outras.

Orson Peter Carrara

Nota do Editor:
Imagem em destaque disponível em <http://www.a12.com/files/media/originals/dra_zilda_51_2.jpg>. Acesso em 02 de Abril de 2017.

Orson Peter Carrara
Orson Peter Carrara

Expositor espírita, tem percorrido muitas cidades do Estado de São Paulo e já esteve na maioria dos estados do país, por várias vezes, para tarefas de divulgação espírita. Articulista da imprensa espírita, tem colaborado com diversos órgãos da imprensa espírita, entre revistas, sites e jornais do país, além de boletins regionais, no país e no exterior. Autor de treze livros, seus textos caracterizam-se pela objetividade e linguagem acessível a qualquer leitor, estando disponibilizados em vários sites de divulgação espírita.

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